O Brasil desponta como um dos líderes mundiais em transplante e já retoma os índices pré-pandemia. É o segundo maior país do mundo em transplantes de órgãos, depois dos Estados Unidos. O país tem o maior programa público de transplante de órgãos do mundo. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), foram realizados quase 26 mil transplantes de órgãos, tecidos e medula óssea em 2023.

Somente entre janeiro e março de 2024, ocorreram cerca de 6,7 mil cirurgias, sendo mais de 1,3 mil relacionadas ao rim. Dados do Ministério da Saúde apontam que entre janeiro e setembro de 2023, foram realizados 6.766 transplantes em todo o Brasil. Também, foi registrado um aumento no número de doadores: no mesmo período, foram efetivadas 3.060 doações.

Apesar disso, a fila por um transplante ainda é enorme. No Brasil, a maioria das pessoas na fila única nacional de transplantes aguarda a doação de um rim, seguido por fígado, coração, pulmão e pâncreas. Somente no ano passado, três mil pessoas faleceram pela falta de doação de um órgão. Atualmente, mais de 500 crianças aguardam por um novo órgão.

Uma forma de aumentar o número de doações foi a criação da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), disponibilizada pelos Cartórios de Notas do Brasil em parceria com o Poder Judiciário. A autorização é feita de forma online em um Tabelionato de Notas diretamente pela plataforma nacional oficial www.aedo.org.br.

Segundo dados levantados pelo Colégio Notarial do Brasil – Seção Rio de Janeiro (CNB/RJ), entidade que reúne os Cartórios de Notas fluminenses, já foram feitas 1.473 solicitações no estado desde o lançamento da plataforma, em abril deste ano. Em âmbito nacional já foram mais de 12 mil pedidos em todas as 27 unidades federativas do país.

No Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, celebrado neste 27 de setembro, mais de 1,4 mil pessoas já realizaram o procedimento de manifestar e formalizar a sua vontade por meio da

Com a AEDO, simplificamos e agilizamos a manifestação de vontade da pessoa em ser doadora de órgãos, dando forma e segurança jurídica para que o seu desejo de salvar vidas seja respeitado pela família, que acaba sendo o maior empecilho para que a doação se efetive”, afirma José Renato Vilarnovo Garcia, presidente do CNB/RJ. “É uma iniciativa que une tecnologia, responsabilidade social e a confiança que os Cartórios de Notas sempre ofereceram à população”, completa.

Regulamentada pelo Provimento nº 164/2024 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e disponível gratuitamente para toda a população, a AEDO feita pelos Tebelionatos pode ser consultada, via CPF do falecido, pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde diretamente na Central Nacional de Doadores de Órgãos.

O Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos foi instituída pela Lei nº 11.584/2.007, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação e de conversar com familiares e amigos sobre o assunto.

Como fazer a AEDO?

  • Para realizar a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, o interessado preenche um formulário diretamente no site www.aedo.org.br, que é recepcionado pelo Cartório de Notas selecionado.
  • Em seguida, o tabelião agenda uma sessão de videoconferência para identificar o interessado e coletar a sua manifestação de vontade.
  • Por fim, o cidadão e o notário assinam digitalmente a AEDO, que fica disponível para consulta pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes. A plataforma está acessível 24 horas por dia, 7 dias por semana, de qualquer dispositivo com acesso à internet.
  • Na plataforma, o cidadão pode ainda escolher qual órgão deseja doar – medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos.
  • Pela legislação vigente, quem autoriza a doação em caso de morte encefálica é a família do cidadão, que precisava estar ciente da intenção da pessoa em doar seus órgãos e/ou tecidos. Com a AEDO esta manifestação de vontade fica registrada dentro de uma base de dados acessada pelos profissionais da Saúde, que terão em mãos a comprovação do desejo do falecido para apresentar à família no momento do óbito.

O e-Notariado

  • O processo de emissão da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos é realizado por meio da plataforma e-Notariado, ambiente digital nacional para realização de atos notariais.
  • O interessado em doar órgãos deverá acessar o site www.aedo.org.br e solicitar o seu Certificado Digital Notarizado, assinatura eletrônica que assegurará a identidade do solicitante.
  • Após envio da solicitação, o tabelião de notas selecionado pelo cidadão entrará em contato para realizar a videoconferência de emissão do Certificado.
  • Uma vez emitido, o futuro doador deverá preencher o formulário da página inicial do site com seus dados e indicar quais órgãos gostaria de doar.
  • Após preenchido o formulário, o cidadão selecionará o Cartório de Notas que fará a emissão da AEDO e assinará o documento com seu Certificado Digital Notarizado, instalado no celular.
  • O documento será gerado automaticamente e integrará a Central de Doadores de Órgãos imediatamente.
  • O cidadão então poderá informar sua família da existência do documento para facilitar a busca futura. O documento pode ser revogado a qualquer momento pelo solicitante.

Alguns dados sobre transplantes de órgãos no Brasil são: 

  • Em 2024, o primeiro semestre registrou um recorde de 14.352 transplantes, superando os 13,9 mil do mesmo período de 2023
  • Cerca de 28 mil pessoas na fila esperando pelo transplante de córnea
  • Em janeiro de 2024, 41.559 pessoas aguardavam na lista de espera por um transplante de órgãos
  • Em 2023, de cada 14 doadores possíveis, dois se tornaram doadores de fato
  • O Brasil tem a maior taxa de aceitação familiar para doação de órgãos na América Latina
  • O Ministério da Saúde lança uma campanha publicitária em setembro para conscientizar e incentivar as famílias sobre a doação de órgãos

 

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