Em meio à sua luta que já dura quase dois anos contra o câncer colorretal (câncer de intestino), iniciada em 2023, Preta Gil enfrenta um novo drama: a metástase do tumor em outros órgãos. A cantora precisou viajar até os Estados Unidos para ouvir a opinião de outros médicos a respeito do seu quadro de saúde.
Em vídeo nas redes sociais, a artista diz que foi orientada pelos seus médicos no Brasil a buscar uma “segunda opinião” lá fora, além de novas alternativas para o tratamento, incluindo estudos clínicos com novas drogas mais potentes para combater o câncer metastático (quando os tumores se espalham pelo corpo, para além do órgão onde originalmente surgiu).
Preta voltou de Nova York neste sábado (14) e seria submetida a uma nova cirurgia para remover os tumores neste domingo (15), mas o procedimento foi adiado para quinta-feira (19). Segundo a própria cantora, a decisão de buscar auxílio fora do Brasil foi recomendada por sua equipe médica, que viu na consulta uma possibilidade de ampliar as opções terapêuticas.
Tratamentos inovadores nos EUA
Por meio das redes sociais, Preta Gil compartilhou com os fãs a importância dessa etapa em sua jornada contra a doença, explicando que o objetivo é explorar tratamentos inovadores, incluindo a participação em estudos clínicos, uma prática amplamente difundida nos Estados Unidos.
O oncologista Fernando Zamprogno, especialista da Kora Saúde, explica que, apesar dos avanços no Brasil, os EUA ainda lideram em termos de estudos clínicos e acesso a terapias experimentais.
Nos últimos anos, o Brasil desenvolveu uma quantidade significativa de estudos clínicos, o que é um grande avanço. No entanto, nos Estados Unidos, a infraestrutura, os recursos e o volume de pesquisas são muito maiores, o que amplia o leque de possibilidades terapêuticas, especialmente em casos desafiadores como o de Preta Gil”, afirma o médico.
Dr. Zamprogno ressalta que a participação em estudos clínicos pode proporcionar acesso a medicamentos e tratamentos ainda não disponíveis comercialmente, o que pode ser decisivo em certos casos. Ele reforça também a importância de seguir as orientações médicas para avaliar cuidadosamente os benefícios e riscos dessas iniciativas.
O caso de Preta Gil evidencia não apenas a complexidade do enfrentamento de um câncer, mas também a busca incessante pela cura, contando com o suporte de profissionais capacitados e explorando as melhores opções, sejam elas no Brasil ou no exterior. A cantora segue recebendo o apoio de fãs e amigos, mantendo a esperança e a força em sua jornada.
Entenda a recidiva do câncer de Preta Gil
“O meu câncer voltou.” Em agosto, depois de chegar a anunciar que entrou em remissão do câncer de intestino, Preta Gil gravou um vídeo na rede social para contar que a doença voltou em quatro lugares diferentes: dois linfonodos no peritônio, com uma metástase, e no ureter, com um nódulo. O anúncio ocorreu logo depois que ela completou 50 anos.
O cirurgião do aparelho digestivo Rodrigo Barbosa, da capital paulista, explica que a recidiva do câncer, ou seja, o retorno da doença após um período de remissão, pode ocorrer em diversos tipos de câncer, e infelizmente é algo relativamente comum.
A recidiva pode acontecer devido a células cancerígenas que não foram completamente eliminadas durante o tratamento inicial, ou devido ao surgimento de novas células cancerígenas que se desenvolveram a partir de mutações genéticas”, afirma.
O especialista conta que a metástase é um processo em que as células cancerígenas se espalham para outras partes do corpo, formando novos tumores. “Isso pode ocorrer através da corrente sanguínea, do sistema linfático ou por invasão direta de tecidos próximos. A metástase é uma das principais razões pelas quais o câncer se torna mais difícil de tratar e pode levar a um prognóstico mais grave”, diz.
No caso da cantora Preta Gil, o médico fala que a presença de metástases em linfonodos, peritônio e ureter indica que as células cancerígenas se espalharam para além do local original do câncer no intestino.
O tratamento para a recidiva do câncer pode envolver uma combinação de cirurgia, radioterapia e terapias-alvo, dependendo do tipo e estágio do câncer. Por isso, é importante ressaltar a importância do acompanhamento médico regular após o tratamento do câncer, para que assim possa detectar precocemente qualquer sinal de recidiva”, diz o especialista.
Infecção do rim acometido por cálculo renal
Em junho, a cantora Preta Gil ficou internada por três dias numa clínica particular do Rio de Janeiro, por causa de uma pielonefrite obstrutiva (infecção urinária) causada por um cálculo renal, mais conhecido por pedra nos rins.
Ter as duas patologias, e uma ocasionar a outra, não é comum, segundo o urologista Rodrigo Rosa de Lima. Porém, ele chama a atenção pela gravidade da situação. “Não é tão comum apresentar cálculo renal associado a processo infeccioso, mas é um quadro grave, que exige bastante atenção”, alerta Lima. A filha de Gilberto Gil recebeu alta para continuar o tratamento em casa.
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Com Assessorias