A incontinência urinária é um problema que atinge cerca de 10 milhões de brasileiros, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde (MS). Porém, idosos apresentam ainda mais chance de ter algum grau dessa condição, o que impacta na qualidade de vida e bem-estar físico e emocional. O Dia Mundial da Incontinência Urináriaé lembrado no dia 14 de março. A data foi escolhida para promover a conscientização sobre a doença, a prevenção e o tratamento.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU),incontinência urinária (IU) em idosos é mais prevalente em pessoas com mais de 60 anos. Cercada por tabus e falta de informação, a incontinência urinária é uma condição comumente associada ao público feminino, mas atinge também homens, principalmente acima dos 60 anos. Ela se caracteriza pela perda involuntária de urina, resultando em desconforto e impacto significativo na qualidade de vida.

A incontinência urinária masculina ocorre quando os músculos ou nervos responsáveis pelo controle da bexiga não funcionam corretamente, o que leva à perda involuntária de urina, conforme explica o médico urologista e professor do curso de Medicina da Uniderp, Ari Miotto Junior.

Essa condição pode ser causada por diversos fatores, como envelhecimento, problemas de próstata (como hiperplasia benigna ou câncer), cirurgias urológicas, lesões na medula espinhal, ou até distúrbios neurológicos.

Doenças como diabetes, AVC, Parkinson, doenças cardíacas e esclerose múltipla também podem afetar o controle da bexiga, devido a danos nos nervos ou nos músculos envolvidos na micção.

É importante destacar que a incontinência urinária masculina pode variar em intensidade, desde pequenos vazamentos até a perda total do controle da bexiga”, esclarece.

Alterações hormonais nas mulheres

Mulheres idosas apresentam risco elevado dos escapes de xixi quando comparado aos homens: cerca de 23% das mulheres entre 60 e 79 anos manifestaram incontinência urinária, contra 5% de casos na mesma faixa etária em homens. O índice aumenta ainda mais em pessoas com mais de 80 anos: 32% em mulheres e 7% em homens.

Alterações hormonais (principalmente em mulheres) também podem propiciar aumento de quadros de incontinência urináriaIsso ocorre em virtude da diminuição dos níveis de estrogênio após a menopausa e pode enfraquecer os músculos da pelve e uretra.

Um dos principais problemas, além do desgaste dos músculos, é a obesidade. O excesso de peso pressiona a bexiga e os músculos da pelve, o que pode levar à incontinência urinária, especialmente a de esforço.

A incontinência urinária é uma condição que pode ser tratada de forma eficaz, especialmente com o diagnóstico precoce. Para as mulheres idosas, o controle do peso, exercícios para o fortalecimento da pelve e, em alguns casos, tratamentos médicos adequados, são fundamentais para melhorar a qualidade de vida e reduzir os sintomas. Mas é possível ainda apostar na redução da ingestão de líquidos, evitar consumo de cafeína, além de ter rotina e horários predeterminados para ir ao banheiro”, orienta Mauricio Ventura, geriatra do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).

Sinais da incontinência urinária masculina

Os principais sinais da incontinência urinária masculina incluem:

  • Vazamento de urina ao tossir, espirrar ou rir;
  • Urgência urinária, com necessidade de urinar de forma repentina e frequente;
  • Perda de urina durante a prática de atividades físicas;
  • Sensação de que a bexiga não esvaziou completamente após a micção;
  • Vazamentos involuntários que ocorrem durante a noite.

Como tratar a incontinência urinária?

O tratamento da incontinência urinária depende da causa subjacente da condição e da gravidade dos sintomas. As opções de tratamento incluem:

  1. Mudanças no estilo de vida: A adoção de hábitos saudáveis, como a perda de peso, redução da ingestão de líquidos antes de dormir e evitar bebidas em excesso (café, álcool) pode ajudar a controlar os sintomas.
  2. Exercícios do assoalho pélvico: Técnicas como os exercícios de Kegel, que visam fortalecer os músculos da pelve, podem ser eficazes para melhorar o controle da bexiga.
  3. Medicamentos: Em alguns casos, medicamentos que ajudam a relaxar a bexiga ou melhorar a função muscular podem ser prescritos.
  4. Cirurgias: Quando a incontinência é mais grave e não responde a outros tratamentos, intervenções cirúrgicas, como a instalação de um esfíncter artificial ou reparo das estruturas da bexiga, podem ser necessárias.
  5. Terapias comportamentais: A reabilitação da bexiga, que consiste em treinar a bexiga para aumentar a capacidade e o controle da micção, também pode ser indicada.

Com Assessorias

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