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Os números de adultos obesos no Brasil aumentam a cada ano. Mais da metade dos brasileiros estão com sobrepeso – Índice de Massa Corporal (IMC) maior do que 25 kg/m2 – e 17% encontram-se em estado de obesidade moderada (IMC acima de 35kg/m2). Esses números também fazem aumentar a corrida pelo emagrecimento, levando muita gente a cometer imprudências com riscos à saúde. Há quem chegue ao cúmulo de ganhar mais peso para conseguir se enquadrar nos parâmetros exigidos para a cirurgia bariátrica.

Mas, como os especialistas orientam, o emagrecimento saudável e duradouro não é obtido com milagres e sim com um tratamento multidisciplinar, de longo prazo, ancorado por diversos procedimentos. Prática de atividade física bem direcionada e programa nutricional individualizado são os componentes de base de todo processo de emagrecimento. Para quem está em estágio de obesidade mórbida, em que os tratamentos de base já foram tentados mais de uma vez sem sucesso, aí sim, indica-se a cirurgia bariátrica. Não à toa, este tipo de procedimento aumentou 7,5% em 2016 em comparação com o ano de 2015, despertando o interesse e dúvidas de muitas pessoas.

Caso Romário: alerta para riscos da bariátrica

Para esclarecer sobre o universo da cirurgia bariátrica, ouvimos Ricardo Staffa, gastroenterologista da Clínica GastroInclusive e membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva. Ele preparou cinco dicas que toda pessoa que vai se submeter a uma cirurgia bariátrica precisa saber sobre o procedimento.

1. O que é?

A cirurgia bariátrica compreende diversos tipos de procedimentos operatórios, com base da redução do estômago e, consequentemente, na sua capacidade de ingestão e armazenamento de alimentos, que levam o indivíduo a emagrecer de forma rápida e em grande volume.

2. Os tipos de cirurgias bariátricas mais conhecidos

– Restritivas: diminuem o tamanho da capacidade do estômago, pela retirada de parte do órgão ou por colocação de próteses. Exemplos: Banda Gástrica Ajustável, balão intragástrico e a Gastroplastia Vertical ou “Sleeve Gástrico”.

– Mistas: Mistura de procedimento de redução do tamanho do estômago e de desvio do trânsito intestinal. Provoca a redução da ingestão e a diminuição da absorção dos alimentos.

3. A cirurgia oferece riscos como de qualquer outro procedimento operatório

O índice de complicações severas, que podem requerer alguma intervenção, como tratamento clínico ou mesmo reoperações, é em torno de 1 a 2%.  Essas complicações estão mais associadas à presença de doenças associadas, como diabetes, hipertensão, apneia do sono, entre outras, que devem ser equilibradas antes do procedimento.

4. A cirurgia bariátrica não cura a obesidade de forma isolada

A obesidade é uma doença crônica, com origem em diversos fatores, que precisam ser manejados em conjunto, por toda a vida do paciente. Por isso, é importante uma investigação profunda do indivíduo antes do procedimento, ponderando as mudanças associadas à cirurgia e a capacidade do paciente de aderir a elas no pós-cirúrgico.

5. O tratamento não termina na mesa cirúrgica

O procedimento cirúrgico é apenas uma parte do tratamento. O que vai resultar na manutenção da perda de peso é o comprometimento do paciente, que deve seguir com a adoção de hábitos saudáveis, alimentação balanceada, prática de atividade física e seguir com acompanhamento com psicólogo, para entender seu novo corpo e se adaptar a ele, e com endocrinologista e nutricionista, para seguir com a dieta e suplementação necessárias.

Fonte: Gastro Inclusive, com Redação

Obs: Os dados sobre obesidade e sobrepeso são da pesquisa Vigitel (Vigilância de fatores de risco e proteção para Doenças Crônicas por inquérito telefônico) de 2015.

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