Final de ano chegando e a preocupação da maioria dos tutores é com o conforto de seus pets na hora dos fogos de artifício. As festas de Natal e Ano Novo geralmente são animadas e barulhentas, com música alta e, principalmente com a queima de fogos. Mas o artefato que diverte as pessoas por suas variadas cores e formas no céu acaba gerando uma preocupação comum entre os tutores de pets: o medo intenso que muitos animais sentem desses barulhos estridentes.

Embora a soltura de fogos de artifício com barulhos seja proibida em diversas cidades brasileiras, a regra não é cumprida por todos. Então, vale imaginarmos como seria repentinamente escutar ruídos dos fogos de artifício quatro vezes mais alto do que ouvimos, acompanhados de iluminação forte e agitação de pessoas, sem entender do que se trata. É assim que as celebrações de fim de ano são percebidas pelos pets e, por isso, a conscientização e a prevenção são fundamentais.

Afinal, os fogos podem apresentar uma real ameaça, principalmente porque a maioria deles tem estouros altos. Para uma parcela dos animais, a queima de fogos pode ser um momento estressante. Isso acontece porque cães e gatos possuem audição mais aguçada do que os seres humanos. Dessa forma, o barulho para eles é muito mais alto e, consequentemente, mais desconfortável.

Nesses casos, os pets podem apresentar sinais de medo, estresse e ansiedade, por vezes resultando até em fuga da própria casa, numa tentativa de buscar abrigo ou se esconder dos barulhos. Os estampidos (barulhos altos e secos) dos fogos de artifício impactam a saúde dos animais, amedrontando e estressando-os, devido à hipersensibilidade auditiva dos pets.

Os animais de estimação possuem uma audição muito mais sensível. Cães conseguem captar sons em frequências de até 60.000 Hz, enquanto gatos chegam a 85.000 Hz, muito superiores aos 20.000 Hz que o ouvido humano pode perceber. Essa capacidade auditiva ampliada faz com que os estrondos dos fogos sejam assustadores, podendo causar desde medo, traumas, posturas agressivas, tentativas de fuga até laceração dos tímpanos, ataque cardíaco, desmaios, automutilações, convulsões ou, mesmo, a morte em animais mais sensíveis ou com comorbidades.

Os animais possuem uma capacidade auditiva muito superior à dos humanos, podendo detectar uma gama mais ampla de frequências e distâncias. Isso explica a sensibilidade aos barulhos altos e repentinos dos fogos de artifício, que podem acabar incomodando muito os bichinhos”, destaca  Karin Botteon, veterinária e gerente técnica da Boehringer Ingelheim.

Cães e gatos chegam a ter a audição quatro vezes mais sensível que a nossa. Então, se nós ouvimos o barulho dos fogos de artifício relativamente altos, eles ouvem quadruplicado. Isso faz com que eles entrem em estado de pânico e acabam passando por consequências sérias”, explica a médica veterinária Fernanda Loss, responsável pela plataforma online de teleorientação veterinária TioChico.

Por possuírem a audição bem mais aguçada do que a nossa, ouvindo cerca de quatro vezes mais alto do que os humanos, os cães estão entre os mais afetados.  “Além disso, as orelhas funcionam como antenas parabólicas que captam melhor o som, tornando-o ainda mais alto. Sendo assim, se o som de fogos é incômodo para nós, para o cão acaba virando um tormento”, explica a especialista.

Segundo a veterinária Andressa Cris Felisbino, da DrogaVET, empresa especializada na manipulação de medicamentos veterinários, os pets possuem uma audição quatro vezes mais potente que a dos humanos e deixá-los totalmente expostos a esse barulho, pode resultar em traumas irreparáveis.

Além de afetar a audição com a ruptura da membrana timpânica, é possível ocorrer ataque cardíaco, principalmente entre os cães de idade mais avançada por serem mais propensos a cardiopatias, problemas hepáticos e insuficiência renal, que podem levá-los a óbito. Os estampidos servem como gatilho para a tremedeira, automutilação e até convulsões”, alerta a veterinária.

Entenda como os fogos de artifício prejudicam os animais

O som do estouro dos fogos comumente gera desconforto aos pets, que podem mostrar diferentes sinais de incômodo. As reações dos cães e gatos a esses sons podem variar bastante, indo desde o aumento da frequência cardíaca até comportamentos de pânico, que podem incluir tentativas de fuga ou autolesão. Sinais graves de estresse, agressividade, ansiedade e até mesmo infarto são algumas das possíveis consequências.

O animal tenta se esconder, pode ter até vômitos, diarreia, tremores e vocalização, porém é passageiro. Caso estes sintomas se prolonguem ou o animal apresentem convulsões, é hora de correr para o veterinário”, explica Lysandra J. Barbieri, médica veterinária e analista de educação corporativa da Cobasi.

Não é raro haver o relato de acidentes, já que o barulho, os clarões e o cheiro de pólvora apavoram os animais. Muitos tentam se esconder, na tentativa de se protegerem e, em alguns casos, se ferem gravemente. Fernanda esclarece que tais consequências podem levar a situações de emergência, como por exemplo o pet apresentar convulsões, no desespero pela fuga ser atropelado, cair de janela, sacada, cortar tela de proteção e até mesmo quebrar vidros.

Com a agitação e o medo por causa do barulho, o pet pode acabar se machucando de forma muito grave. “Já tivemos casos em que o cão atingiu um nível de estresse tão elevado que acabou falecendo por causa dos ferimentos ocasionados por tentar fugir”, conta Fernanda.

Segundo o médico veterinário Ruben Lundgren Cavalcanti, que também é CEO do grupo Hospitalar Pet Support, o barulho assusta muito os animais. Isso acontece, pois eles possuem uma capacidade de ouvir muito mais eficiente do que os seres humanos. “A audição dos pets é bastante sensível, por isso barulhos causam tanto incômodo. Os fogos de artifício deixam eles estressados, agressivos e assustados, o que acaba gerando acidentes e até descompensação em pacientes cardiopatas”, salientou.

Quando ficam assustados com os barulhos dos fogos, alguns pets podem tentar fugir, e acabar se perdendo de casa, pulando de locais altos ou sendo atropelados na rua. Quando chegam no auge da ansiedade podem perder as unhas das patas de tanto raspar nas paredes e portas. Alguns chegam a morder objetos da residência e, até mesmo, as próprias patas, o que pode gerar machucados profundos.

Porém, não são os únicos animais de estimação que sofrem com os sons. Gatos, aves, roedores e até cavalos sofrem com os barulhos de fogos. “Assim como com os cães, o som causa medo, ansiedade estresse. Em casos nos quais a explosão esteja muito próxima, é possível até romper o tímpano do animal. Ainda, alguns podem se machucar no momento da fuga, ou até mesmo terem taquicardias a ponto de irem parar no hospital veterinário”.

 

 

Dicas para acalmar e dar segurança ao seu pet

A médica veterinária da TioChico orienta que durante a queima dos fogos de artifícios, o pet seja posicionado em um cômodo seguro e totalmente fechado, de preferência onde não haja nenhum objeto com que ele possa se ferir;  O recomendado é não deixá-lo sozinho; Se ele se esconder, respeite, pois é a forma que ele se sente seguro; Além disso, nunca deixe-o preso com coleira, isso pode provocar machucados e até enforcamento; Por fim, colocar bolinhas de algodão nos ouvidos dele um pouco antes do barulho começar, também é indicado.

Caso você queira acostumá-lo com barulhos e agito no ambiente, inicie um treinamento com o pet, por pelo menos 30 a 60 dias antes da exposição. Lembrando que esse treinamento deve ser orientado por um médico veterinário, melhor ainda por um especialista em comportamento. A socialização é muito importante para os pets, por isso, iniciar desde filhote, ajuda a amenizar o estresse nesses momentos.

Para amenizar os efeitos dos sons gerados pela queima de fogos de artifício neste período do ano, as especialistas da Cobasi e da Dog Company fazem algumas recomendações:

  • Mantenha o pet dentro de casa, pois será mais difícil escapar e ficará mais tranquilo ao se sentir próximo do tutor.
  • Fechar portas, janelas e cortinas, ajudará a abafar o som e criará a sensação de segurança.
  • Manter o animal em um cômodo mais silencioso e confortável
  • Escolha um ambiente tranquilo da casa onde o pet possa se sentir seguro
  • Inclua objetos familiares, como caminhas, brinquedos e roupas com o cheiro do tutor.
  • Ligue a TV, rádio ou músicas relaxantes para disfarçar o som dos fogos.
  • Não prender o animal, pois ele pode tentar fugir e se machucar
  • Colocar algodão no ouvido do animal, mas deve ser retirado logo depois.
  • Deixar a TV ligada nestes momentos também pode ajudar
  • Além de optar sempre pelos lugares mais silenciosos da casa e jamais deixar os animais sozinhos.
  • Se possível, permaneça com o pet e demonstre tranquilidade durante os estrondos, isso o deixará mais seguro e confortável.
  • Esteja presente, pois a companhia humana acalma o animal.

 

Atenção aos fogos de artifício e ruídos excessivos

Principalmente no Réveillon, uma das grandes preocupações dos tutores de cães e gatos é o barulho das queimas de fogos, rojões e outros efeitos sonoros que podem gerar alto nível de estresse, ansiedade e medo nos animais, especialmente nos cães, que possuem uma audição muito mais apurada do que os seres humanos. Por conta da audição mais sensível, gatos e cães sentem incômodos que podem se manifestar por meio de tremores, de latidos e/ou de tentativas de fuga.

Os pets podem ficar assustados, apresentar tremores, latidos excessivos ou até tentar fugir de casa”, alerta Kelly. O ideal é manter os animais em ambientes tranquilos e fechados, longe do barulho intenso. Para distraí-los, utilize brinquedos e petiscos.

O ideal é não deixar o animal sozinho e, caso seja possível, isolar o som e a iluminação para diminuir o estresse. A dica é deixar o pet em um local familiar, com som ambiente como, por exemplo, TV ou rádio ligados em volumes apropriados, além de água e alimento disponíveis. Isso pode colaborar a reduzir a ansiedade e disfarça o barulho.

Proteja os pets e evite perdas ou fugas

O barulho dos fogos de artifício ou mesmo o som alto na casa e uma movimentação maior de pessoas pode causar medo intenso em cães e gatos, levando a comportamentos como tentativas de fuga ou automutilação. Assim, durante as celebrações:

  • Mantenha os pets em um ambiente seguro e familiar, com portas e janelas fechadas.
  • Use sons suaves, como música relaxante, para abafar os ruídos externos.
  • Se necessário, consulte o médico-veterinário de sua confiança sobre o uso de calmantes naturais ou medicamentos.
  • Evite deixar muitos cães juntos pois, excitados pelo barulho, eles podem brigar e causar ferimentos graves ou até mesmo fatais.

Mariana Cappellanes Flocke, médica-veterinária e consultora técnica sênior de Pet Health da Elanco Saúde Animal, lembra ainda que é fundamental que o pet tenha identificação com nome e telefone na coleira para ser facilmente identificado em caso de fuga. “Recomendamos que os microchips estejam atualizados com informações de contato e que os portões e janelas estejam sempre fechados durante as festas”, diz.

Fones de ouvido e florais para acalmar

Uma dica é colocar algodão nos ouvidos para abafar o barulho, porém, é necessário cuidado, pois o pet pode acabar comendo e o tutor não pode esquecer de retirar.  Hoje no mercado também há opções de fones de ouvido para amenizar o barulho e existe também uma técnica chamada Tellington Touch, que consiste em uma amarração que tende a diminuir o estresse, porém, não é a única solução.

Com o objetivo de aliviar os efeitos nocivos dos ruídos aos pets, a PremieRpet oferece gratuitamente no YouTube três áudios que mascaram e reduzem ruídos de alta, moderada e baixa intensidade. Os áudios foram desenvolvidos utilizando a técnica do ruído branco (White Noise)unindo sons de diferentes frequências em uma só combinação. Os áudios se sobrepõem aos barulhos que causam ansiedade aos pets, minimizando a sensação de medo e desconforto.

Há também opções de florais e passifloras que, se usados de forma correta, tendem a diminuir a tensão causada pelos fogos. Estes geralmente são oferecidos antes do evento, agindo no sistema nervoso do animal, trazendo mais tranquilidade. É possível também usar sedativos, mas somente com orientação veterinária adequada”, conclui Lysandra.

De acordo com o gerente técnico do Grupo Hospitalar Pet Support, Luís Felipe Schoingele Nunes, o ideal é consultar um veterinário antes de eventos estressantes, pois existem medicações que podem ajudar na ansiedade dos animais. “Esses remédios funcionam, mas precisam ser administrados dias antes do evento estressor. A consulta é essencial para que a gente consiga definir um protocolo para cada animal”, acrescentou.

O diretor da TioChico, Claudio Goldsztein, ressalta que além dos cuidados momentâneos, o recomendado é que o pet tenha o acompanhamento constante do veterinário.

As recomendações para amenizar as complicações são indispensáveis, mas a orientação periódica do veterinário pode colaborar com a diminuição desses sentimentos nos pets. Existem muitas alternativas para “acostumar” os animais de estimação previamente com essas situações sem apresentar nenhum desconforto ou risco à ele, mas para isso, é importante ter as recomendações específicas para a personalidade do seu pet”, argumenta.

Como gerenciar a ansiedade dos cães durante períodos de ruídos altos

Para minimizar o impacto desses sons nos pets, a veterinária Karin Botteon sugere várias abordagens. Primeiramente, recomenda-se a dessensibilização do animal aos sons de fogos, o que pode ser feito reproduzindo gravações desses barulhos em volume baixo, enquanto os pets se alimentam, associando o som a uma experiência positiva. Essa técnica pode ser aplicada tanto a filhotes quanto a cães e gatos adultos, ajudando-os a formar associações positivas com esses sons.

“No caso de animais que já apresentam fobia aos fogos de artifício, aconselha-se criar um ambiente seguro e confortável para eles durante esses eventos”, continua. “Isso pode incluir manter o animal dentro de casa, em um local onde possa se sentir protegido, como uma toca ou casinha. Também vale usar música ou televisão para abafar os ruídos externos e, se possível, climatizar o ambiente para maior conforto do animal. É importante também garantir que o pet tenha identificação visível, como uma coleira com informações de contato, especialmente para animais com tendência a fugir.”

Outras dicas incluem gastar a energia dos bichinhos antes de eventos ruidosos, com passeios mais longos e brincadeiras, e permitir que o animal se esconda em um local de sua escolha durante a queima de fogos, sem forçar interações. Em situações extremas, o uso de calmantes pode ser considerado, mas sempre sob supervisão e orientação de um veterinário de confiança.

Essas medidas visam proporcionar um ambiente mais tranquilo para os companheiros animais durante a queima de fogos de artifício, reforçando a importância de cuidados responsáveis e empatia com os animais de estimação ao longo das festividades.

Confira algumas orientações da veterinária

Kelly Maiara Lopes Carreiro, médica-veterinária da Special Dog Company, separou algumas orientações:

  • Para minimizar a intensidade do barulho, pode-se colocar um chumaço de algodão no ouvido dos animais, retirando-o quando acabar a queima de fogos.
  • É importante que o proprietário transmita calma e segurança para o animal neste momento. Punições podem piorar o quadro de estresse do animal.
  • Caso o animal tenha que ficar sozinho, é preciso mantê-lo em um ambiente fechado e seguro e, se possível, onde o barulho possa ser de menor intensidade. Janelas e portas precisam estar fechadas para minimizar os sons e evitar a fuga. Se possível, pode-se afastar os móveis para impedir que o animal tente escalar e acabe por se lesionar.
  • Caso o ambiente possua telas de proteção, principalmente quando é uma residência que possui gatos, é interessante que as telas sejam checadas para garantir a proteção dos animais.
  •  É importante que os pets estejam sempre com suas coleiras com placas de identificação contendo o telefone do proprietário.
  •  Para animais que já apresentam sintomas de ansiedade com queima de fogos, a companhia do tutor durante esse momento fará com que ele se sinta mais seguro. Procure não deixá-lo sozinho.
  • Procure um médico-veterinário para obter outras instruções que garantam a segurança do seu animal. Somente ele pode sugerir o uso de uma medicação (caso seja necessário) e auxiliar com terapias especificas para este tipo de transtorno.

 

Florais ajudam a miminizar estresse dos pets

Para quem já tentou de tudo, sem sucesso, é recomendado consultar um médico veterinário. Animais muito sensíveis à barulhos, talvez precisem tomar medicação, como floral, para ficar um pouco mais calmos. Especialistas orientam como proteger os pets nesse período, fazendo, por exemplo, o uso de fitoterápicos para acalmá-los.

Administre os medicamentos conforme a prescrição médica. Utilize essências ou difusores de feromônios, que ajudam a criar um ambiente mais calmo.

 

Uma das ações preventivas que o tutor pode tomar quando já sabe que o animal fica sensível e agitado nesse período é a adoção de uma terapia alternativa. Reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1956 e sem contraindicações, os fitoterápicos e florais também podem ser ministrados para os pets.

Após a avaliação do médico veterinário, que vai determinar a prescrição com a matéria-prima e posologia adequadas para o animal, o tutor poderá ministrá-lo  e o ideal é que seja feito um teste com, pelo menos, 15 dias de antecedência das festas de fim de ano, afim de se verificar a eficácia e a aceitação. Dessa forma, caso o medicamento não surta o efeito desejado, o tutor terá tempo hábil para recorrer a outra alternativa que mais se adapte ao pet”, orienta a veterinária.

Dicas para preparar e proteger os animais

Médica-veterinária orienta sobre medidas e medicamentos que podem amenizar os danos das celebrações para os pets

Preparativos

Segundo a médica-veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade, quanto antes tomarmos medidas preventivas, melhores os resultados. A dessensibilização dos animais habituando-os a ouvirem ruídos de fogos enquanto participam de uma brincadeira ou recebem carinho e petiscos é uma forma de associarem o som alto a bons momentos, contribuindo com a prevenção de respostas exacerbadas.

Uma consulta antecipada ao médico-veterinário também é essencial para avaliar as condições clínicas, a ansiedade, o medo e o estresse do animal. Em muitos casos, é recomendado o uso de medicamentos para preparar o pet e proporcionar maior tranquilidade. Florais de Bach, nutracêuticos e fitoterápicos, como valeriana, kawa-kawa, passiflora, L-triptofano e melatonina são algumas opções naturais para a prevenção e podem ser manipuladas em formas farmacêuticas flavorizadas que auxiliam a administração.

“Medicar um animal nem sempre é uma tarefa fácil, especialmente os gatos. Por isso, a manipulação de medicamentos com formas farmacêuticas como glóbulos, biscoitos ou molhos, em sabores como bacon, leite condensado ou frango facilitam a aceitação do pet e reduzem o estresse de medicar”, argumenta Farah.

A veterinária lembra ainda que para animais com alto grau de ansiedade ou com saúde debilitada, pode ser necessária a administração de medicamentos de uso controlado. “Esse tipo de medicamento só pode ser prescrito por um médico-veterinário. O tutor nunca deve administrar doses menores de seus próprios medicamentos para o pet. Embora alguns princípios ativos sejam comuns aos animais e aos humanos, a indicação é muito específica e a dose, muito diferente. Esse é outro motivo para optar pela manipulação de medicamentos veterinários: a dose é exata para o peso do animal e a quantidade específica para o tratamento, uma segurança a mais para pets e tutores”, esclarece Farah.

Tratamentos à base de manipulados

Na DrogaVET, por exemplo, é possível preparar o fitoterápico na dose certa e para o período exato de tratamento, evitando desperdícios. Entre as substâncias naturais, que fazem parte do cardápio de manipulados da empresa, estão:Solução fitoterápica calmante: um mix de extratos vegetais que tranquilizam e  diminuem a ansiedade do animal, sem interferir em sua performance ou ânimo no dia a dia, com a possibilidade de aplicação do medicamento diretamente sobre a ração.

Florais: produzido a partir de um mix de flores, arbustos e árvores silvestres. As essências tratam as desordens da personalidade do animal, ou seja, o medicamento é  indicado para pets que já apresentam traumas com altos ruídos.Crédito: Priscilla Fiedler

Melatonina: a melatonina é um neuro-hormônio produzido pelo organismo do animal principalmente entre o anoitecer e o amanhecer, de modo que a sua utilização pode melhorar o funcionamento do metabolismo e outros eventos fisiológicos importantes. É uma alternativa para quem não possui tempo hábil para iniciar a aplicação da solução fitoterápica ou o floral antes das festas de fim de ano, uma vez que o  efeito se manifesta de maneira mais rápida no organismo, trazendo serenidade ao pet.

“De toda forma, é importante ressaltar a necessidade da indicação correta do fitoterápico e da dosagem a ser administrada e que somente poderá ser feita pelo veterinário do animal,  que analisará possíveis efeitos colaterais em razão da idade avançada ou de alguma doença pré-existente no pet”, orienta Andressa.

Protocolos de segurança para evitar os impactos das festas nos pets

A Ideia Glass também reuniu algumas dicas que também auxiliam para acalmar o animal de estimação nesse período e dicas de como proporcionar maior segurança aos animais de estimação.

  1. DEMARCAÇÃO DE LUGAR

Manter o pet em um lugar seguro, que ele já esteja familiarizado, e de preferência seja mais escurinho, ajudará o animal a passar pelas horas de barulho de maneira mais tranquila. Para que ele se sinta mais calmo, é importante deixar no local a caminha e brinquedos, além de comida e água,

Outra ação essencial é manter janelas e passagens fechadas, pois no susto, os pets podem escapar e se machucar. Uma dica, para fechar o local onde o animalzinho ficará, é utilizar uma porta de vidro, que diferente das de ferro, impede que ele machuque as patas ao tentar escapar pelas frestas ou prenda a cabeça entre as grades.

 2. COLETE OU FAIXA PROTETORA

Para aliviar a tensão no pet, outra dica é colocar nele um colete protetor ou até mesmo amará-lo com uma faixa ao redor do seu corpo. É uma forma do animalzinho se sentir abraçado e acolhido, o que poderá diminuir o medo do barulho. Se a opção escolhida for a faixa, é preciso seguir um “manual” para que a tática de proteção seja efetiva.

O processo é simples! Basta colocar a faixa na altura do peito do animal e cruzar as pontas depois do pescoço, na altura do dorso; depois é preciso fazer o mesmo abaixo, na altura do dorso; por fim, é necessário dar nó firme, perto da coluna. A técnica é simples, mas sempre vale consultar um veterinário para receber todas as instruções e manter o pet realmente seguro.

Mas fica o alerta! É importante garantir que o pano não esteja apertando ou machucando o pet.

3. PROTEJA OS OUVIDOS

Os ouvidos do animal também precisam ser protegidos para que o impacto com os barulhos seja menor. Para isso, é importante utilizar protetores auriculares ou até mesmo um algodão nos ouvidos do pet, já que eles já estão acostumados com esse material por ser utilizado também durante os banhos. Na dúvida de como realizar a técnica, o ideal é visitar um médico veterinário nos dias que antecedem as festas e pegar todas as orientações.

4. ACOSTUME-OS COM OS BARULHOS

O ideal é acostumar os animais com barulhos e agitos, para que ele não sofra e nem se estresse tanto em momentos de festas. Se ao longo do ano a casa é mais calma, uma boa dica é, uns dias antes das comemorações, habituar o pet com música alta. Se nada disso adiantar, uma outra possibilidade é deixar a televisão ligada durante a queima de fogos, com o volume alto, e em uma programação que possa chamar a atenção do animal.

Manifestos pela internet contra fogos de artifício com ruídos 

Projeto de Lei 6881/2017, que visa proibir rojões e morteiros com ruídos, está parado na CCJC da Câmara dos Deputados desde 2021   

Virada de ano é sinônimo de fogos de artifício e céus coloridos nas festas de réveillon. No entanto, o mesmo artifício que emociona os olhos de pessoas em todo o mundo, causa transtorno aos ouvidos de milhares de pessoas e animais, o que faz deste um tema que entra no debate público sempre nesta época do ano. Algumas cidades, já proibiram o uso, a queima e a soltura de fogos de artifício ou qualquer artefato com estampido.

No Rio Grande do Sul  existe a Lei 15.366, que proíbe a queima e soltura de fogos ruidosos, porém tem pouca adesão da população. Essa regulamentação estadual prevê R$10 mil de punição para quem for pego descumprindo a lei. Mesmo com a proibição de uso, queima e soltura dos fogos de artifício, tanto em locais públicos quanto privados, em algumas cidades, como é o caso de São Paulo, Jau, Lages, Distrito Federal e Curitiba, a prática ainda perdura em muitos municípios.

Só na plataforma Change.org no Brasil, nas últimas semanas mais de 30 petições foram criadas, em diversas cidades do país. No total, o site conta com mais de 500 manifestos sobre o tema, que somam mais de 1,5 milhão de assinaturas.

Destaque para a petição “Câmara dos Deputados: aprovem o PL 6881/2017 contra fogos de artifício COM RUÍDO”, que publicada em 2017, já conta com mais de 380 mil assinaturas. O abaixo-assinado foi criado por Rogério Nagai depois que uma outra petição sobre o tema, também elaborada por ele, mas direcionada à cidade de São Paulo, foi vitoriosa. Em 2017, a Câmara de Vereadores da cidade aprovou um projeto de lei que proíbe fogos de artifício que causam estampido, e foi sancionado em 2018 pelo então prefeito Bruno Covas, virando lei.

Já o PL federal, apresentado também em 2017, está parado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados desde junho de 2021, sem perspectiva de votação. Se aprovado, o projeto proíbe que sejam fabricados, comercializados, transportados e manipulados fogos com estampidos (rojões, morteiros, bombas) no país, ficando liberados apenas os fogos luminosos. Além de São Paulo, várias outras cidades já têm leis sobre o tema, como Santos e Campinas.

No texto da petição, Nagai observa que o barulho dos fogos de artifício podem causar, além de incômodo, inúmeros problemas, alguns com graves consequências em crianças autistas. “Há relatos de mães de autistas que mencionam que os filhos chegam a uma situação de irritabilidade tão grande e estresse que batem com a própria cabeça nas paredes, além de terem convulsões”, comenta.

Segundo ele, nos animais ocorrem problemas como desnorteamento, surdez e ataque cardíaco, que podem levar à óbito, principalmente nas aves, além do atropelamento em razão de fuga de cachorros e gatos.

Há ainda inúmeros outros relatos de incômodos causados em idosos, pessoas internadas em hospitais ou até mesmo em quem manipula tais fogos, além de estudos que demonstram diversos impactos ambientais, como na migração de aves.

Confira algumas petições publicadas recentemente na Change.org sobre o tema:

Com Assessorias

 

 

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