Apesar a estação predileta de muitos devido ao sol, calor e opções de lazer ao ar livre, o verão geralmente traz um aumento nos riscos de algumas doenças típicas da estação. E não estamos falando apenas de dengue – cuja alta de casos acendeu o alerta máximo entre as autoridades sanitárias – nem de suas ‘primas’ Chikungunya e Zika, todas causadas pelo mesmo transmissor, o mosquito Aedes aegypti

Entre os meses de dezembro e março, as condições climáticas propiciam a propagação de vírus e bactérias, além disso a exposição prolongada ao sol, a falta de proteção solar adequada, o consumo insuficiente de água – levando à desidratação – e a presença de água parada, são alguns dos fatores que podem transformar as férias em um período menos prazeroso.

Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Kátia Oliveira, a sazonalidade interfere na propagação de alguns vírus e bactérias, trazendo alguns desafios à saúde.

“Cada estação traz consigo particularidades com relação ao clima, pois ele desempenha um papel importante na saúde das pessoas, uma vez que fatores como temperatura, umidade e volume de chuvas são questões que se relacionam diretamente com surgimento e propagação de diversas doenças”, conta.

Kátia explica que para desfrutar do verão com mais tranquilidade e segurança, é essencial estar atento à adoção de práticas que minimizem os riscos de doenças nessa época do ano.

“Além das viroses que levam a doenças gastrointestinais ou respiratórias, existem enfermidades específicas desse período que demandam atenção especial como dengue e febre amarela. A covid e a influenza também são enfermidades que merecem atenção, já que no verão há uma tendência maior de aglomeração devido às festividades, o que potencializa a disseminação do vírus”, afirma.

Principais doenças e vacinas para o verão

Dengue, Chikungunya e Zika

O aumento da temperatura e chuvas favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de Zika, Chikungunya e Dengue. Sintomas como febre, manchas vermelhas, dores musculares e articulares, dor de cabeça e coceira são comuns. Em casos mais graves, pode levar à morte.

“A vacina contra a dengue foi criada para prevenir a manifestação do vírus. Como a dengue é um vírus incurável e que pode levar a complicações sérias, dependendo de sua infecção, a vacina é uma forma de prevenir a doença, principalmente suas formas mais graves”, conta a especialista.

Ela lembra, no entanto, que a versão da vacina que está disponível nas rede privada desde meados do ano passado e que chega a partir de fevereiro no Sistema Único de Saúde (SUS) protege apenas contra o vírus da dengue, sendo recomendada para pessoas com idade entre 4 e 60 anos de idade. O Ministério da Saúde esclarece tudo aqui.

Rotavírus

Transmitido por via fecal-oral, através do contato direto com água, objetos e alimentos contaminados, o rotavírus se manifesta com mais frequência durante o verão, sendo a sua imunização importante, especialmente entre as crianças com menos de 5 anos, pois essa doença pode causar sintomas como vômitos, febre e desidratação.

“A prevenção eficaz contra o rotavírus é a vacinação, com duas opções disponíveis: a vacina oral monovalente (VRH1) e a oral atenuada pentavalente (VR5), que diferem na quantidade de vírus “enfraquecido” em sua composição. A vacinação é recomendada para bebês de 6 semanas a 8 meses, sendo a primeira dose obrigatória até os 3 meses e 15 dias, e a última dose até os 7 meses e 29 dias”, explica Kátia.

Hepatite A

Outra enfermidade muito comum durante o verão, a Hepatite A pode causar febre, perda de apetite, cansaço, dor abdominal, enjoo, vômito, pele ou olhos amarelados, sendo transmitida pela via fecal-oral, além de água e alimentos contaminados pelo vírus HAV.

“A Hepatite A pode ser prevenida através da vacinação. A recomendação é que crianças a partir de um ano de idade recebam a primeira dose, seguida pela segunda dose seis meses após”, conta a especialista.

Febre Amarela

É uma doença infecciosa transmitida por mosquitos, e a vacina contra ela é essencial, especialmente para quem viaja. “A vacina contra Febre Amarela é recomendada para crianças a partir de 9 meses, adolescentes e adultos, além de pessoas que planejam viajar para áreas de risco. Os sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça, dor nas costas, dor no corpo, náuseas, vômitos e fraqueza”, explica Kátia.

Covid-19 e Influenza

A temporada do verão também traz um alerta para a disseminação dos vírus respiratórios, como a Covid e a Influenza, uma vez que por ser um período de férias escolares, festividades e alta temporada de viagens há uma tendência maior de aglomeração de pessoas.

“A vacinação é a principal forma de prevenção para essas doenças, sendo que os seus imunizantes devem ser aplicados anualmente, devido às variações dos vírus. Para prevenir essas doenças é fundamental estar com o calendário vacinal em dia”, explica Kátia.

Cartilha de Verão 2024 do Cremerj alerta sobre dengue e outras doenças

Material traz dicas de saúde e dá orientações sobre como evitar a dengue e outras doenças mais comuns nesta estação

O combate ao mosquito Aedes aegypti e de doenças causadas por ele é um dos destaques da Cartilha de Verão 2024, recém-lançada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). Em formato digital, o guia é ilustrado e traz orientações sobre cuidados para evitar as doenças mais comuns dessa estação, sendo a dengue uma delas. O material traz ainda informações sobre insolação, desidratação, intoxicação alimentar, reações alérgicas, conjuntivite e otite. A cartilha é totalmente gratuito e está disponível para download no site do Cremerj.

Com o aumento do número de casos de dengue no país, conforme divulgado nesta terça-feira (30), pelo Ministério da Saúde, é fundamental estar bem-informado sobre como evitá-la e de que forma reconhecer os sintomas para buscar assistência médica adequada. É importante lembrar que, além da dengue, o Aedes aegypti transmite outras doenças, como zika e chikungunya.

Entre as orientações, estão usar repelentes, principalmente crianças e gestantes, e evitar água parada em casa ou em qualquer estabelecimento, conferindo vasos de plantas, recipientes vazios, dentre outros. A vigilância deve ser redobrada em especial após as recentes temporadas de chuva.

“Toda a atenção deve ser dada neste período. É um dever de todos nós combater o mosquito Aedes aegypti. Além disso, vale reforçar a importância de procurar um médico, se sentir qualquer sintoma e nunca se automedicar, pois os riscos são muito altos”, explica o presidente do Cremerj, Walter Palis.

Com Assessorias

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