Aos 50 anos, o chef e apresentador Edu Guedes enfrenta o diagnóstico de câncer no pâncreas – o mesmo que recentemente acometeu o cantor Tony Belotto e que matou o comentarista esportivo Léo Batista. Edu passou mal durante a semana, com sintomas de uma crise renal, e, a partir de exames para avaliação clínica, foi detectado um nódulo no pâncreas.

O apresentador afirmou que a doença foi descoberta precocemente e que já iniciou o tratamento. Neste sábado (5), ele passou por uma pancreatectomia robótica em São Paulo para remoção do tumor no pâncreas. A apresentadora Ana Hickmann, noiva de Edu, confirmou a notícia por meio de sua assessoria.

Com 510 mil novos casos por ano no mundo, segundo a Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), o câncer de pâncreas é o 11º tumor maligno mais comum em homens e mulheres no mundo.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 10.980 casos de câncer de pâncreas no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, sendo 5.690 em mulheres e 5.290 em homens.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), em levantamento feito na base Cancer Tomorow do IARC/OMS, observa dados preocupantes em relação ao aumento da incidência global da doença.

A projeção é que, até 2050, o número de casos de câncer de pâncreas pode quase dobrar (aumento de 95,4%), saltando para 998 mil casos/ano. Caso medidas efetivas não sejam adotadas, a mortalidade pela doença saltará de 467 mil registradas em 2022 para 936 mil no ano de 2050, dobrando o número anual de óbitos (100,3%)”, alerta.

Taxa de sobrevida é de apenas 44%

Apesar de a doença ser mais comum a partir dos 60 anos, há uma crescente incidência em pessoas mais jovens Quando somados com a faixa de 55 a 64 anos, os casos representam 90% de toda a incidência da doença, de acordo com o National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos.

O número de diagnósticos aumenta conforme o avanço da idade. Quase sete em cada dez pacientes (68%) dos tumores pancreáticos malignos são diagnosticados a partir dos 65 anos.

Com diagnóstico precoce, a taxa de sobrevida em cinco anos dos pacientes com câncer de pâncreas é de 44%, segundo o levantamento SEER (Surveillance, Epidemiology, and End Results Program) do NCI.

‘Não há exame eficaz para detectar precocemente’

O câncer de pâncreas costuma ter evolução silenciosa, sendo um dos tumores mais desafiadores em termos de diagnóstico e tratamento. Entre os sintomas que podem surgir estão dores abdominais persistentes, perda de peso sem causa aparente, icterícia (pele e olhos amarelados) e alterações no apetite ou digestão, fadiga, náuseas e dores nas costas. 

Os principais fatores de risco para desenvolvimento da doença são tabagismo, obesidade, diabetes, pancreatite crônica e síndromes hereditárias. Além da mudança no estilo de vida, a SBCO destaca a importância da atenção aos sintomas. Identificar precocemente esses sinais pode ajudar no prognóstico, aumentando as chances de controle da doença.

Embora inespecíficos, são sinais de alerta para consultar um médico. Não há um exame de rastreamento eficaz para detectar precocemente o câncer de pâncreas, tornando essencial a atenção aos fatores de risco e sinais”, destaca o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO. 

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Fatores de risco comuns para câncer de pâncreas

– Tabagismo: fumar cigarros, charutos, cigarro eletrônico e outras formas de tabaco.
– Obesidade, principalmente se você tiver excesso de peso na cintura.
– Diabetes, especialmente diabetes tipo 2. Diabetes de início súbito pode ser um sinal de câncer de pâncreas.
– Exposição a certos produtos químicos, como pesticidas e petroquímicos.
– Pancreatite crônica, uma inflamação permanente do pâncreas.
– Pancreatite crônica hereditária devido a alterações genéticas (mutações) transmitidas de pais biológicos para filhos.
– Síndromes hereditárias com alterações (mutações) em genes, como os genes BRCA1 ou BRCA2, transmitidos de pais biológicos para filhos.
– Consumo excessivo de álcool 

Cirurgia é o tratamento mais indicado

Em relação ao tratamento, é necessário fazer uma análise criteriosa sobre o estágio da doença, da localização do tumor, da saúde geral do paciente e de outros fatores biológicos.

A cirurgia costuma ser o tratamento mais eficaz. Existem dois tipos de abordagens possíveis para o pâncreasa cirurgia potencialmente curativa, realizada em estágios iniciais, indicada em cerca de 20% dos casos e a cirurgia paliativa, realizada quando a doença está disseminada, com o objetivo de aliviar os sintomas e prevenir complicações.”, explica Pinheiro.

Além disso, outros tratamentos não-cirúrgicos, indicados caso a caso, também contribuem para aumentar a sobrevida dos pacientes, como a quimioterapia e a radioterapia. 

Com Assessorias

 

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