No dicionário aprende-se que voluntário significa aquele que age por vontade própria. Daí a importância do Dia Internacional do Voluntário (5 de dezembro) ao celebrar a pessoa que decide integrar o voluntariado. A Organizações das Nações Unidas (ONU) em 1985 instituiu a data como forma de contribuir para desenvolver o espírito de solidariedade nas pessoas ao redor do mundo.

Segundo a pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 (Instituto IDIS/DataFolha), são 57 milhões de brasileiros que praticam o voluntariado. São pessoas como a jovem Polyana Abrantes, que se uniu à causa da ONG Proteção Animal Mundial por considerar um “propósito de vida”.

O bem-estar dos animais vai além de um ato de compaixão, é um compromisso profundo de garantir que aqueles que não têm voz recebam o respeito, o cuidado e a dignidade que merecem. Ver o resultado de cada ação que transforma o sofrimento em alívio e bem-estar é a prova de que proteger os animais é algo gratificante”, avalia.

Como se tornar um voluntário da Proteção Animal Mundial?

Este ano, a Proteção Animal Mundial celebra a participação de 45 pessoas ao longo de 2024 nas atividades voluntárias a favor do bem-estar de animais silvestres e daqueles criados no sistema de pecuária industrial, a exemplo de bovinos, suínos e aves.

Para se inscrever no Programa de Voluntários da Proteção Animal Mundial e fazer parte dessa jornada de defesa dos direitos dos animais, basta ser maior de 18 anos. O voluntário pode ajudar tanto online quanto presencialmente. A atuação é de acordo com a disponibilidade e as opções de atividades oferecidas.

Para esse ano, a ONG vai precisar de ajuda voluntária para o envio de calendários a favor da causa. E para 2025, além de ampliar as atividades atuais, o plano incluir o treinamento para voluntários que queiram criar suas próprias campanhas, alinhadas às estratégias da Proteção Animal Mundial. Coordenadora do programa de voluntários da ONG, Juliana Modaneze destaca algumas das principais ações de engajamento e conscientização do público.

Tivemos o Projeto Escola, idealizado pelos próprios voluntários. Nós desenvolvemos o conteúdo técnico das aulas e o restante foi conduzido por eles, como entrar em contato com as instituições de ensino e lecionar. Algo que nos sensibilizou muito também foi a iniciativa de uma voluntária, que tocou a música que idealizamos, “Defaunação”, nos intervalos de um festival de música em Minas Gerais. Fizemos ainda quatro atividades nas ruas, o Ponto Animal, além de promover adesivaços”, detalha.

Juliana explica que foram feitas também atividades online. Segundo ela, o  ciberativismo ajudou a promover a campanha contra a PL da Devastação. A ação incluiu o envio de carta aos senadores para barrar o projeto e também a divulgação da campanha nas redes. “Alguns também auxiliaram com seus conhecimentos técnicos, a exemplo de uma voluntária que traduziu a música “Defaunação” para o inglês para podermos divulgar globalmente”, completa.

6 entre 10 estagiários têm interesse em trabalho voluntário

Segundo levantamento do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), ao menos 61% dos estagiários brasileiros têm a intenção de participar de ações de voluntariado e, destes, 10% já realizam algum tipo de ação. O índice representa uma queda de 4% em relação ao percentual da última pesquisa, realizada em 2022, que apontou que 65% dos estagiários possuíam interesse em voluntariar e 11% já exerciam algum tipo de atividade voluntária.

A queda do percentual nesta edição da pesquisa mostra uma similaridade com os dados apresentados na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) sobre “Outras Formas de Trabalho”, que revelou que a taxa de trabalho voluntário é menor em jovens de idades entre 14 e 24 anos, em comparação com a faixa etária de 25 a 49 anos.

A pesquisa, encomendada ao IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), é realizada em prol do 15º Prêmio CIEE Melhores Programas de Estágio, e apontou que a região Norte lidera com o maior percentual de intenção dos estagiários em ações de voluntariado, com 69%.

Segundo Maria Nilce, superintendente de Ação Social e Filantropia do CIEE, o trabalho voluntário, independente da organização que seja feito, se constitui como um diferencial no currículo do jovem: “Os trabalhos voluntários são uma ótima experiência de enriquecimento do currículo e demonstram habilidades de comprometimento, além de trazer ao jovem uma oportunidade de aumentar sua rede de contatos e trabalhar melhor em equipe”, aponta.

Aumentam programas de voluntariado nas empresas

Mas por que vem aumentando o interesse de colaboradores das empresas em se engajarem em programas de voluntariado corporativo? A Pesquisa Voluntariado Corporativo no Mundo, elaborada pelo Itaú Social, mostrou que há alguns anos, as empresas estavam preocupadas em alinhar seus programas de voluntariado aos objetivos de negócio. Hoje, estão mais preocupadas com os impactos internos na corporação e com a aquisição de habilidades de seus funcionários.

O estudo foi realizado com 47 empresas nacionais, regionais e mundiais, sediadas na Ásia, Europa, África, América do Norte e América do Sul. voluntariado corporativo tem ganhado cada vez mais notoriedade na agenda ESG não apenas pelo seu poder de transformar as comunidades ao redor das empresas, mas também por contribuir para a evolução da cultura organizacional destas. Isso porque, além do impacto social e do fortalecimento da reputação institucional, programas de voluntariado reforçam os valores corporativos com os quais os colaboradores se identificam.

Uma recente pesquisa publicada pelo Journal of Business and Management, da National Chung Cheng University, de Taiwan (referência em pesquisas empresariais), indica que a Governança Social, ou seja, a gestão e os valores voltados para a coletividade e comunidade, é o pilar mais importante para os funcionários se manterem na empresa quando o assunto é ESG. Só que para isso é fundamental que a empresa crie e incentive ações para que seus colaboradores tenham oportunidade e acesso à ação voluntária.

É inegável que houve grande avanço na promoção de ações de voluntariado em todas as esferas da sociedade em todo o mundo. Mas é preciso despertar em cada cidadão o sentimento de que é possível fazer a diferença na busca pela qualidade de vida com o somatório de ações individuais”, ressalta a administradora de empresas Vininha Carvalho.

Agenda Positiva

Um terço dos voluntários da Liga Solidária são de grandes empresas

Segundo o levantamento do Datafolha, 15% dos voluntários se engajaram por meio de programas empresariais. Na Liga SolidáriaOSC centenária que atende milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade social –, o número representa simplesmente o dobro da média nacional. Um terço dos 1.902 voluntários da Liga (679) são funcionários de 21 grandes empresas, como Mapfre, Edenred, Puma, Kellanova, Braskem, Riachuelo, Machado Meyer, Sanofi e Ambev.

Os principais focos de ações voluntárias são educação, crianças e jovens, saúde e comunidade em geral. O apoio às catástrofes permanece entre as prioridades, mas muitas estão ajustando as ações às reais necessidades das regiões afetadas e suas populações. Outra tendência bastante focada em ações específicas são os programas cross-borders ou transnacionais, que envolvem a atuação do voluntariado em outros países.

Para marcar o Dia Internacional do Voluntário, 5 de dezembro, a Liga terá uma ação com a empresa Kellanova. A ação da empresa consiste na implantação de um jardim com plantas alimentícias não convencionais (PANCs), como capuchinha e taioba, promovendo a prática da alimentação saudável.

A ação será no EDD (Educandário Dom Duarte), no Distrito Raposo Tavares, em São Paulo, das 13h às 17h. Incluirá uma roda de conversa sobre a importância da biodiversidade e do cultivo orgânico, incentivando práticas sustentáveis e o consumo consciente.

Com Assessorias

 

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