Quase 3 mil mortes e 45 mil infectados no Brasil

Para ministro da Saúde, número de óbitos no país está abaixo de Estados Unidos, Itália, Alemanha e França em relação ao total da população

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O número de mortes em razão da pandemia do novo coronavírus chegou a 2.906, conforme balanço mais recente divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Ministério da Saúde. Já os casos confirmados subiram para 45.757. O índice de letalidade ficou em 6,4%. O número de óbitos marcou um aumento de 6% em relação a ontem (21), quando foram registradas 2.741 vítimas de covid-19. Já os casos confirmados representaram um crescimento de 6,2% sobre os dados de ontem, quando foram contabilizadas 43.079 pessoas infectadas.

São Paulo concentra o maior número de falecimentos (1.134), quase três vezes o número do segundo colocado, o Rio de Janeiro (490). Os estados são seguidos por Pernambuco (282), Ceará (233) e Amazonas (207). Além disso, foram registradas mortes no Maranhão (66), Paraná (57), Bahia (50), Minas Gerais (47), Pará (43), Paraíba (39), Santa Catarina (37), Espírito Santo (34), Rio Grande do Norte (29), Rio Grande do Sul (27), Distrito Federal (25), Goiás (21), Alagoas (20), Piauí (15), Amapá (14), Acre (oito), Sergipe (sete), Mato Grosso (seis), Mato Grosso do Sul (seis), Rondônia (cinco), Roraima (três) e Tocantins (um).

Em sua primeira  coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Nelson Teich, confirmou que 25,3 mil pessoas conseguiram se recuperar da doença e que o Brasil tem desempenho acima de outros países, como Estados Unidos, Itália, Alemanha e França, quando considerado o número de mortes por conta da covid-19 em relação ao total da população.

SP tem casos em 100 cidades

Cem cidades no estado de São Paulo já registraram, até hoje (22), ao menos uma morte decorrente do novo coronavírus (covid-19). Sete municípios possuem mais que dez óbitos: São Paulo (778), Osasco (32), Guarulhos (28), São Bernardo do Campo (20), Santos (19), Santo André (14) e Sorocaba (12).

A quantidade de mortes causadas pela doença chegou hoje em 1.134 no estado, 41 a mais do que o registrado até ontem. São Paulo tem 15.914 casos confirmados de covid-19, distribuídos em 241 cidades.

Quinze municípios já têm mais de 100 casos confirmados: São Paulo, Osasco, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Santos, Santo André, Campinas, Barueri, São José dos Campos, Diadema, Taboão da Serra, Mogi das Cruzes, São Caetano do Sul, Mauá e Carapicuíba.

Taxa de ocupação de UTIs

A taxa de ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) destinadas ao atendimento de pacientes com coronavírus no estado é de 55,3%. Na Grande São Paulo, no entanto, a taxa atingiu hoje 73,7%.

O Instituto Emílio Ribas está utilizando 93% da sua capacidade de atendimento intensivo. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo chegou a 92%. O Hospital Geral de Pirajussara tem 70% das UTIs ocupadas, enquanto o Hospital Geral de Itapevi, 60%.

Abertura gradual

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou hoje que uma reabertura gradual dos setores produtivos do estado começará a ser implementada a partir do dia 11 de maio, quando se encerra o período de quarentena. Os detalhes da ação serão divulgados no dia 8.

Segundo o secretário de Saúde do estado, José Henrique Germann Ferreira, até o início da abertura, a orientação é que o isolamento social não seja alterado. De acordo com ele, municípios paulistas não devem flexibilizar a quarentena em vigor.

“Agora está valendo o decreto da quarentena. Aquelas cidade que não se utilizarem do decreto, aí sim, isso merece uma ação, primeiro de orientação, de diálogo, do governo do estado, no sentido de que volte a situação anterior”, disse em coletiva na tarde de hoje.

“Nós precisamos do isolamento para que ele não caia abaixo de 50%. Estamos falando entre 50% e 60% para que nós tenhamos efeitos positivos sobre a disseminação e o enfrentamento da epidemia”, acrescentou.

Revisão no distanciamento social

Ele falou dos planos da nova gestão da pasta. Em relação ao isolamento social, afirmou que até o fim da semana a nova equipe deverá concluir ajustes às diretrizes definidas pela gestão de Luiz Henrique Mandetta para orientar estados e municípios a definir sua forma de distanciamento.

Pela recomendação já anunciada por Mandetta, considerando a incidência de casos e a capacidade de atendimento (de pelo menos metade dos leitos, disponibilidade de trabalhadores da saúde e insumos), seria possível migrar de um distanciamento “ampliado” para “seletivo”, com maior flexibilização e abertura de atividades econômicas.

Afastamento é medida natural na largada. Mas não pode ficar sem um programa de saída. Vamos demorar um ano e meio para ter vacina. O país não pode sobreviver este período parado”, opinou.

O novo ocupante da cadeira não adiantou o que deverá mudar, mas ressaltou que o Brasil demanda medidas específicas para cada local. “O Brasil é gigante e heterogêneo, não tem como uma diretriz não ser customizada para diferentes regiões do país. Qual é a estrutura de leitos, quantos por cento estão ocupados, como está a parte de recursos humanos?” questionou, listando temas que devem ser considerados na adoção dessas medidas.

Militar vai comandar insumos e remédios

Nelson Teich apontou como “terceira frente” de sua gestão a viabilização da infraestrutura. Ele anunciou a chegada do general Eduardo Panzuello para a secretaria executiva e disse que a experiência do general será importante para agilizar as medidas em relação a insumos, remédios e equipamentos.

Uma outra frente de atuação da nova gestão será a coleta e análise de informação. Teich destacou que pelo fato da covid-19 ser um fenômeno novo, há necessidade de conhecê-la para definir as respostas. Ele adiantou que um banco de dados será criado com participação não somente do MS como de outros ministérios, como Casa Civil.

Vamos buscar integração maior com outros grupos do governo para sistematizar da informação. A gente vai ter dados ligados a hospitais, estados. Tudo vai ser consolidado num programa ligado a vários ministérios”, informou.

demanda reprimida por ‘casos não-covid’

O novo ministro chamou a atenção também para o cuidado com outras doenças, que seguem ocorrendo e que demandam tratamento e estrutura para atendimento. Ele mencionou que pessoas com doenças crônicas estão tendo dificuldade de acesso ao sistema de saúde.

Doentes com outras doenças, como câncer, não estão chegando [às unidades de saúde]. Tem pessoas morrendo em casa por infarto por que não vão ao hospital em tempo. É fundamental que a gente por mais eu foque na Covid não esqueça as outras pessoas”, ponderou.

Em razão do que chamou de “demanda reprimida” de casos “não-covid-19”, quando o sistema se estabilizar pode ter uma segunda crise em razão da necessidade de dar vazão a esses casos que agora não estão procurando atendimento.

Atualização em 22/4
Ministério da Saúde/Divulgação

 

Da Agência de Saúde

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