O jornalista, roteirista e músico Flávio Augusto Falcão Neto teve um infarto fulminante, aos 63 anos, neste domingo, 1º de outubro, no Rio de Janeiro. Falcão, como era conhecido, passou por veículos como O Globo, Jornal dos Sports, Placar, Extra e O Dia, e dedicou os últimos anos da carreira ao Cinema. Era casado com a também jornalista e roteirista Letícia Helena, com quem tinha três filhos. O velório, seguido de cremação, aconteceu nesta segunda-feira (2), no Crematório da Penitência, no Caju.
“O jornalismo e o cinema perdem um profissional dedicado e engajado com as melhores práticas. Era conhecido entre os colegas por sua serenidade e comprometimento ético”, escreveu Jorge Antonio Barros, editor do Quarentena News. Segundo a fanpage, Falcão se reinventou como roteirista, depois de uma bem-sucedida carreira nas redações de grandes veículos, “sonho de muitos profissionais de imprensa”. Também coordenou a comunicação social do Ministério Público do Estado do Rio.
Flávio Falcão gostava de música, gastronomia e vinhos e se dedicava ao cinema (Foto: Reprodução Instagram)

Querido e muito respeitado entre os colegas do Jornalismo, Falcão morreu dormindo, assim como a também jornalista Paula Pires, de 58 anos, em 1º de fevereiro, também no Rio – ela foi da TV Globo, Revista Manchete, Jornal do Commercio e Correio Braziliense. No dia 4 de outubro de 2020, pela mesma causa e do mesmo jeito, só que em São Paulo, morria também o jornalista, pesquisador e músico Zuza Homem de Mello, aos 87 anos.

Em julho de 2019, o jornalista Paulo Henrique Amorim, morreu aos 77 anos, em sua casa no Rio, após sofrer um infarto fulminante. O jornalista teve passagem pelas principais emissoras do país, como Globo, Bandeirantes, Cultura e Record, onde apresentava o programa Domingo Espetacular. Seu velório lotou o saguão do 9º andar da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Naquele mesmo ano e mês, o jornalista Paulo Cézar Fialho de Carvalho, 47, do Extra, também morria no Rio, vítima de infarto. Ele estava com um dos filhos em um evento no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, quando passou mal. Paulo chegou a ser atendido pela equipe do posto de saúde local, e encaminhado de ambulância para o Hospital Lourenço Jorge, onde já chegou sem vida.
Em Volta Redonda, no Sul Fluminense, outro jornalista morreu da mesma causa no último dia 23 de setembro. José Roberto Mendonça, de 73 anos, que fundou o site de notícias Destaque Popular, infartou em casa, no bairro Belmonte, enquanto estava no banho. O jornalista chegou a ser socorrido para um hospital particular, mas não resistiu.

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Mas por que acontece um infarto fulminante e como é possível evitar?

Como mostramos em nosso Especial Coração – em homenagem ao Dia Mundial do Coração, lembrado na última sexta-feira (29) – o infarto agudo do miocárdio (IAM) está quase sempre esta ligado ao aumento da pressão arterial, causado muitas vezes por estresse. Mas é importante lembrar que, ainda que grave, a condição pode ser controlada e, em alguns casos, até mesmo prevenida.

“Sabemos que 90% dos casos de hipertensão arterial é herdada geneticamente. Porém, alguns hábitos podem influenciar no aumento da pressão, como tabagismo, consumo de álcool, obesidade, sedentarismo, colesterol alto, consumo excessivo de sal e estresse“, diz o cardiologista e diretor Médico do Qsaúde Ricardo Casalino.

O infarto se torna ainda mais perigoso às pessoas que têm muitos fatores de riscos para as doenças cardiovasculares. “Por isso, é imprescindível realizar o check-up cardiológico anualmente, praticar exercícios físicos com orientação de especialista e, ainda, consumir alimentos saudáveis, evitar gorduras e sal em excesso”, orienta Leandro Costa,  cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Comuns em homens, infartos podem ser causa de morte súbita

Infartos são mais frequentes em homens, especialmente a partir dos 45 anos, embora sejam mais fulminantes em mulheres. A dor no peito é um dos principais sintomas, com a sensação que pode irradiar para o braço esquerdo. Os sintomas mais genéricos, como tontura, suor intenso e náuseas podem aparecer, mas há casos em que o episódio ocorra de forma silenciosa.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a morte súbita cardíaca (MSC) é a morte natural e inesperada de causa cardíaca que ocorre no período de até 1 hora desde o início dos sintomas, quando há testemunha, ou que ocorre nas últimas 24 horas quando não há testemunha.

infarto agudo fatal, por exemplo, é uma das causas de morte súbita. Mas muitas pessoas que tiveram o diagnóstico de infarto fulminante, na verdade, apresentaram uma morte súbita, não necessariamente decorrente de infarto.

Segundo os médicos do Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC), de São José do Rio Preto (SP), da holding Hospital Care, entre as doenças genéticas (às vezes assintomáticas) mais comuns que oferecem maior risco de morte súbita estão a cardiomiopatia hipertrófica, a displasia arritmogênica de ventrículo direito, a síndrome do QT longo, a síndrome de Brugada e a taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica.

Como reconhecer um infarto

Uma pessoa pode sofrer um infarto agudo do miocárdio quando há algum bloqueio no fluxo sanguíneo para o coração, geralmente causado por placas de gordura e outras substâncias nas paredes das artérias e de vasos que levem ao órgão. Sem sangue, a artéria fica sem oxigênio e morre. Isso impede que o órgão funcione por algum tempo, causando necrose de parte do tecido do coração ou dano irreversível, podendo ser fatal para a pessoa.

De acordo com os especialistas em cardiologia da Rede D´or São Luiz, o infarto costuma ser o fim de um processo de desgaste das artérias. Homens com mais de 45 anos e mulheres com mais de 55 estão mais vulneráveis a passar pelo problema.

Além de se cuidar e prevenir, é importante reconhecer quando pode estar havendo um infarto e, assim, obter o socorro mais rapidamente possível.

Os sinais mais comuns do infarto são a dor – leve ou aguda – no peito e dor que irradia do peito para outros lugares do corpo, geralmente braço esquerdo, pescoço e mandíbula.

Outros sintomas são as sensações de compressão no peito por mais de 30 minutos e de queimação no peito similar à da azia. A pessoa pode desmaiar ou reclamar de tontura, ficar pálida, ter vômitos, palpitações e falta de ar, além de suar frio, ter ansiedade, agitação ou sonolência.

Mulheres geralmente se queixam de uma dor no peito similar a agulhadas ou pequenas facadas. Pessoas diabéticas ou idosas podem sentir falta de ar, sem apresentar outro sintoma.

Sinais pouco comuns, mas também relacionados ao infarto são enjoo, mal-estar geral, cansaço excessivo, sem causa aparente, e dor no abdome, semelhante à gastrite ou esofagite de refluxo.

Diante de sintomas, é recomendado fazer uso de aspirina ou outro medicamento com o mesmo efeito caso a pessoa seja alérgica. Imediantamente, deve-se solicitar o atendimento de uma equipe de emergência ou levar o paciente para um hospital.

Diagnóstico e tratamento

No hospital, será realizado um eletrocardiograma (EGC) para verificar se houve ataque cardíaco e qual o tipo específico, o que orienta o atendimento imediato.

Para complementar, são feitos exames de sangue para checar as doses de enzimas que surgem após a lesão cardíaca, quando é solicitada a dosagem de CPK para avaliar o infarto, junto com outros marcadores, principalmente, como a mioglobina e a troponina.

Dependendo do tipo do infarto, pode ser necessário o cateterismo para acessar as artérias com circulação interrompida. Logo em seguida, a angioplastia coronária é realizada para desobstruí-la. Os procedimentos são pouco invasivos e com histórico de resultados positivos.

Também conforme a situação, pode ser necessário o implante de um stent ou uma cirurgia de “safena”, que é a revascularização do miocárdio, para salvar o paciente.

Flávio Falcão: uma biografia entre o jornalismo e os roteiros de cinema

O Quarentena News lembrou que Flávio Augusto Falcão teve roteiros premiados, embora tivesse começado há pouco tempo no cinema. Sua biografia na Rio Filme é extensa. Entre 2014 e 2018, participou de cursos de roteiro, de humor, construção de personagens, montagem de bíblia e pitching, no Centro de Artes Laranjeiras (CAL), na ESPM, na Levante42 e no Telezoom.
Foi um dos roteiristas da segunda temporada da série de comédia “República do Peru” (Amazon Prime e TV Brasil/2019) e co-roteirista no longa “Cuba ou Nada”, (com Sônia Rodrigues), aprovado pela Ancine. Assinaou roteiros de trabalhos aprovados pela Ancine: a série de ação “Piloto de Fuga”, no Prodav 5; e a série documental “Como jogar o segundo tempo”, no Prodav 2, para a TV PE, de Pernambuco.
Vencedor do concurso Novos Roteiros da OEI (Organização Ibero Americano), com o longa (comédia histórica) “Pedro Terceiro”, em 2020. Venceu o pitching do Festival Rota 2018, com mesmo projeto “Pedro Terceiro”; e o pitching do Festival Rota 2019, com o projeto de série “Insano” (drama). Foi finalista da Escola de Séries com os projetos “Insano” e “Van Filosofia” (comédia); e do Mercado de Ideias Audiovisuais da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, categoria Regional, com o roteiro do longa “João e Bob” (longa infanto-juvenil).
Apaixonado por vinhos e gastronomia, entre 2010 e 2014, fez cursos de sommeliers básico e avançado na Associação Brasileira de Sommeliers (ABS). E, como dizia, gostava de “levar a vida na flauta”, exímio flautista que era.
“Ainda lembro do dia em que Flávio Augusto Falcão Neto chegou pra mim e anunciou: “Marquinho, vou levar a vida na flauta!”. Tomei um susto, porque imaginei que estaria se aposentando e ele era meu parceiro no fechamento do ‘Expresso’. Mas não, estava empolgado com o hobby na música que, ano após ano, viraria uma paixão ainda maior”, contou Marco Erre no Facebook.
O jornalista contou que os dois trabalharam anos juntos também no dia a dia da Geral do Extra e em equipes especiais de coberturas de Copas e Olimpíadas. “Foram fechamentos e mais fechamentos sem fim, jantares no jornal e cervejas na esquina. Hoje soube que ele se foi, tocará lá de cima as músicas da sua vida. Valeu, Falconete!”, despediu-se.
Com informações de assessorias
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