Chegou a época do ano que é mais marcada por calor e bastante exposição ao sol – seja na praia, na piscina, no trabalho, em caminhadas ao ar livre ou até mesmo no carro, ao volante. Por esse motivo, o período também é propício para relembrar os cuidados contínuos de prevenção ao câncer de pele. Neste mês acontece a campanha Dezembro Laranja’, período em que especialistas alertam para a importância da adoção de medidas preventivas ao longo de todo o ano.

Assim como ocorre com o câncer de mama e de próstata, a Sociedade Brasileira de Dermatologia utiliza a campanha para divulgar informações corretas e orientar a população sobre o câncer de pele. Apesar de muito se falar sobre o tema, ainda há crenças equivocadas a respeito da doença. Por isso, a iniciativa é vital para desmistificar informações.

Uma delas é em relação ao potencial letal da doença, por exemplo. Engana-se quem pensa que o câncer de pele não é agressivo. Embora menos frequente, representando cerca de 5% do total de casos, o tipo melanoma é o mais agressivo. ‘Ele tem origem nos melanócitos, células que produzem a melanina – pigmento que dá cor à pele”, esclarece a médica oncologista Gabriela Filgueiras Sales, do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), 

Já a médica dermatologista Denise Altomar, diretora dos Prontos Atendimentos da Unimed-Rio, destaca a ideia equivocada de que protetores solares causam câncer. “Essa informação não tem o menor fundamento, assim como a crença de que câncer de pele é uma doença transmissível, o que só traz estigmatização ao paciente portador da doença”, destaca.

Por isso, este é um momento importante para debater sobre exposição solar, principalmente aquela que acontece sem proteção – e é um fator de risco significativo para o desenvolvimento do câncer de pele. Embora o câncer de pele possa surgir em qualquer parte do corpo, as áreas mais expostas ao sol são as mais propensas.

“A exposição solar leva a danos cumulativos à pele. As lesões suspeitas ou confirmadas de câncer de pele são derivadas daquelas exposições solares sem proteção que se iniciaram lá na infância e adolescência, por isso a necessidade de iniciar a proteção solar bem cedo”, destaca

A médica pontua que os cuidados não se resumem apenas à questão estética. Os danos solares não só aumentam a incidência da doença, mas também tornam a pele mais frágil, propensa a lesões e com um envelhecimento acelerado.

“Não só durante o verão, mas durante todo o ano nos horários de maior incidência de ultravioleta (10 às 16 horas), é crucial usar protetores solares resistentes à água e ao suor, roupas e bonés com proteção solar, e manter a hidratação”, enfatiza.

Reforçando as orientações práticas, a dermatologista recomenda aplicar o protetor solar com antecedência, protegendo áreas frequentemente esquecidas. “É importante usar o ano todo para evitar o envelhecimento cutâneo, pois o dano solar é cumulativo”, alerta.

“Todos os tipos de pele precisam de proteção. No Brasil, pela grande miscigenação, todos somos suscetíveis”, conclui a Dra. Denise Altomar, reforçando a importância da conscientização e prevenção durante todo o ano.

8 mitos e verdades sobre o uso de protetores solares

Aproveitando a campanha Dezembro Laranja, de conscientização sobre o câncer de pele, a médica oncologista Gabriela Filgueiras Sales, do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), desvenda os principais mitos e verdades a respeito da exposição solar e do uso de protetores. Confira:

  1. 1. Em dias nublados não é necessário usar protetor solar.

Mito. Mesmo em dias nublados, a radiação atravessa as nuvens. Portanto, é essencial aplicar o filtro solar todos os dias.

  1. 2. Qualquer protetor solar protege a pele.

Mito. A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda o uso diário de filtro solar com pelo menos 30 FPS (fator de proteção). Valores menores de FPS não protegem a pele adequadamente contra a radiação solar. Além disso, é importante reaplicar o produto a cada duas horas durante as atividades de lazer ao ar livre. No dia a dia, a recomendação é passar o filtro de manhã e antes de sair para o almoço.

“Quando a pele é mais sensível ao sol, é muito clara ou se há histórico familiar de câncer de pele, o ideal é que o FPS seja de 50 ou mais. E sempre repassar após duas horas de exposição solar”, informa Gabriela.

  1. 3. Pessoas negras não precisam usar filtro solar.

Mito. Embora pessoas de pele clara sejam as que mais apresentam risco, qualquer indivíduo pode desenvolver câncer de pele. Portanto, todos devem usar filtro solar diariamente.

  1. 4. Crianças também precisam se proteger.

Verdade. Sim. Porém, o uso do filtro solar é indicado para bebês a partir de seis meses.

  1. 5. Usar creme bronzeador aumenta o risco de câncer de pele.

Verdade. Os bronzeadores possuem baixa e insuficiente proteção para filtrar a passagem de raios UVA e UVB.

6. Bronzeamento artificial é seguro para a pele.

Mito. A exposição aos raios ultravioleta das câmaras de bronzeamento pode causar câncer de pele e envelhecimento precoce. Uma alternativa mais segura é optar por produtos autobronzeadores, sem exposição aos raios ultravioleta.

  1. 7. Apenas a exposição ao sol provoca o câncer de pele.

Mito. Feridas crônicas e cicatrizes na pele, exposição a agentes químicos e a radiação e tratamentos com medicamentos imunossupressores também são causas da doença.

  1. 8. Queimaduras podem se transformar em câncer de pele.

Verdade. Não é comum, mas pode acontecer. Além disso, complicações decorrentes de cicatrizes e lesões abertas podem levar ao desenvolvimento do câncer de pele.

 

Outros cuidados preventivos

Além do uso do protetor solar, há outras medidas para prevenir o câncer de pele, tais como:

  • Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h;
  • Sempre que possível, manter-se em locais de sombra;
  • Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção ultravioleta, sombrinhas e barracas;
  • Manter essas dicas de proteção mesmo em dias nublados.

“O sinal que deve chamar atenção em relação ao câncer de pele são as manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram e que geram feridas que não cicatrizam em quatro semanas”, revela a oncologista Gabriela.

Quando confirmada a doença, o tratamento inicial de câncer de pele consiste na retirada cirúrgica da lesão e do tecido ao redor. “Quimioterapia, imunoterapia ou radioterapia são recursos terapêuticos utilizados nos casos mais graves e avançados”, esclarece a médica do IOS.

A importância do autoexame

O Dezembro Laranja também destaca a importância do acompanhamento para aqueles que já tiveram a doença, especialmente pacientes com histórico familiar.

“O importante é sempre estar se observando, se auto examinando. Qualquer lesão diferente do habitual, lesões preexistentes que mudem de comportamento, como coceira, ardor, dor, sangramento, devem ser examinadas por um dermatologista”, destaca a Dra. Denise.

Ela ainda ressalta a importância do autoexame seguindo a regra ABCDE: assimetria, bordas irregulares, cor variada, dimensão maior que 6 mm e evolução.

Com Assessorias

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