Subiu de quatro para seis o número de mortes por dengue no Estado do Rio de Janeiro, que está em situação de epidemia. De acordo com comunicado da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), as mortes foram registradas nas cidades de Cachoeiras do Macacu e Barra do Piraí. Não foram informados mais detalhes sobre as vítimas – até a véspera, quinta-feira (22), o número divulgado era de quatro óbitos, sendo dois na cidade do Rio, um em Itatiaia e um em Mangaratiba.

Segundo a SES-RJ, o número de atendimentos a casos suspeitos de dengue aumentou 86% entre janeiro e fevereiro. No primeiro mês de 2024, foram registrados 3.944 atendimentos nas 27 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da rede estadual de saúde. Entre 1º de fevereiro e esta sexta-feira (23.02), foram registrados 7.364 atendimentos nestas unidades.

Os dados estão disponíveis no portal Monitora RJ.  De acordo com o painel de monitoramento das arboviroses, produzido pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS), o Estado do Rio registra, até esta sexta-feira, 59.162 casos prováveis da doença. A taxa de incidência está em 368 casos por 100 mil habitantes.

Para a secretária de Estado de Saúde do Rio, Claudia Mello, a principal estratégia para minimizar o número de casos graves e óbitos da doença é o manejo clínico rápido e adequado dos pacientes.

“Concluimos hoje a ampliação de 11 salas de hidratação na nossa rede de pronto atendimento. Estamos observando um aumento na demanda, mas nossas unidades estão sendo preparadas gradativamente para ampliação de suas capacidades”, afirma a secretária.

Nesta manhã (23/02), a secretária de Saúde visitou as unidades de Irajá, Ricardo de Albuquerque e Realengo. Na última quinta-feira (22.02), esteve nas unidades de Marechal Hermes, Engenho Novo e Botafogo. Além dessas, também tiveram salas ampliadas as UPAs de Jacarepaguá, Bangu, Campo Grande 1, Santa Cruz e Nova Iguaçu I.

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SP registra 17 mortes por dengue e mais 122 casos graves

Entre os casos registrados atualmente, 122 são de dengue grave (em que os pacientes apresentam deficiência respiratória, sangramento grave ou comprometimento grave de órgãos) e 1.273, de dengue com sinal de alarme – situação em que, mesmo após o fim da febre, os pacientes continuam a ter dor abdominal, vômito ou sangramento de mucosas.

O número de casos confirmados de dengue no estado de São Paulo neste ano chegou a 88.318 nesta sexta-feira (23), de acordo com dados da Secretaria da Saúde. O número é o triplo do registrado no dia 6 deste mês, quando foram confirmados 29.386 casos no estado. Em todo o ano passado, foram registrados cerca de 319 mil casos.

A doença já matou 17 pessoas em 2024 no estado. A maioria dos óbitos, cinco, ocorreu em municípios da região de Taubaté. Em seguida, aparecem os da região de Bauru e da Grande São Paulo, com três, da  região de Marília, com dois. As regiões de São José do Rio Preto, de Ribeirão Preto, de Franca e região de Barretos registram, cada uma, um óbito.

Com 38 mortes, DF entra em colapso por dengue

Casos aumentaram 1.351,4% em relação ao mesmo período de 2023

Com 38 mortes por dengue, o maior número do país até o momento, e mais 72 casos em investigação, o Distrito Federal entrou em colapso no atendimento em meio à explosão de casos de dengue. De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, 151 pessoas morreram no Brasil este ano por dengue. Outros 501 óbitos estão em investigação. O país soma 740.942 casos prováveis da doença, com incidência de 364,9 casos por 100 mil habitantes.

O governador Ibaneis Rocha afirmou que as redes de saúde da capital, tanto pública quanto privada, entraram em colapso. Os casos de dengue no DF em 2024 – registrados até 17 de fevereiro – aumentaram 1.351,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Houve 84.151 ocorrências suspeitas da doença, das quais 81.408 são classificados como casos prováveis pela própria Secretaria de Saúde. Em 2023, foram 5.484 casos prováveis da doença.

“Os hospitais tanto da rede pública como da privada do DF já entraram em colapso. Nós estamos vivendo uma crise muito grande. Com foco em reduzir esses impactos, nós publicamos ontem (21) um decreto ampliando o atendimento nas unidades básicas de saúde e das tendas de hidratação. O momento é grave, mas nós ainda não chegamos no pico da epidemia. O que nós queremos agora é acolher a população da melhor maneira possível”, declarou Ibaneis.

Desde o dia 25 de janeiro, o DF está em estado de emergência no âmbito da saúde pública em razão da doença, assim como outros estados do país.Como afirmou o governador Ibaneis, a situação ainda pode piorar já que, historicamente, o pico de casos da doença ocorre nos meses de março, abril e maio.

Na quarta-feira (21), o governo do DF anunciou a contratação de 741 profissionais de saúde para reforçar o atendimento à população, sendo 200 médicos temporários e para o quadro efetivo: 180 técnicos de enfermagem, 156 enfermeiros, 115 agentes comunitários de saúde e 90 médicos especialistas. A Secretaria de Saúde também publicou chamamento para a instalação de mais 11 tendas de hidratação e atendimento a pacientes com dengue, que se somarão às nove já em funcionamento.

Tendência de aumento também nos estados de MG, MS E PR

Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, a tendência é de aumento das ocorrências da doença. “Se olharmos para as nossas fronteiras [divisas] – Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná –, eles também têm incidência bastante alta de casos”, disse a coordenadora de Saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças, Regiane de Paula.

“Sabemos que, frente a esse calor excessivo, as chuvas excessivas, o efeito até do El Niño, devemos ter aí um aumento do número de casos”, explicou.

De acordo com a secretaria, o governo estadual repassou R$ 205 milhões para os 645 municípios paulistas combaterem das arboviroses, entre as quais, a dengue. A pasta informou que o Exército passará a trabalhar em conjunto com a Defesa Civil para eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Ainda não foi informado o efetivo de militares que vão participar desse trabalho.

Recomendações

Os sintomas mais comuns da dengue são febre, dor muscular, dor de cabeça, náusea e dor nas costas.

Entre as recomendações gerais para eliminação dos criadouros do mosquito que transmite a dengue, a secretaria listou:

  • eliminação de pratos de plantas ou o uso de um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
  • descarte de pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
  • retirada dos quintais de objetos como potes e garrafas, que acumulam água;
  • verificação de possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
  • tampar ralos;
  • manter o vaso sanitário sempre fechado;
  • identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
  • verificar a presença de organismos vivos na água de piscinas ou fontes ornamentais

Com informações da SES-RJ e da Agência Brasil

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