O câncer é um problema de saúde pública mundial e sua incidência cresceu 20% na última década. No Brasil, é a segunda causa de mortes por doença, atrás apenas das ocorrências cardiovasculares. A doença já atinge 12 milhões de pessoas no mundo, vitimando cerca de 8 milhões todos os anos. Para 2030, a expectativa, em todo o mundo, é de 21,4 milhões de novos registros e 13,2 milhões de óbitos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os países em desenvolvimento serão os mais afetados, incluindo o Brasil.
Com estimativa de atingir 596 mil pessoas somente em 2016 no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença acomete todas as faixas etárias e não possui uma causa específica. De acordo com o instituto, o tipo de câncer mais incidente entre homens e mulheres é o de pele não melanoma. Entre os homens, os mais frequentes são os de próstata, pulmão e cólon e reto. Já entre as mulheres, as maiores incidências são de cânceres de mama, cólon e reto e colo do útero. Projeções indicam que, caso não haja esforços efetivos na prevenção e controle do câncer, a partir do ano de 2029 haverá mais brasileiros que morrerão com algum tipo de câncer do que de doenças cardiovasculares.
O Dia Mundial do Câncer (4 de fevereiro) foi criado pela União Internacional para Controle do Câncer (UICC) em 2005 para conscientizar a população sobre a doença. A campanha segue o conceito “Nós podemos. Eu posso”, escolhido pela UICC para o período de 2016-2018, que pretende mostrar como todos – em grupo ou individualmente – podem fazer a sua parte para reduzir o impacto do câncer no mundo, o objetivo de reforçar a importância da sociedade no controle da doença. A ideia é massificar informações sobre adoção de hábitos saudáveis, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.
Referência nacional no combate ao câncer há mais de 25 anos, a Fundação do Câncer, membro da UICC, alerta para a importância da campanha. “A sociedade precisa falar sobre o câncer, acabar com possíveis tabus. Prevenção e diagnóstico precoce são dois pilares importantes desta causa e a campanha para reforça isso: com informação e o engajamento de todos conseguiremos mudar o panorama atual, em que milhares de pessoas não recebem o diagnóstico precoce ou o tratamento adequado por falta de informação, por medo de procurar um especialista ou por falta de apoio quando precisam. A luta é diária e é de todos.”, afirma o oncologista clínico Frederico Müller.
A Fundação desenvolveu um teste de conhecimento para engajar a população. O quiz intitulado “O que você sabe sobre câncer?” traz oito perguntas e respostas sobre a doença e as formas de prevenção. A instituição também publica dicas para uma vida saudável, nos canais Facebook (facebook.com/fundacaodocancer), Instagram e Twitter (fdocancer). Ainda nas mídias sociais, posts irão alertar sobre a necessidade de se falar, abertamente, sobre câncer e de compartilhar histórias de superação, a fim de reduzir o estigma em relação à doença.
Para os especialistas, ainda é difícil encontrar informação confiável sobre esses cânceres por eles serem desconhecidos por grande parte da população. Somado ao fato de que alguns tipos de câncer podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas parecidos com outras doenças, isso contribui para o diagnóstico tardio e, consequentemente, para altos índices de mortalidade decorrentes da doença.