Esclerose múltipla: medicamentos à base de Cannabis podem reduzir sintomas

Estudos apontam benefícios dos canabinóides, extraídos da planta da maconha, para tratar os sintomas da esclerose múltipla

Cannabis Cannabis sativa: planta que dá origem à maconha movimenta indústria e pesquisa científica (Foto: Flickr)
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A prevalência da Esclerose Múltipla vem aumentando e preocupando especialistas, segundo estudos como este , publicado na revista The Lancet. Apesar de ser mais comum nas regiões mais afastadas da linha do Equador, o incremento também pode ser observado na América Latina, como registra esta revisão da Universidade Veracruzana, no México, e o estudo Registro de Esclerose Múltipla na América Latina e Caribe , do Instituto de Neurologia da Universidade La República, no Uruguai.

Recentes estudos têm indicado que a utilização de produtos à base de cannabis pode ajudar a reduzir os sintomas da Esclerose Múltipla em muitos pacientes. Segundo o médico e diretor de Global Medical Affairs da Spectrum Therapeutics, Wellington Briques, “há resultados bastante positivos na utilização dos canabinóides (THC e CBD) na diminuição da rigidez muscular causada pela Esclerose Múltipla, inclusive com um medicamento à base de canabinóides já aprovado para esta indicação.

Segundo o especialista, um estudo publicado pelo Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry com 1615 pacientes com espasticidade moderada a grave e resistentes aos medicamentos anti espásticos comuns, realizado em 30 centros de EM na Itália demonstrou que 70,5% dos pacientes tiveram uma melhora nesta condição após o uso dos canabinóides.

Wellington Briques completa: “Em um estudo com doses de THC e CBD em proporções iguais, ficou demonstrado que a melhora na espasticidade (rigidez) se mantém ao longo do tempo, o que é confirmado pelas evidências na prática clínica diária. Além disso, a terapia com canabinóides é em geral bem tolerada, segundo o documento “.

O médico acrescenta que o efeito terapêutico dos canabinoides sobre a dor crónica é também objeto de estudos clínicos em curso. “Os canabinóides estão encontrando mais espaço no moderno arsenal terapêutico e, apoiados pela pesquisa, cada vez mais países têm feito progressos no uso da cannabis medicinal, ajudando a desfazer o estigma nocivo provocado por décadas de proibição”.

Saiba mais sobre a doença

A atividade da doença consiste em inflamação no sistema nervoso e perda permanente de células nervosas no cérebro e medula espinhal, mesmo quando seus sintomas clínicos não são aparentes ou não parecem estar piorando. O objetivo do tratamento é reduzir a atividade da doença para impedir que a incapacidade progrida.

As crises inflamatórias são o que os neurologistas chamam de surtos, que danificam a bainha de mielina causando cicatrizes, além de uma degeneração das fibras nervosas. Esses surtos ocorrem aleatoriamente, variando a frequência em cada paciente.

A EM remitente recorrente é a forma mais comum da doença, aproximadamente 85% dos diagnosticados, e caracteriza-se por episódios de sinais ou sintomas novos ou agravados (recorrências), seguidos de períodos de recuperação. A maioria dos pacientes desta forma da doença irá, eventualmente, fazer transição para EM secundária progressiva, em que eles experimentam agravamento contínuo da deficiência ao longo do tempo.

Já a EM primária progressiva é uma forma debilitante da doença marcada por sintomas que se agravam de forma constante, mas tipicamente sem recorrências distintas ou períodos de remissão. Aproximadamente 15% dos pacientes com esclerose múltipla diagnosticados, têm a forma progressiva da doença.

Com Assessorias

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