Homens também podem ter varizes: veja 4 dicas para preveni-las

Além das varizes, saiba quais são as doenças do sistema vascular que mais acometem o sexo masculino e preocupam especialistas

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Quando se fala em varizes é normal que as pessoas liguem o problema exclusivamente ao público feminino. Tanto é verdade que a maioria dos produtos oferecidos para combater a dilatação das veias, tais como meias ou cremes, miram as mulheres. No entanto, as varizes também afetam pessoas do sexo masculino. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), 30% dos homens brasileiros apresentam dilatações nas veias, principalmente nas pernas e nos pés.

As varizes dos membros inferiores (pernas) podem afetar até 56% dos homens e normalmente não apresentam quaisquer sinais, mas podem provocar, nos casos mais graves e avançados, feridas na perna recorrentes, de difícil cicatrização. Em alguns casos, o indivíduo tem inchaço e desconforto nas pernas mais intensos ao final do dia, mas que melhoram ao caminhar ou deitar.

Para as doenças venosas, o avançar da idade, o sedentarismo, a obesidade e certos hábitos posturais, como ficar muito tempo sentado ou em pé parado, contribuem para um maior risco da doença, além da predisposição genética. Já as telangiectasias, chamadas de “vasinhos”, são vasos de calibre muito fino e bastante superficiais. Eles são mais comuns em mulheres (56% a 71%) do que em homens (36% a 44%) por questões hormonais, e provocam desconforto essencialmente estético.

Márcio Steinbruch, cirurgião vascular e membro da SBACV, explica que as varizes podem surgir pelos mais variados motivos, seja fator genético, excesso de peso ou hábitos que prejudicam a circulação sanguínea, como ficar muito tempo em pé ou sentado. Os incômodos causados pelas varizes vão além das questões estéticas.

“Essas dilatações podem provocar coceira, dor, inchaço, sensibilidade e, em casos mais graves, até trombose. Por isso, a prevenção e o tratamento precoce são tão importantes”, esclarece o especialista.

Para que menos pessoas, inclusive homens, sofram com tal problema, o especialista listou quatro dicas para preveni-lo ou amenizá-lo. Veja:

1.Cuidado com a alimentação e o peso

A obesidade não pode ser encarada como uma “afronta” ao padrão de beleza estipulado pela sociedade, mas deve ser evitada por questões de saúde. “Quanto maior for o excesso de peso, mais chances de surgir varizes”, explicou o cirurgião.

Além disso, ele também alertou sobre a importância da escolha de alimentos. “Insira produtos ricos em fibras para o seu cardápio e diminua as chances de constipação intestinal, disfunção que também colabora para a dilatação das veias dos membros inferiores”, continuou.

2.Não permanecer muito tempo em pé ou sentado

Dr. Márcio Steinbruch também chamou a atenção para hábitos, que muitas vezes parecem inofensivos, mas que podem causar um grande mal à saúde.

“Se você trabalha o dia inteiro em frente a um computador, sentado, tire alguns minutos do dia para fazer uma pequena caminhada durante a sua jornada. Caso o seu trabalho seja realizado em pé, também é necessário que encontre uma cadeira para se sentar de vez em quando”.

3.Faça exercícios físicos

A realização contínua de atividades físicas mantém a circulação sanguínea em dia e colabora para a prevenção das varizes. “O ideal é que, pelo menos, três vezes por semana, meia hora por dia, as pessoas se exercitem. Mas sempre com o acompanhamento de um profissional de educação física, pois uma atividade malfeita pode causar uma lesão ou agravar ainda mais a situação”, argumentou Dr. Márcio.

4.Consulte um médico

Por fim, o cirurgião afirmou que, ao aparecer os primeiros sintomas, a pessoa deve procurar um médico vascular imediatamente. “Um tratamento assertivo e precoce pode impedir que as dilatações evoluam e se tornem irreversíveis”, concluiu o médico, que tem especialização em cirurgia vascular pelo Hospital das Clínicas da FMUSP e título de especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

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Homens dão menos importância à saúde vascular do que as mulheres

Além das varizes,  outras doenças vasculares periféricas (exceto coração e cérebro) mais frequentes entre os homens são as doenças arteriais, como aneurismas (especialmente o da aorta, que atinge entre 4% a 8% dos homens acima dos 50 anos) e a doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), que tem sua frequência progressivamente aumentada quanto maior a faixa etária, chegando a quase 20% dos homens acima dos 86 anos de idade.

Os sintomas das doenças vasculares variam bastante. Os aneurismas são dilatações de segmentos de artérias que podem provocar trombose do vaso, embolia de pequenos fragmentos de trombos (quando coágulos se desprendem e fecham vasos mais adiante do local onde foram formados) ou rotura. Cada tipo de complicação tem frequência maior ou menor dependendo do vaso aneurismático.

O aneurisma de aorta, por exemplo, tem como complicação mais frequente e temida a ruptura, evento que provoca morte em aproximadamente 75% dos casos. Via de regra, os aneurismas não provocam sintomas na maior parte das vezes, o que faz com que seja uma doença bastante traiçoeira.

A doença arterial obstrutiva periférica é mais comum nas artérias que irrigam as pernas e têm como sintomas mais frequentes a dor na panturrilha, que aparece somente quando o paciente caminha, e desaparece quando a caminhada é interrompida. Em fases mais avançadas, a pessoa pode ter dor mesmo em repouso, além de apresentar gangrena em parte do pé, e isso representa um alto risco de amputação da perna. Mesmo quando não apresenta sintomas, a DAOP é importante, visto que está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares (infarto do coração e acidente vascular cerebral).

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Acúmulo de gordura nas artérias é a principal causa

Segundo o cirurgião vascular e coordenador da Comissão de Doenças Arteriais da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP, Antonio Eduardo Zerati, as doenças arteriais obstrutivas têm na aterosclerose a principal causa. A aterosclerose é provocada por acúmulo de gordura na parede das artérias, que, com o tempo, fecham o interior do vaso e reduzem a passagem de sangue.

A aterosclerose tem maior frequência em indivíduos mais idosos e está associada também a doenças como pressão alta, diabetes, colesterol elevado, além de hábitos como o tabagismo e sedentarismo. Os aneurismas mais frequentes são os conhecidos como “degenerativos” e também estão associados aos mesmos fatores de risco para aterosclerose (hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes, tabagismo), além da predisposição genética.

Dr. Zerati explica ainda que, apesar da predisposição genética estar envolvida em algumas doenças circulatórias, o estilo de vida tem papel crucial no surgimento, desenvolvimento e agravamento de doenças circulatórias, tanto venosas como arteriais. Ele ressalta que a partir dos 40 anos, um processo conhecido como sarcopenia (atrofia da musculatura) costuma se desenvolver tanto no homem quanto na mulher, de modo que exercícios que promovam o fortalecimento muscular tornam-se importantes para conter esse processo, resultando numa melhora da qualidade de vida.

O cirurgião vascular reforça que uma alimentação saudável, balanceada, não fumar, além de exercícios físicos regulares melhoram a saúde vascular e reduzem o risco de doenças como pressão alta, diabetes, obesidade, que têm forte associação com problemas circulatórios não só periféricos (pernas), mas também cardíacos e cerebrais.

“É muito importante que os homens se atentem mais à sua saúde antes que ela se torne um problema. A preocupação e os cuidados com a própria saúde não são sinais de fraqueza ou insegurança. Pelo contrário, um organismo saudável, lapidado em hábitos saudáveis, denota força. Cuidem da alimentação, pratiquem atividade física regular e passem por avaliação médica com frequência”, orienta Dr. Zerati.

Com Assessorias

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