Incontinência urinária é um problema muito mais comum e presente do que imaginamos. Quem nunca, ao tossir, perdeu um pouco de xixi? Ou, até mesmo, quando dá uma risada? A incontinência urinária define-se como “a queixa de qualquer vazamento involuntário de urina” e é um problema comum na população feminina, com taxas de prevalência variando entre 10% e 55% em mulheres de 15 a 64 anos.

Muitos fatores predispõem a perda urinária. Um deles é a raça: mulheres brancas perdem mais urina do que as negras. Outro é a gravidez, um fator predisponente, principalmente com o parto normal; e a obesidade também pode ser considerada fator de risco, entre outros. Mas algumas novidades em pesquisas vêm surgindo como esperança no tratamento do problema.

A ginecologista Loreta Canivilo explica que o tratamento com laser vaginal é indicado para quadros leves de incontinência urinária e para mulheres que sofrem com a falta de lubrificação. “O laser vaginal é o melhor e mais moderno método, capaz de apresentar resultados logo após a primeira sessão”, afirma a especialista.

No entanto, uma ampla parcela das mulheres desconhece a finalidade desse procedimento – e para entender o objetivo do laser vaginal a médica expõe como o procedimento funciona.

“O laser vaginal é um tratamento muito atual e praticamente indolor, feito com um aparelho que é inserido na vagina, emitindo uma luz que atinge o tecido e gera calor. Essa ação provoca microlesões na derme vulvar ou na mucosa vaginal capazes de rejuvenescer o tecido e fazer com que a questão hormonal se refaça na vagina”.

A médica explica que de acordo com o protocolo, recomenda-se que sejam realizadas três sessões, porém, caso a paciente apresentar uma melhora significativa logo após a primeira sessão, as demais podem ser descartadas.

O tratamento, além de proporcionar uma melhora na qualidade de vida, também pode contribuir para o aumento da sua autoestima – afinal, aproveitar todos os momentos de forma plena – e sem dor – nos deixa seguras e felizes, ressalta Dra. Loreta.

Laser também pode ajudar no ressecamento vaginal

A diminuição ou ausência da lubrificação vaginal é um problema que afeta muitas mulheres, principalmente aquelas que estão no climatério ou menopausa. Para aquelas mulheres que não desejam ou não podem fazer a reposição hormonal, o laser ginecológico é uma excelente alternativa para melhorar a libido e diminuir a dor durante a relação sexual, trazendo mais autoestima e qualidade de vida para mulheres que sofrem com o ressecamento vaginal.

O que o laser faz?

O laser vaginal, principalmente o laser de CO2 (Dióxido de carbono), cada vez mais mostra sua importância para a saúde feminina. Para Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), esta tecnologia é “nível A” de evidência na conduta do tratamento.

“Nas sessões de laser vaginal, um tubo emite o CO2, que quebra o colágeno da parede vaginal, melhorando a elasticidade desta região e estimulando as glândulas vaginais a produzir novamente uma lubrificação fisiológica, diminuindo a secura”, diz o médico.

Em qual situação o procedimento é indicado?

Esse procedimento é indicado para pacientes que têm queixas ao urinar, como em alguns casos de incontinência urinária; dor na região vaginal, ou em casos de atrofia vaginal. Também é indicado para mulheres na menopausa que apresentem secura vaginal ou em mulheres que sentem dores nas relações sexuais.

O laser melhora todo o ambiente vaginal de forma fracionada, e vale destacar que são necessárias de três a quatro sessões para se atingir um excelente benefício. E, dependendo da resposta de cada mulher, a duração desses efeitos perduram por até 2 anos.

“Este mesmo laser também é usado para fins estéticos. Usamos na plástica vaginal, para aquelas mulheres com flacidez na vulva”, comenta o ginecologista.

O laser vaginal possui muitos benefícios e por isso está cada vez mais sendo utilizado para beneficiar as pacientes e entregar uma melhor qualidade de vida, principalmente na menopausa.

“Cada vez mais recebo em meu consultório mulheres que se informaram e estão querendo ter o benefício do laser ginecológico para a melhora de toda sua função vaginal. A mulher na menopausa tem o direito de se sentir perfeitamente bem, sem queixas que a incomodem e acima de tudo com sua saúde plena. Asseguro a vocês que a melhora é impressionante e, muitas vezes, acaba sendo mais efetivo do que o uso hidratante vaginal, que a mulher irá usar praticamente de duas a três vezes por semana durante toda a sua vida”, finaliza Tcherniakovsky.

Novo tratamento para incontinência urinária por estresse

Músculo esquelético regenerado e sintomas de incontinência urinária por esforço em pesquisa pré-clínica sugerem melhora após o uso de uma substância livre de células descoberta na Mayo Clinic. As equipes do Dr. Atta Behfar, Ph.D. e do Dr. Emanuel Trabuco lideram a pesquisa em uma colaboração entre os Departamentos de Medicina Cardiovascular e de Obstetrícia e Ginecologia da Mayo Clinic. O artigo foi publicado na revista NPJ Regenerative Medicine.

“O tratamento cirúrgico para a incontinência urinária por esforço, uma condição que atinge 25 milhões de mulheres, diminuiu significativamente devido às preocupações com os efeitos colaterais negativos”, diz o Dr. Trabuco. “Isso levou muitas mulheres a adiar o tratamento e a sofrer desnecessariamente”.

“Esperamos desenvolver uma abordagem minimamente invasiva, não celular e baseada em exossomos de regeneração muscular para incontinência urinária que não apenas atinja a causa subjacente da condição, mas também evite o problema com as opções cirúrgicas invasivas disponíveis atualmente.”

Centro de Bioterapias Regenerativas da Mayo Clinic apoia essa pesquisa como parte do objetivo de oferecer novas curas para a prática clínica, especialmente para condições raras e complexas.

Pesquisa ainda depende de ensaios clínicos

Serão necessários ensaios clínicos para verificar a segurança e a eficácia do uso de produtos de exossomos para incontinência urinária por esforço em humanos. Os testes clínicos de terapias baseadas em exossomos são uma parte essencial do processo, conforme determinado pela Food and Drug Administration (FDA), para provar a segurança e o benefício das tecnologias antes que elas estejam disponíveis para uso nos cuidados clínicos diários.

A equipe da pesquisa usou um produto de exossomos purificado regenerativo derivado de plaquetas, conhecido como PEP, para enviar mensagens para as células dos modelos pré-clínicos. Os exossomos são vesículas extracelulares que funcionam como um serviço de entrega que transporta a carga de uma célula para outra, com instruções para se direcionarem aos tecidos exatos que precisam de reparo.

O estudo sugere que o uso de produtos de exossomos purificados alivia a incontinência urinária por esforço por ruptura musculoesquelética em animais. A equipe não detectou nenhuma infecção ou toxicidade extra-alvo com a aplicação de exossomos.

“A degeneração musculoesquelética é uma das principais causas de morbidade. Nossa pesquisa busca avançar no desenvolvimento de tecnologias prontas para uso para regeneração musculoesquelética. Nossa esperança é oferecer novas opções terapêuticas para a saúde humana e que poderiam ter implicações em ortopedia e cirurgia reconstrutiva, conforme avaliado nesta publicação”, diz o Dr. Behfar, diretor do Programa de Medicina Regenerativa Cardíaca Van Cleve da Mayo Clinic e codiretor de Inovação em Biologia do Departamento de Medicina Cardiovascular.

Com Assessorias

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