OMS alerta: obesidade infantil aumentou 10 vezes nos últimos 40 anos

Estudos mostram que obesidade tem influência genética. Especialista ressalta a importância de buscar orientação médica antes dos 12 anos

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Neste Dia Nacional de Combate à Obesidade (11 de outubro), véspera do Dia das Crianças, Vida & Ação destaca números alarmantes da obesidade infantil. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, há 124 milhões de crianças obesas no mundo. Em 1975 eram 11 milhões. No Brasil, cerca de 50% das crianças estão acima do peso. Há 40 anos era uma criança obesa a cada 100, hoje são 10 meninas e 8 meninos. Números que mostram a extensão dessa realidade, crianças com tendências a serem adultos obesos.

Ainda de acordo com a OMS, a obesidade já é considerada como doença, e os reflexos são: elevação dos níveis de colesterol, desencadeando doenças coronarianas e levando à morte prematura; diabetes tipo 2 com suas sérias complicações; desgastes ósseos; problemas de auto-estima e até depressão, uma outra “epidemia mundial”.

Fabiano Lago, endocrinologista do Spa Estância do Lago e um dos especialistas mais conceituados em emagrecimento no País, afirma que a criança obesa sofre preconceito e bullying, tende a se isolar, ter baixa auto-estima, muitas vezes descontando a tristeza na comida. Ela deixa de praticar esportes, de sair e, como sedentária, só faz aumentar ainda mais o peso. Outro dado importante é que a criança magra até os 7 anos não será necessariamente um adulto magro e vice-versa. O pequeno com sobrepeso pode não ser um adulto obeso. “Na puberdade é quando se determina a estrutura física básica que carregamos o resto da vida”, comenta o endocrinologista.

O médico explica que o ideal é fazer com que as crianças estejam no peso saudável até os 11 ou 12 anos, início da puberdade. “Nessa fase do estirão do crescimento, os hormônios estão orquestrados para a multiplicação celular. Se ao entrar na puberdade a criança permanecer com excesso de peso, os hormônios fazem com que ela multiplique muito o número das células de gordura, levando à temida obesidade hiperplásica, ou seja, promovendo um excesso de bilhões de células de gordura, aumentando muito o risco de obesidade mórbida na vida adulta”.

Dr. Fabiano indica maneiras especiais para tratar a criança e o jovem obeso e ressalta a importância do envolvimento de toda a família. “Eu me torno amigo dos meus pequenos pacientes em fase de reeducação alimentar, e não alguém que impõe um sofrimento. Os pais precisam estar engajados no tratamento, evitando o termo dieta, falando em alimentação saudável para toda a família, mudando apenas um hábito por consulta, facilitando assim o processo de mudança”. Diminuindo um pouco o uso de vídeo games, o hábito de ficar horas em redes sociais e celulares, e estimulando a prática de exercícios prazerosos e de forma lúdica, é possível alcançar excelentes resultados, garante o especialista.

Influência genética: prevenir é melhor

Estudos mostram que a obesidade está ligada principalmente à influência genética, ou seja, filhos que tenham os dois pais ou um deles obeso têm de 50 a 100% de chance de desenvolver o problema. Já para aqueles que não têm histórico familiar a possibilidade é de 25% – menor, mas não nula. Em todos os casos, os hábitos de vida adquiridos desde a infância têm total interferência na balança, seja na fase adulta ou, ainda, infantil. Logo, a melhor medida contra a obesidade é a prevenção.

Prevenir é muito mais eficaz e mais fácil. Manter-se no peso ideal é mais prático do que ter que perder os quilos excedentes e lutar para continuar dentro da forma física. O trabalho é longo e mais difícil no sentido de emagrecimento e manutenção”, explica Cristiane Carius, médica especialista em suporte nutricional do Hospital Quinta D’Or. (Veja 10 dicas para prevenir a obesidade infantil)

Ainda segundo a especialista, o cuidado deve iniciar na infância. Para isso, há dois caminhos importantes a seguir: o primeiro é o exemplo dos pais juntamente com uma educação alimentar. Ter uma família que come de forma equilibrada e variada, e ensinar sobre a importância da alimentação adequada ajudam as crianças a definirem seus paladares corretamente; a outra forma é através do estímulo às atividades físicas. Os pequenos têm tendência a gostar de esportes e, quanto mais cedo são inseridos nesse meio, mais fácil irão se adaptar e estender para a vida adulta.

Atenção às doenças ligadas à obesidade

Para quem já está acima do peso ou que tem predisposição genética, as orientações são para que busque acompanhamento e avaliação médica, pois a obesidade pode estar associada com outras doenças, principalmente as hormonais. “As doenças que envolvem a obesidade são divididas em dois grupos: as que são associadas às causas, e as que são consequências, ou seja, que se desenvolvem por causa do excesso de peso. No primeiro grupo, o hipotireoidismo é mais comum. No segundo, estão diabetes, hipertensão, esteatose hepática e colesterol alto. Mas do que a estética, essas patologias podem colocar em risco a vida do paciente obeso”, alerta Leonardo Grossi, endocrinologista do Hospital Quinta D’Or.

O acompanhamento de uma equipe médica multidisciplinar – que pode ser composta por nutricionista, endocrinologista, cardiologista, psicólogo e cirurgião bariátrico – é indicado tanto para quem encontra-se dentro do peso adequado, mas tem predisposição genética, quanto para quem já desenvolveu a doença. Através deste apoio, é possível prevenir, diagnosticar as causas do sobrepeso e receber orientação quanto ao melhor caminho para tratar o problema, antes que a cirurgia bariátrica seja a única forma resolutiva.

A cirurgia bariátrica não é o fim da linha de chegada

No entanto, mesmo aqueles que passaram pela bariátrica precisam continuar o tratamento com outros profissionais, que darão suporte nutricional e psicológico após a cirurgia, principalmente se alguns dos estopins da doença forem compulsão alimentar ou depressão. Há todo um processo de avaliação e preparo clínico que antecede a cirurgia, e o paciente com obesidade precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar.

Durante este período, os especialistas submetem o paciente aos exames complementares, como de sangue específico, Doppler dos membros inferiores, eletrocardiograma, endoscopia, ultrassom e prova de função respiratória. Além de receber orientações para tentar reduzir o excesso de peso de forma gradual, com boa alimentação e atividades físicas. Porém, se, ao passar por este processo, for percebido que não houve alteração nas taxas de IMC, tendo este se estabilizado acima dos 35 e associado com outras patologias, ou IMC acima de 40, os profissionais indicam a cirurgia bariátrica.

“O sucesso da cirurgia se dá com perda de 20% do peso inicial. Mas para manter o progresso, o paciente tem que ter consciência de que precisa permanecer acompanhado por multiprofissionais por mais cinco anos, até receber alta. Hoje, a gente sabe que apenas 35% dos pacientes conseguem o objetivo final. As pessoas acham que cirurgia é o fim do tratamento, mas não é. Existe todo um trabalho de outros profissionais antes, durante e após ela”, aconselha Guilherme Cotta, cirurgião bariátrico do Hospital Quinta D’Or.

Benefícios da Cirurgia Robótica

A técnica, minimamente invasiva, também está presente na realização de cirurgias bariátricas. O procedimento disponível no Hospital Quinta D’Or, e também no CopaStar, gera vantagens aos pacientes, como redução do tempo de hospitalização; recuperação e retorno mais rápido às atividades normais; redução de dor e complicações no período pós-operatório; cortes menores e menor sangramento; menor risco de infecção hospitalar; redução na dose de medicamentos no pós-operatório.

Os hospitais da Rede D’Or São Luiz estão credenciados para operacionalizar a plataforma Da Vinci Surgery, e todo o procedimento é muito seguro. O braço do robô é o responsável por manipular as pinças introduzidas no paciente para a cirurgia – com total precisão, sendo importante salientar que todos os comandos são definidos e controlados em tempo real por médicos altamente treinados para a realização da cirurgia robótica.

Na prática, um cirurgião comanda o equipamento – através de um joystick, tendo acesso a uma visão mais abrangente do que nas cirurgias convencionais. O cirurgião executa os movimentos no equipamento, que são replicados pelo robô, dento do paciente, durante a cirurgia. Um cirurgião assistente fica próximo à mesa cirúrgica, com outros especialistas, para dar o suporte necessário ao procedimento.

Fonte: Hospital Quinta D’Or e Spa Estância do Lago

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