Atenção, mulheres. Muitas vezes, protegemos o corpo e o rosto das altas temperaturas no verão, mas esquecemos da região íntima, uma parte muito delicada do corpo que exige atenção. Então, aí vai uma dica boa e de graça que vem desde os tempos de vovó mocinha! Na hora de dormir, ficar sem calcinha é uma excelente recomendação para a saúde íntima feminina o ano inteiro, ainda mais no verão, para evitar candidíase, uma queixa muito comum entre as mulheres na temporada mais quente do ano.
- “Procure dormir sem calcinha, com calças ou shorts mais largos, para abafar menos a região e evitar a proliferação de bactérias e fungos já existentes no organismo, mas que são agentes causadores de doenças como a indesejável candidíase”, afirma Daniela Miyake, médica ginecologista e obstetra, chefe do Centro Obstétrico da Santa Casa de São Paulo.
- Segundo Sandra Rios, ginecologista e embaixadora da marca A Sós, após a higiene noturna o aconselhável é não usar calcinha. “Esse simples ato permite a manutenção dos lactobacilos naturais da vagina que atuam como um sistema de defesa, mantendo assim o micróbio vaginal”, explica.
A obstetriz Mariana Betioli – especialista em saúde íntima e CEO da Inciclo – também concorda: “O hábito de dormir sem calcinha deixa a região arejada, sequinha, além de equilibrar a temperatura”.
Opte por calcinhas de algodão
Com as elevadas temperaturas que estamos vivendo, a região genital tende a aumentar o suor, odores desconfortáveis, irritações, inflamações vaginais, além da temida candidíase e das irritações na região perineal externa, por conta de depilações íntimas e atritos de roupas”, comenta Sandra Rios, ginecologista e embaixadora da marca A Sós.
Sabemos que a calcinha faz parte da conquista na cama e que uma linda lingerie tem seu valor. Mas, para o dia a dia – em especial, durante o verão – o ideal é optar por peças mais confortáveis e confeccionadas em algodão, pois ajudam a evitar as irritações.
“Não ser apertada e ter cor neutra, também garantem o maior conforto. Peças de lycra, nylon e microfibra não deixam a área respirar e isso não é bom para a região”, recomenda a dra Sandra Rios.
Daniela também recomenda usar calcinhas de algodão. “O material contribui para uma melhor respiração da região íntima. Demais materiais como, Lycra, Nylon e microfibra, abafam mais a área e dificultam a circulação de ar”.
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Protetor de calcinha diário aumenta risco de infecção
Ao contrário do que muitas mulheres pensam, o uso diário de protetores não é uma boa escolha, na opinião de especialistas em saúde íntima feminina, porque abafam a região, que é úmida, e aumenta o risco de infecção, secreções e corrimentos.
- “Eles podem contribuir na proliferação de bactérias que costumam ser anaeróbicas, ou seja, não precisam de oxigenação. O oxigênio favorece a esterilização dessas bactérias e o absorvente diário diminui essa oxigenação e pode provocar corrimentos e infecções”, explica Sandra Rios.
- Outras secreções vaginais que deixam a região úmida também pedem cuidados. O ideal, na visão da obstetriz Mariana, para quem tem secreções em maior quantidade, é trocar de calcinha ao longo do dia ou usar uma calcinha absorvente que não tenha camadas plásticas.
Qual sabonete usar para higienizar a vagina?
O aumento da frequência de banhos durante o verão também pode influenciar na saúde íntima. Embora a recomendação seja manter a região sempre higienizada, deve-se ter atenção aos produtos utilizados na vagina. O sabonete íntimo deve ser o mais natural possível, com pH semelhante ao da vagina, para evitar alergia e não causar irritação.
“Utilize sabonetes próprios para a higienização da região íntima ou glicerinados e destinados às crianças. Produtos com estas especificações, possuem um PH mais adequado para a região e são hipoalergênicos”, recomenda Daniela.
Segundo a ginecologista Sandra Rios, i sabonete Líquido é um importante aliado para a higiene genital diária. Ele auxilia na proteção da região íntima, prolonga a sensação de frescor e limpeza por muito mais tempo, além de equilibrar o pH local. “Busque produtos com ativos naturais e sem álcool. Essa higiene deve ser feita sempre após urinar, evacuar e na troca dos absorventes e/ou coletores”, recomenda.
Já a obstetriz Mariana acrescenta que produtos com álcool podem irritar e ressecar a região e devem ser evitados. “Além disso, devemos lavar somente a vulva. Dentro da vagina não se lava nunca, nem com água e nem com sabonete”, alerta. Ela ainda destaca a hidratação como cuidado essencial para a saúde íntima durante a estação.
“A hidratação é importante para a saúde sempre. No verão, deve-se redobrar a atenção pois há mais risco de desidratação por conta do calor. Além de essencial para o funcionamento do organismo como um todo, manter-se hidratada ajuda a equilibrar os níveis hormonais e garantir o fluxo sanguíneo adequado, evitando possíveis alterações no ciclo”, finaliza.
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5 dicas simples para manter a saúde da região íntima no verão
A ginecologista e embaixadora da A Sós explica que a região genital externa feminina, chamada vulva, possui inúmeras glândulas que produzem óleo e suor, e a saúde dessa região é essencial para manter a qualidade de vida, elevar a autoestima e deixar as mulheres seguras durante todo o dia. Segundo ela, da mesma forma que a pele do corpo recebe hidratação, a pele da vulva também precisa ser hidratada.
“O uso de produtos dermocosméticos íntimos são super indicados, principalmente aqueles que tenham componentes como: óleo de coco, chá-verde, camomila, barbatimão, malva e outros que possuam propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Esses componentes ajudam a fortalecer o sistema imunológico, além de evitar e combater infecções, aliviar coceiras e eliminar odores desconfortáveis”, sugere a médica.
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Como o calor impacta o ciclo menstrual e a área íntima
A relação entre o clima quente e a menstruação é complexa e extensa. À medida que as temperaturas sobem, muitas mulheres notam mudanças em seus ciclos menstruais. Ao longo dos anos e do aumento das temperaturas, estudos surgiram para comprovar como o calor excessivo pode prejudicar a saúde de órgãos como rins e coração. Como a menstruação, não é diferente, altas temperaturas podem influenciar diretamente o equilíbrio hormonal, afetando a regularidade e intensidade do período menstrual.
“O calor extremo pode desencadear alterações no sistema endócrino, além de vasodilatação e desidratação, resultando em desequilíbrios hormonais que afetam o ciclo menstrual. Algumas mulheres podem experimentar ciclos mais curtos, enquanto outras podem enfrentar períodos mais intensos e desconfortáveis”, diz a obstetriz Mariana Betioli.
Além da influência nos ciclos menstruais, o calor pode afetar a saúde da região íntima, que pede cuidados redobrados no verão. Como a temperatura é mais alta, é ainda mais importante cuidar para que a área fique mais arejada. Segundo ela, fungos e bactérias gostam de lugares quentes e úmidos, então, temos que cuidar para manter a vulva mais fresca e seca.
“Hábitos como uso de roupas de banho molhadas por longas horas, de roupas apertadas ou calcinhas com tecidos inadequados, e até mesmo o uso prolongado de absorventes descartáveis são desaconselhados e podem levar ao desenvolvimento de doenças como a candidíase e a vaginose bacteriana”, esclarece.
Absorvente interno e risco de Síndrome do Choque Tóxico
Embora o combo menstruação e verão não seja muito celebrado, há maneiras de lidar com o sangue que podem minimizar o desconforto. A obstetriz Mariana Betioli chama a atenção para o uso de absorventes descartáveis em relação à saúde íntima. Segundo ela, os modelos externos, como são feitos de materiais plásticos, evitam a circulação de ar na região, o que, além de favorecer a proliferação de bactérias, causa mau cheiro e até infecções.
“Já os absorventes internos pedem atenção redobrada nas trocas, que devem ser feitas de 4 em 4 horas. O uso prolongado desse tipo de absorvente pode favorecer a proliferação de bactérias na região interna na vagina e desencadear uma doença chamada Síndrome do Choque Tóxico, que pode ser fatal”, alerta.
Para quem prefere o uso de absorventes externos, a recomendação da especialista é por modelos reutilizáveis ou calcinhas menstruais, produzidos em tecidos respiráveis e sem plástico. O contato com a água também pode gerar desconforto para quem está menstruada.
Disco, coletor ou calcinha absorvente?
O coletor ou disco menstrual são opções recomendadas pela especialista, que destaca os itens como possibilidades de manter a vulva arejada e, portanto, diminuem o risco de infecções vaginais. Além disso, podem ser usados por até 12 horas seguidas, o que facilita em caso de longos períodos fora de casa ou em viagens.
“O ideal para quem quer ficar na água são as opções internas como disco ou coletor. O uso de absorventes descartáveis na água não é recomendado pelo fato deles serem feitos para absorver fluidos e, portanto, perderem sua função em pouco tempo após o contato com a água. Biquinis com tecido absorvente também podem causar acidentes e provocar vazamentos”, pontua a especialista.
- Por último – e não menos importante – a especialista alerta para a importância de evitar roupa de banho molhada durante muito tempo. “Menstruada ou não, a recomendação é de trocar a roupa de banho molhada sempre que possível, evitando o contato por longas horas do tecido úmido com a pele da região.
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6 passos para cuidar da região íntima de maneira correta
Com o objetivo de esclarecer dúvidas e orientar sobre o assunto, Daniela Miyake listou 6 passos para cuidar da região íntima de maneira correta. Veja:
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- Dormir sem calcinha – Procure dormir sem calcinha, com calças ou shorts mais largos, para abafar menos a região e evitar a proliferação de bactérias e fungos já existentes no organismo, mas que são agentes causadores de doenças como a candidíase;
- Usar calcinhas de algodão – Prefira utilizar calcinhas de algodão, pois o material contribui para uma melhor respiração da região íntima. Demais materiais como, Lycra, Nylon e microfibra, abafam mais a área e dificultam a circulação de ar;
- Higienizar as partes íntimas apenas durante o banho – A higienização das partes íntimas deve ocorrer apenas uma ou duas vezes por dia, preferencialmente durante o banho e com o uso de sabonete. Lavar a região muitas vezes ao dia, diminui a atividade das nossas “bactérias boas;
- Sabonetes Íntimos ou sabonete glicerinado infantil – Utilize sabonetes próprios para a higienização da região íntima ou glicerinados e destinados às crianças. Produtos com estas especificações, possuem um PH mais adequado para a região e são hipoalergênicos;
- Não usar protetor diário – Ao contrário do que muitas mulheres pensam, o protetor diário pode prejudicar a saúde íntima, já que em dias quentes, abafa ainda mais a região e consequentemente, provoca o aumento de secreções e corrimentos;
- Evitar o consumo exagerado de doces – Consumir doces em excesso provoca o desvio da flora intestinal, ou seja, altera o mecanismo de defesa do organismo e a atividade de bactérias benéficas para o corpo.
Com Assessorias