Uma semana internada e nunca imaginei que estaria em uma situação tão delicada e complicada, mas eu e minha filha, somos filhas de um Deus amoroso e fiel. Aqui no hospital cada dia é uma vitória”, desabafou nesta segunda-feira (27/1). Grávida da primeira filha, Sofia, fruto de seu relacionamento com o ator Ricardo Vianna, ela segue internada na UTI semi-intensiva no Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo.
Especialistas destacam cuidados e riscos da condição na gestação
Todos os dias, cerca de 810 mulheres morrem em todo o mundo por complicações relacionadas à gestação ou parto. As síndromes hipertensivas são a principal causa de morte materna no Brasil e a terceira no mundo, evidenciando a gravidade da condição e a necessidade de assistência médica adequada.
A pré-eclâmpsia é caracterizada pelo aumento da pressão arterial (acima de 140/90 mmHg) e pela presença de proteína na urina (proteinúria) após 20 semanas de gestação – em mulheres que, anteriormente, apresentam pressão arterial normal.
A condição pode surgir em diferentes momentos da gravidez, sendo, de 20 a 24 semanas considerada pré-eclâmpsia leve, de 24 a 28 semanas, pré-eclâmpsia moderada, de 28 a 32 semanas há uma maior incidência de casos graves e após 34 semanas há um aumento do risco de eclâmpsia (convulsões), complicações renais e até hemorragias cerebrais.
As principais complicações da pré-eclâmpsia
O problema pode afetar não apenas a mãe, mas também o desenvolvimento do bebê, o que pode representar um risco para saúde de ambos. Complicações da pré-eclâmpsia, como a eclâmpsia, quando se associam a convulsões, aumentam os riscos para a gestante e o bebê.
A condição impede que o bebê receba a quantidade de nutrientes e de oxigênio necessários para seu desenvolvimento adequado. Já a gestante pode apresentar complicações graves, como eclâmpsia, síndrome HELLP, descolamento de placenta e parto prematuro.
O quadro também está associado a complicações neurológicas e renais e insuficiência cardíaca. Estudos que mostram que o risco de desenvolver doença isquêmica do coração aumenta em 30% ao longo da vida para a mãe e o bebê que desenvolveram pré-eclâmpsia.
A importância do diagnóstico precoce
A internação recente da cantora Lexa trouxe à tona um alerta para gestantes e familiares sobre os riscos e a importância da detecção precoce da pré-eclâmpsia e do acompanhamento médico para evitar consequências potencialmente fatais para a mãe e o bebê.
De acordo com Camila Bolonhezi, ginecologista e obstetra do Instituto Macabi, “o diagnóstico precoce e o acompanhamento no pré-natal são essenciais para prevenir complicações que podem comprometer a saúde da mãe e do bebê”.
Fatores de risco
Os fatores de risco incluem obesidade, hipertensão pré-existente, idade materna acima de 40 anos e histórico familiar, conforme explica Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana.
Embora algumas mulheres apresentem maior predisposição, hábitos saudáveis, controle de peso e suplementação de cálcio e aspirina podem reduzir os riscos de desenvolver a condição”, reforça o médico.
Pré-natal é indispensável para o diagnóstico precoce
De acordo com a ginecologista e obstetra Renata Moedim, a condição pode evoluir de forma silenciosa, mas em casos graves, como o de Lexa, pode levar a afastamentos obrigatórios, internações e até ao parto prematuro para preservar a vida da mãe e do bebê.
Os riscos para o bebê incluem crescimento limitado, baixo peso ao nascer, parto prematuro e, em casos extremos, morte fetal. Para a mãe, a pré-eclâmpsia pode causar hipertensão crônica, insuficiência renal, doenças cardíacas e hemorragias pós-parto”, diz Dra. Renata.
Além de medidas preventivas, o acompanhamento pré-natal contínuo é indispensável para o diagnóstico e manejo da condição. Exames periódicos, ultrassonografias com Doppler e monitoramento da pressão arterial ajudam a identificar sinais de risco. O manejo precoce e adequado durante a gestação, parto e puerpério pode evitar a maioria das complicações e mortes associadas às síndromes hipertensivas.
Como identificar os sinais
Ela orienta que sinais como dor de cabeça persistente, visão embaçada, inchaço repentino, dor abdominal superior e aumento acelerado de peso sejam levados a sério. “Esses sintomas podem indicar que a condição está se agravando, e o acompanhamento imediato é crucial para evitar complicações maiores”, explica.
No caso de Lexa, o afastamento das atividades foi recomendado para controle rigoroso da pressão arterial e monitoramento constante do bem-estar do bebê. “Muitas vezes, é necessário reduzir o nível de estresse, controlar a dieta, administrar medicamentos antihipertensivos e realizar exames frequentes para acompanhar a vitalidade fetal”, acrescenta Dra. Renata.
O que fazer para prevenir a pré-eclâmpsia?
Para reduzir o risco de desenvolver pré-eclâmpsia, a especialista recomenda o controle do peso por uma dieta com baixo teor de sódio, a prática de atividade física regular e o acompanhamento médico rigoroso no pré-natal.
Embora a maioria dos casos seja controlada após o parto, tanto a mãe quanto o bebê podem enfrentar sequelas a longo prazo, como hipertensão crônica para a mãe e dificuldades neurológicas para o bebê”, diz.
A internação de Lexa serve como um importante lembrete da necessidade de cuidados médicos e da conscientização sobre as síndromes hipertensivas na gravidez. Gestantes devem priorizar o acompanhamento pré-natal para assegurar sua saúde e a do bebê.
O caso da cantora Lexa é um alerta sobre a seriedade da pré-eclâmpsia e reforça a necessidade de um pré-natal bem monitorado. Diagnóstico precoce e cuidado contínuo podem salvar vidas”, conclui Dra. Renata Moedim.
Como tratar
Em casos graves, como o de Lexa, o manejo clínico inclui internação, administração de medicamentos anti-hipertensivos e, em muitos casos, a necessidade de parto antecipado. Paula Beatriz Fettback, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana, esclarece:
Em situações de pré-eclâmpsia grave, priorizamos estabilizar o quadro da mãe e a maturação pulmonar do bebê para evitar complicações severas. No entanto, o risco de eclâmpsia e complicações como insuficiência hepática ou renal é elevado”.
Com Assessorias
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