De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer é a primeira causa de morte (8% do total) entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. A boa notícia é que 80% dos diagnósticos nessa faixa etária podem ser curados se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.

Os tipos mais frequentes entre o público infanto-juvenil são os cânceres hematológicos ou medulares, representados pelas leucemias originadas tanto nos gânglios linfáticos, as leucemias linfoblasticas/linfóides e linfomas, como as originadas na medula óssea e leucemias mielóides.
Tumores do sistema nervoso central, seguido dos cânceres de origem em gânglios neurais os neuroblastomas de glândula suprarrenal – como é a doença de Yara – ou de gânglios para-vertebrais, que também costumam invadir a medula óssea, são o segundo tipo de câncer infantil mais incidente no Brasil. Tumores renais, ósseos, de partes moles e o câncer ocular vêm na sequência.
Evandro Carneiro e Emanuelle Tramonte, pediatras do IBCC Oncologia (Foto: Divulgação)
Nos adultos, em torno de 90% do aparecimento do câncer está relacionado a fatores esporádicos e ambientais, sendo apenas 10% hereditários. Diferentemente dos adultos, em que a exposição é maior aos estímulos nocivos ambientais, hábitos de vida não apropriados, uso de medicamentos e alimentação inadequada por longo período, nas crianças isso não acontece.

“Primeiro devido ao tempo muito curto de vida não possibilitar a exposição a fatores ambientais prejudiciais ou mesmo a fatores endógenos – substâncias produzidas em nosso organismo, como Hormônios – e, segundo, porque não há grande facilidade de acesso voluntário à maior parte dessas substâncias”, destaca Evandro Carneiro, pediatra e médico intensivista da Unidade de Onco-hematopediatria do IBCC Oncologia.

Evolução da ciência e tratamentos eficazes

Especialmente para os cânceres de origem hematológica, as leucemias linfóides, mielóides e linfomas, conforme sejam historicamente os mais frequentes, a Ciência, preocupada, evoluiu muito através dos tempos tanto na sua detecção como no seu tratamento.

Ainda de acordo com o médico, há ensaios para tratamento, coleta e análise dos dados resultantes de cada terapia, protocolos internacionais para controle de cada doença, em cada estado de invasão estabelecidos como os de melhor resposta e aplicados por todo o planeta.

“Ao se associar aos protocolos internacionais de tratamento a modalidade terapêutica do Transplante de Medula Óssea, os resultados do tratamento se tornaram ainda melhores, chegando a níveis de cura de 80% e em algumas situações até ultrapassando esta marca”, finaliza Dra Emanuelle.

Sinais que servem de alerta aos pais

A partir de alguma queixa de dor ou desconforto da criança aos familiares, é necessário procurar o pediatra que utilizará o recurso do interrogatório complementar sistematizado. Na maioria dos casos, o médico fará exames físicos mais atento caso possua alguma suspeita ou sinal de alerta de alguma patologia oncológica e em complemento aos exames, fará a investigação de baixa invasividade, que auxilia tanto na detecção como no diagnóstico do câncer infantil.
“Podem ser utilizados recursos desde o diagnóstico por Imagem, com uso de ultrassonografia de alta resolução, ressonâncias nucleares magnéticas e PET-Scans cada vez mais potentes, passando pela grande disponibilidade de recursos endoscópicos e de patologia celular e até exames diagnósticos moleculares e genéticos cada vez mais acessíveis, acurados e específicos”, detalha a Emanuelle Tramonte, pediatra da Unidade de Hematologia e TMO infantil do IBCC.

Os pais devem estar atentos à palidez cutâneo mucosa, crescimento de gânglios (caroços no corpo) e sinais de sangramento, além de hematomas espontâneos no corpo e febre. A melhor maneira de diagnosticar e controlar o câncer é através da pesquisa direcionada da doença, com profissionais qualificados e direcionados para a investigação de sinais e sintomas relacionados ao problema.

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