Doenças inflamatórias intestinais crescem nos países em desenvolvimento

Incidência pode chegar a 52 casos por 100 mil habitantes no Brasil, aponta estudo. Fatores genéticos, má alimentação e estresse são algumas causas. GastroBahia discutirá novidades no tratamento

Fatores genéticos, má alimentação e estresse são algumas causas de problemas intestinais (Foto: Pixabay)
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As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) envolvem o intestino grosso e o delgado, além de outros órgãos do sistema digestivo, podendo comprometer intensamente a qualidade de vida do indivíduo. Estas doenças crônicas são ainda pouco conhecidas pela população em geral e com incidência crescente nos países em desenvolvimento, afetando mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo.

Ainda faltam dados na literatura sobre a prevalência das DIIs em nível nacional, entretanto, um estudo realizado na cidade de São Paulo mostrou que a incidência das Doenças Inflamatórias Intestinais foi de 13,30 casos novos/100 mil habitantes por ano, enquanto a prevalência geral foi de 52,6 casos/100 mil habitantes e esses números tendem a aumentar.

Os tipos mais comuns de DII são a Colite Ulcerativa e a Doença de Crohn, ambas apresentam sintomas parecidos. A retocolite ulcerativa acomete apenas a mucosa intestinal do reto e do cólon conhecido como intestino grosso. Já a doença de Crohn pode atingir todo o trato digestório, da boca ao ânus, sendo mais prevalente no intestino delgado, cólon e região perianal, provocando inflamações em todas as camadas intestinais.

Causas podem estar ligadas a estresse e ansiedade

As causas são diversas, dentre elas fatores genéticos, comportamentais e relacionadas a parte imunológica do indivíduo, assim como podem também sofrer influencias relacionadas ao desequilíbrio da flora intestinal, ingesta excessiva de alimentos industrializados, falta de fibras e água, estresse e transtornos de ansiedade.

Já os sintomas mais comuns estão a perda repentina de peso, diarreia, presença de muco ou sangue nas fezes, dor ou desconforto abdominal, e em situações mais graves pode ocorrer anemia e desnutrição. Manifestações em outros órgãos também podem acontecer como dores nas articulações, alterações na pele ou sintomas oculares.

Estas doenças ainda não têm cura, porém o tratamento adequado e precoce pode controlar o processo inflamatório e os sintomas, assim como mudar o curso da doença e propiciar melhora da qualidade de vida dos pacientes. O tratamento correto pode também evitar inúmeras complicações incluindo cirurgias para remoção de partes do intestino.

Diagnóstico correto é fundamental

De acordo com Vanessa Teixeira, médica gastroenterologista e membro da Sociedade de Gastroenterologia da Bahia (SGB), a partir do momento em que o paciente apresenta os sintomas, precisa procurar um médico especialista (gastroenterologista ou coloproctologista) para o correto diagnóstico e tratamento.

“Com o tratamento, o paciente pode ficar sem sintomas por muitos anos, entretanto deverá sempre retornar ao consultório médico para seguimento clínico, além de acompanhamento com exames de laboratório, endoscópico e de imagem”, enfatiza Dra. Vanessa.

Diante do aumento da prevalência dessas doenças, torna-se necessária a divulgação e esclarecimento de toda a classe médica e população, a fim de facilitar o diagnóstico precoce e acesso aos profissionais especializados da equipe multiprofissional.

Agenda Positiva

GastroBahia traz novidades no tratamento do aparelho digestivo

Um dos maiores congressos do Nordeste nas áreas de gastroenterologia, hepatologia e endoscopia digestiva acontecerá em Salvador, entre os dias 15 e 17 de setembro, o Gastro Bahia 2022. Especialistas da Bahia e do Brasil discutirão os mais recentes avanços e inovações para o diagnóstico e tratamento das doenças do aparelho digestivo e do fígado.

A programação está bem ampla e diversificada com conferências, workshop, simpósios satélites, e exposições de trabalhos científicos contemplando uma extensa lista de assuntos relacionados às doenças do estômago, pâncreas, esôfago, intestino, fígado, assim como outras terapias correlacionadas aos tratamentos, como a oncologia do aparelho digestivo.

Para André Lyra (@andrecastrolyra), presidente da Sociedade de Gastroenterologia da Bahia (SGB), entidade promotora do evento, o Gastro Bahia 2022 chegou à sua terceira edição mantendo a tradição e, com expectativas positivas.

“É uma oportunidade de intercâmbio de conhecimento e atualização para profissionais e estudantes da área médica, além de fomentar o desenvolvimento científico local com temas que proporcionarão resultados importantes para uma assistência mais segura e eficaz, tanto nas abordagens clínicas, quanto cirúrgicas”, afirma o médico.

Mais informações no site www.gastroba.com.br

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