Lançada pelo Museu da Vida Fiocruz, no campus sede da instituição, em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, a exposição Vida e saúde: relações (in)visíveis aborda o tema considerando o conceito ampliado de saúde, segundo o qual, para além do campo biológico, saúde é resultado de relações históricas, sociais, políticas, culturais e econômicas. A mostra foi inaugurada nesta quinta-feira (19), no simbólico prédio da Cavalariça, que acolheu a nascente produção de soros contra doenças que afligiam o Brasil no início do século 20,

O evento apresenta o tema em sua complexidade, com recursos interativos e de acessibilidade, compartilhando a produção do conhecimento em diferentes áreas. O visitante vai encontrar questões atuais candentes, como a interferência das atividades humanas na saúde dos ecossistemas e a importância das políticas públicas do setor.

Na histórica edificação ao estilo das estrebarias inglesas, com gradis de inspiração art nouveau, tijolos de Marselha e um pé direito de até 10 metros no salão das cocheiras, onde originalmente se acomodavam cavalos usados na fabricação de soro contra diversas doenças, 14 módulos convidam o público a conhecer o conceito de saúde em suas diferentes escalas, da microbiologia à saúde como fenômeno social.

A exposição integra as atividades de reabertura do campus da Fiocruz ao público externo, fechado à visitação durante cerca de dois anos. Durante esse período, a instituição focou nas ações de enfrentamento à pandemia, como a produção de vacinas contra a Covid-19, e o Museu da Vida Fiocruz realizou atividades de forma remota.

“Por meio desta mostra, a Fiocruz volta a receber visitas presenciais depois de dois anos. Pesquisadores de muitas unidades da Fiocruz dedicaram-se a essa exposição, para dar conta dessa saúde ampliada e sua relação íntima com a vida das pessoas, nesse espaço de Manguinhos que cada vez mais se oferece como um campus-parque. São muitos movimentos de expansão – temporal, espacial, temática – que simbolizam o desejo de retomada e o projeto de uma ciência aberta ao público”, destaca a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.  

Quem quiser tirar uma selfie na exposição pode vestir uma das capas plásticas adesivadas com representações de microorganismos da pele (foto: Jeferson Mendonça)

Prédio tombado pelo patrimônio histórico

Para receber Vida e saúde: relações (in)visíveis, a Cavalariça, construída entre 1904 e 1905 e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1981, passou por uma série de intervenções. O edifício foi restaurado e ganhou novos sistemas de climatização e de detecção de incêndio e câmeras de vigilância, além de engenharia de segurança para acesso à cobertura.

Vida e saúde: relações (in)visíveis resulta de processo de escuta dos visitantes do Museu da Vida Fiocruz e contou com a parceria de pesquisadores muitas unidades técnico-científicas, como a Casa de Oswaldo Cruz, o Instituto Oswaldo Cruz, a Escola Nacional de Saúde Pública e o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Por isso, é também uma oportunidade para se conhecer mais sobre o trabalho da instituição, das primeiras conquistas aos avanços mais recentes.

Interativa e com recursos de acessibilidade, a mostra busca estabelecer o diálogo com o público a partir do conceito ampliado de saúde (foto: Jeferson Mendonça)

Concebida para ser acessível a todos, Vida e saúde: relações (in)visíveis possui textos em braile, audiodescrição, vídeos em libras, além de outros recursos de tecnologia assistiva. Todos os módulos e os mobiliários foram concebidos para que cadeirantes tenham pleno acesso às experiências interativas. Com linguagem simples e direta, a exposição possui textos em português, espanhol e inglês.

Plano de Requalificação do Nahm

Vida e saúde: relações (in)visíveis marca a primeira entrega à sociedade do Plano de Requalificação do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (Nahm). A iniciativa prevê intervenções e novos usos para os primeiros edifícios da instituição – concebidos por Oswaldo Cruz, projetados no estilo eclético pelo engenheiro português Luiz Moraes Jr. e erguidos entre 1904 e 1922 – e amplia a integração entre o conjunto arquitetônico centenário e o circuito de visitação do Museu da Vida Fiocruz, mirando na consolidação de Manguinhos como um campus-parque, aberto ao público.

Com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como principal parceiro da primeira de suas quatro fases, o plano representa o empenho da instituição em ampliar o diálogo com a população e a cidade, por meio da expansão de suas atividades socioculturais, de divulgação científica e de educação em ciências, tecnologia e saúde. Ele valoriza, particularmente, o patrimônio arquitetônico da Fiocruz e as ações de divulgação científica, representadas, especialmente, pelo Museu da Vida Fiocruz, que acaba de ganhar uma nova marca.

Além do apoio financeiro do BNDES, a exposição Vida e Saúde: relações (in)visíveis conta com patrocínio de Enauta Energia, Bayer, Halliburton, Aché, Abbott, E. Tamussino & Cia, TechnipFMC, JSL e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, com Gestão Cultural da SPCOC e realização do Museu da Vida Fiocruz, Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal, através das leis de incentivo à Cultura Federal e Municipal.  

Serviço:  

Lançamento da exposição Vida e Saúde: relações (in)visíveis  
Data e hora: 19 de maio, às 9h30
Local: prédio da Cavalariça no campus Manguinhos da Fiocruz (Avenida Brasil, 4.635)
Visitas posteriores ao dia da inauguração poderão ser realizadas mediante agendamento, por meio do endereço recepcaomv@fiocruz.br

Da Agência Fiocruz de Notícias 

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