“Além de estarmos acima do que é esperado para o momento, há uma tendência de aumento. Quando a gente olha pelas nove regiões do estado, a que mais chama a atenção e se destaca em aumento de casos é a região litorânea”, enfatiza Luciane Velasque, superintendente de Informação Estratégica em Vigilância e Saúde da SES-RJ.
Temporada de dengue vai de novembro a maio
A dengue é a arbovirose (doença causada por vírus transmitido por mosquitos) urbana mais relevante nas Américas, principalmente no Brasil. O período mais chuvoso no Brasil, na maior parte do país, costuma ocorrer de novembro a maio. É também nesta época do ano que o país registra um aumento significativo nas notificações de casos de dengue.
“O período de calor pode ajudar no processo de proliferação do Aedes aegypti, que é o mosquito que transmite a dengue, a zika e a chikungunya, porque nesse período a reprodução tem influência das altas temperaturas. As pesquisas mostram que as temperaturas ideais estão na faixa de 28 a 32 graus, mas é um ser vivo que se adapta facilmente a mudanças””, alerta o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da SES-RJ, Mário Sérgio Ribeiro.
Quase 40% dos focos estão em caixas d´água
Como a população pode ajudar a combater o mosquito
Para avançar com as ações de combate ao Aedes Aegypti, mosquito que também transmite Zika e chikungunya, o Ministério da Saúde reforça a importância fundamental da participação da sociedade na eliminação dos focos do mosquito em ambientes domésticos. Cuidados com a água acumulada em recipientes e limpeza de ralos e piscinas são algumas das orientações a serem relembradas.
Mário Ribeiro destaca também a importância da participação da população para evitar o aumento de casos da doença, principalmente, durante as estações mais quentes, como o verão. Segundo ele, as pessoas que têm o hábito de armazenar água em baldes, barris, caixas d’água no chão, devem ter mais cuidado.
“Esses criadouros precisam estar protegidos, bem fechados, tampados. O Aedes aegypti pode se desenvolver da fase de ovo até a fase de mosquito em apenas 7 dias. Uma fêmea pode colocar centenas de ovos durante sua vida. Ou seja, em 7 dias, se a pessoa não tiver esse cuidado, podem nascer 100 mosquitos da dengue na sua casa”, ressalta.
A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Evitar acúmulo de lixo, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta, cobrir bem tonéis e caixas d’água e receber a visita do agente de saúde são algumas iniciativas básicas. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor coloca seus ovos.
Sintomas e prevenção
Os sintomas de dengue, chikungunya ou Zika são semelhantes. Eles incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais.
A orientação é a de, apresentando esses sintomas, procurar a unidade ou serviço de saúde mais perto da residência assim que surgirem os primeiros sintomas.
Algumas medidas preventivas ajudam no combate à doença: evitar água parada, esvaziar garrafas, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água são algumas iniciativas básicas para evitar a proliferação do mosquito.
Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor coloca os ovos.
Como eliminar principais tipos de criadouro do mosquito
– Certificar que caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados;
– Retirar folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas;
– Guardar pneus em locais cobertos;
– Guardar garrafas com a boca virada para baixo;
– Realizar limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos de escoamentos de água;
– Limpar e retirar acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras;
– Lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha;
– Jogar as larvas na terra ou no chão seco;
– Para grandes depósitos de água e outros reservatórios de água para consumo humano é necessária a presença de agente de saúde para aplicação do larvicida;
– Utilizar areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal;
– Retirar água e fazer limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água, como bambu e bromélias;
– Guardar baldes com a boca virada para baixo;
– Esticar lonas usadas para cobrir objetos, como pneus e entulhos;
– Manter limpas as piscinas;
– Guardar ou jogar no lixo os objetos que podem acumular água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos;
– Em recipientes com larvas onde não é possível eliminar ou dar a destinação adequada, colocar produtos de limpeza (sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina) e inspecionar semanalmente o recipiente, desde que a água não seja destinada a consumo humano ou animal. É importante solicitar a presença de agente de saúde para realizar o tratamento com larvicida.
- – Tampar e lavar reservatórios de água são ações importantes para o combate ao Aedes aegypti. A limpeza deve ser periódica com água, bucha e sabão. Ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. Esse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.
Veja aqui algumas orientações do Ministério da Saúde.
Ações mantêm casos em níveis não-epidêmicos
As ações foram realizadas de forma integrada e articulada com estados e municípios, e contaram com a participação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde).
Plano Estadual de Contingência no Rio
Já a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) informou que já pôs em prática seu Plano Estadual de Contingência, com as chamadas Câmaras Técnicas, que são reuniões com representantes dos municípios para tratar do momento atual, projeções e planejamento de combate à dengue e outras arboviroses.
A SES-RJ também vem garantindo itens para estruturação de centros de hidratação em municípios que manifestarem a necessidade de apoio do estado diante de cenário de epidemia e tem realizado a apresentação do cenário das arboviroses mensalmente nas reuniões com os secretários de saúde dos municípios.
Para o monitoramento da infestação do mosquito da dengue no estado, a SES-RJ, seguindo a orientação do MS, apoiou os municípios na realização de quatro edições obrigatórias dos Levantamentos de Índice Rápido do Aedes aegypti – LIRAa, a partir de 2018, nos meses de fevereiro, maio, agosto e outubro, como preconizado pelo Programa Nacional de Controle da Dengue.
O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), da SES-RJ, compõe o Centro de Inteligência em Saúde (CIS), e faz o acompanhamento em tempo real da situação de diversas doenças, como arboviroses (dengue, zika e chikungunya, febre amarela), tuberculose, febre maculosa e gripe aviária, entre outras.
Com informações da Agência Brasil, SES-RJ e Ministério da Saúde