Os recentes episódios de ataques em escolas trouxeram à tona um desafio na rotina de pais, professores e responsáveis. Afinal, como falar sobre temas sensíveis com as crianças e os adolescentes? Para especialistas, é importante saber como abordá-los para que eles compreendam e lidem da melhor forma possível com as suas emoções que, muitas vezes, são desconhecidas e iniciais.
A neuropsicóloga e diretora do Neuropsicocentro, Silviane Andrade, orienta que, antes de tudo, procure-se estabelecer um diálogo em momentos de calma para que não aumente a ansiedade das crianças ou adolescentes.
“A conversa deve ter o intuito de acalmar e tirar qualquer nervosismo que cause mais medo e terror. Você pode sondar para saber o que o seu filho está sabendo e permitir que ele fale tudo que está sentindo”, aponta.
Ela destaca que é fundamental passar para os menores uma relação de confiança para que eles se sintam à vontade em tirar dúvidas ou contar algo que viu de diferente na escola ou na rede de amigos.
Sobre as questões relacionadas à violência nas escolas, Silviane aconselha que os pais conduzam com algumas observações.
“Informe que dentro das escolas existem profissionais treinados para fazer a segurança e que essas notícias podem até ser fake news. Oriente que a criança tente se afastar quando os colegas estiverem falando sobre o assunto e que sempre que tiver dúvida pergunte à mamãe ou ao papai, pois teremos mais informações corretas para passar para eles”, declara.
Além disso, a neuropsicóloga afirma que vale falar que “hoje a polícia tem meios de acompanhar as redes sociais e descobrir de quais computadores saem as notícias e já prender o suspeito”.
É importante, de acordo com Silviane Andrade, dialogar com os menores dados reais e manter uma comunicação diária com cuidado e atenção.
Confira mais algumas dicas da neuropsicóloga:
– Entender quais informações a criança está sabendo vai ajudar ao pai ou a mãe a conduzir a conversa sem causar ainda mais temor;
– Verificar o que o filho está consumindo de informação e quais as fontes contribui na regulação do acesso a fake news ou de conteúdos inadequados;
– Passar segurança de que as autoridades e as escolas estão tomando as providências necessárias para garantir um ambiente seguro;
– Escutar com atenção o que os pequenos têm a dizer sobre o que estão sentindo, para que eles saibam que os pais se importam verdadeiramente e se sintam acolhidos.