O uso de medicamentos inibidores de apetite tem se tornado um tópico de intenso debate e especulação, especialmente em meio a notícias envolvendo celebridades e suas jornadas de perda de peso. O mais popular deles é o Ozempic, que chega a custar mais de 1,2 mil reais por mês.

Dentre aquelas que falaram abertamente sobre a utilização do medicamento estão Jojo Todynho, Dayanne Bezerra, Luiza Possi e Karoline Lima. Fora do Brasil, aparecem estrelados mais esbeltos com uso de Ozempic, como Rebel Wilson, Sharon Osbourne e Whoopi Goldberg.

Mas nem todo mundo admite que conquistou um notável emagrecimento com ajuda de medicação. Em abril de 2024, o assunto de maior destaque no X (antigo Twitter) foi a associação do medicamento à drástica redução de peso da cantora Maiara, que faz dupla com irmã Maraísa. A sertaneja usou as redes sociais para esclarecer que não usou medicamentos para emagrecer

Com menos quase 40 quilos, a cantora de 37 anos revelou como fez para sair de 85 kg e chegar a 47 kg, seu peso atual. Ela atribuiu o seu emagrecimento a uma mudança de hábitos alimentares e ao aumento da frequência de seus exercícios físicos, sem fazer menção ao uso de qualquer substância medicamentosa. Maiara afirmou que a saúde é a prioridade e que quem quer emagrecer deve procurar acompanhamento médico.

Apesar disso, constantemente a sertaneja  tem sido alvo de críticas e especulações nas redes sociais por estar “muito magra”. A artista já afirmou que está bem e saudável, e que se sente confortável com o seu corpo.
Nos últimos anos, Maiara já passou por procedimentos médicos, como cirurgia bariátrica, uso de balão gástrico e uma lipoaspiração para a retirada de pele após oscilações de peso, e também mudou a sua alimentação e rotina.

Mesmo com o esclarecimento sobre seu estado de saúde, algumas especulações sobre a transformação física continuam circulando.  O efeito sanfona, conhecido por causar variações bruscas de peso, foi uma das dificuldades enfrentadas pela artista em sua trajetória de emagrecimento.

Ela tem dito que a autovalorização é uma jornada interna e que é importante amar e aceitar-se como um todo. Esta semana, porém, após uma enxurrada de críticas e preocupações dos fãs, ela publicou que ganhou dois quilos de massa muscular e está se sentindo bem, seguindo firme na dieta e na academia.
Em declaração durante show em outubro em Teresina (PI), Maiara enfatizou que, apesar da preocupação de fãs, está na “melhor fase” de sua vida, destacando que nunca esteve tão bem financeiramente e em relação à sua aparência. Segundo a irmã de Maraisa, ela está vivendo “disparado o melhor momento da vida.”

Quando eu estava gordinha não prestava também, agora emagreci, estou com 45 kg, graças a Deus bem alinhados… E agora o povo fica me arrumando um monte de doença que não existe, que eu nem sei o nome. Estou na minha melhor fase”, afirmou Maiara.

O peso desejado desde a infância

A cantora enfatiza a importância de amar e aceitar-se como um todo, destacando que a autovalorização é uma jornada interna. Segundo Maiara, “A gente tem que se amar, olhar no espelho e se aceitar. Eu estou me amando, eu olho no espelho e me aceito, e o resto que se lasque”.

Este caminho foi longo, partindo de desejos de infância para finalmente alcançar, aos 37 anos, um objetivo visualizado por toda a vida. ‘Sempre me enxerguei, desde os 9 anos, com o meu corpo de hoje”, disse

Desde a infância, Maiara enfrentou desafios relacionados ao peso, devido a uma predisposição genética em sua família. Muitos de seus familiares também passaram por processos semelhantes, incluindo cirurgias bariátricas. 

Maiara já fez declarações sobre a sua magreza, como: 
  • “É gosto de cada um. Se estiver saudável, está tudo certo”
  • “Gosto do meu corpo assim, me sinto mais confortável”
  • “Meu ‘gostosa’ é estar assim”
  • “Queria reduzir mais gordura ainda”
  • “Quando eu estava gordinha, não prestava. Agora emagreci, estou com 45 quilos”

Com qual dos medicamentos se perde mais peso?

O emagrecimento de Maiara gerou especulações nas redes sociais sobre o uso de medicamentos como o Ozempic e o Wegovy – ambos à base de semaglutida e produzidos pela Novo Nordisk – e e o mais recente, Mounjaro, lançado pela Lilly, que tem como princípio ativo a tirzepatida.

Estes medicamentos, originalmente desenvolvidos para o tratamento de condições específicas, como o diabetes tipo 2, têm sido utilizados off-label para auxiliar na perda de peso. É importante, contudo, que se entenda tanto os potenciais benefícios quanto os riscos associados ao uso desses medicamentos.

Ozempic (semaglutida) e Wegovy, uma versão de maior dosagem da mesma substância, atuam imitando um hormônio intestinal que regula o apetite e a ingestão de alimentos, levando a uma sensação de saciedade. Mounjaro (tirzepatida), por sua vez, é um medicamento que combina a ação de dois hormônios para aumentar ainda mais esses efeitos.

O médico nutrólogo Ronan Araujo destaca que esta dualidade de ação não só potencializa a eficácia da tirzepatida na redução do peso corporal, mas também traz benefícios significativos no controle glicêmico, tornando-a uma opção promissora para pacientes com diabetes tipo 2.

Diferentemente de outros medicamentos que atuam por meio de um único mecanismo hormonal, o Mounjaro oferece uma abordagem mais abrangente, impactando várias vias metabólicas simultaneamente. Embora esses medicamentos possam ser eficazes na perda de peso, seu uso deve ser cuidadosamente considerado e monitorado por profissionais de saúde.

Mounjaro promete ser mais eficiente que Ozempic

Em setembro de 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu luz verde para o Mounjaro, desenvolvido pela Eli Lilly, como uma inovação no tratamento do diabetes tipo 2. Esse medicamento, cujo princípio ativo é a tirzepatida, já obteve aprovação nos Estados Unidos e na Europa, e sua eficácia é notavelmente semelhante à do Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk.

Pesquisas que embasaram essa autorização revelaram que o Mounjaro supera o Ozempic em termos de controle da glicose no sangue e redução de peso. A nova medicação, agora disponível no país, é administrada por injeções semanais, evidenciando um desempenho superior na promoção da perda de peso quando comparada a outras alternativas medicamentosas.

A princípio, a tirzepatida está indicada apenas para tratar diabetes, mas ela também passa por estudos que a avaliam como uma possível terapia contra obesidade, apneia do sono, doença renal crônica e insuficiência cardíaca. Também está sob investigação para tratar esteatose hepática, uma condição que afeta o fígado e que, quando negligenciada, pode levar a complicações graves.

Os resultados deste tratamento são notáveis, ultrapassando até mesmo a eficácia da cirurgia bariátrica. Na área de perda de peso, profissionais que se dedicam ao emagrecimento consideram que estamos vivenciando uma era em que a cirurgia bariátrica pode estar se tornando obsoleta, uma vez que conseguimos alcançar resultados ainda mais impressionantes com o uso deste medicamento”, enfatiza o Dr. Ronan Araujo.

Será o fim da obesidade e da cirurgia bariátrica?

Por Ronan Araújo*

É fundamental ressaltar que o emagrecimento saudável e sustentável é melhor alcançado por meio de uma abordagem multidisciplinar, que inclui mudanças na dieta, aumento da atividade física e, em alguns casos, apoio psicológico. Os medicamentos devem ser vistos como ferramentas adicionais, e não substitutas, para essas mudanças de estilo de vida

A popularização do uso desses medicamentos entre celebridades levanta preocupações. Primeiramente, existe o risco de que o público geral perceba esses medicamentos como soluções rápidas ou fáceis para perda de peso, desconsiderando os potenciais efeitos colaterais e a importância de um acompanhamento médico rigoroso

Além disso, o foco excessivo na perda de peso e na aparência física pode contribuir para a perpetuação de padrões de beleza inatingíveis e prejudiciais, influenciando negativamente a saúde mental e física de indivíduos vulneráveis. É crucial que a conversa em torno do uso desses medicamentos seja equilibrada, destacando a necessidade de uma abordagem integrada à saúde e bem-estar

Profissionais de saúde, desempenham um papel vital na orientação de seus pacientes sobre o uso seguro e eficaz de medicamentos para perda de peso. Eles devem avaliar cuidadosamente cada caso, considerando o histórico médico do paciente, seus objetivos de saúde e possíveis contraindicações ao uso desses medicamentos. Além disso, é essencial que se promova uma visão de saúde que vá além da perda de peso, focando em hábitos de vida saudáveis, equilíbrio emocional e bem-estar geral.

O que é a tirzepatida e como ela funciona?

 Saiba tudo sobre o Mounjaro, medicamento aprovado no país que promete acabar com a obesidade

A tirzepatida é uma substância que opera imitando as funções de dois hormônios intestinais, o GLP-1 e o GIP. Esses hormônios, conhecidos como “incretinas”, desempenham um papel crucial na conexão entre a ingestão de nutrientes pelo trato gastrointestinal e a liberação de hormônios pancreáticos.

Normalmente, eles são liberados durante a digestão, após a absorção de glicose, proteínas e gorduras, estabelecendo um vínculo fundamental entre a alimentação e a regulação da insulina no corpo.

De forma simplificada, o GLP-1 é um hormônio que o intestino produz quando comemos. Ele entra em ação no pâncreas sempre que os níveis de glicose estão elevados, desencadeando uma desaceleração na digestão e gerando uma sensação de saciedade.

Por outro lado, o GIP, com seus 42 aminoácidos, é um hormônio peptídeo que age como um inibidor gástrico e um peptídeo insulinotrópico dependente da glicose. Este hormônio direciona sua ação às células beta no pâncreas, estimulando-as a aprimorar a produção de insulina. Várias pesquisas de genética associam o GIP ao controle da insulina, regulação de glicose, metabolismo de lipídios e peso corporal.

Este medicamento pertence à categoria de coagonistas, que interagem com vários receptores hormonais. Isso é significativo, pois ajuda a reduzir o apetite por meio de neurotransmissores, sem prejudicar o sistema cardiovascular, pelo contrário, protegendo-o. Isso é especialmente relevante, pois tanto a obesidade quanto o diabetes aumentam o risco de doenças cardiovasculares.

Os efeitos colaterais são controláveis, são brandos na maioria dos casos, mas como qualquer outra medicação, é extremamente necessário acompanhamento e indicação médica.

Este medicamento pode resultar em uma transformação notável no controle da obesidade, com potencial para eliminar até 23% do peso corporal, muito semelhante ao resultado de uma cirurgia bariátrica. No entanto, é essencial entender que qualquer medicamento desse porte deve ser parte de um tratamento abrangente para a obesidade, uma doença crônica que requer acompanhamento de longo prazo e mudanças no estilo de vida”, conclui Dr. Ronan Araujo.

Com Assessorias e Agências

 

 

 

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