No Brasil, estima-se que cerca de 1,8 milhão de pessoas vivem com diferentes tipos de demência, com aproximadamente 100 mil novos casos sendo diagnosticados anualmente. Até 2050, o número de diagnósticos de demência pode chegar a seis milhões no país. Essa condição é a sétima principal causa de morte em todo o mundo. Além disso, mais de 50% dos familiares que cuidam de pessoas com esse diagnóstico relataram que sua própria saúde foi afetada devido às responsabilidades de cuidado, apesar de expressarem sentimentos positivos em relação ao seu papel.

Com o intuito de elevar a conscientização e combater o estigma ligado à demência, foi instituído o Setembro Lilás, que tem como principal objetivo conscientizar e combater o estigma relacionado à demência. Neste ano, ao celebrar sua 12ª edição, a iniciativa visa transformar o Mês Mundial de Conscientização sobre Alzheimer em um período de maior significado voltado para prevenção.

Neste ano, a Federação Brasileira das Ações de Alzheimer (Febraz) tem como tema da campanha “Nunca é Cedo ou Tarde Demais”, que se concentra nos fatores potenciais e no papel crucial da redução desses riscos para evitar, retardar e prevenir o Alzheimer e outras formas de demência. De acordo com a ADI, até 2050, o número de indivíduos vivendo com demência triplicará, o que torna essa uma das preocupações em saúde mais urgentes.

A Febraz destaca os avanços em medicamentos modificadores da doença, que ampliam a possibilidade de uma cura, contudo, ressalta o significativo papel da redução de riscos. A federação acredita que adotar medidas proativas para diminuir os fatores de risco pode aumentar as chances de preservar a saúde cerebral por um período mais extenso.. É de extrema importância nos unirmos para destacar o papel do sistema de saúde pública no cuidado da demência.

É de suma importância enfatizar que a atividade física figura entre as melhores abordagens para reduzir o risco de demência. Ela promove benefícios para o coração, circulação, peso e bem-estar mental. É aconselhável que os adultos busquem realizar 150 minutos de atividade aeróbica moderada ou 75 minutos de atividade aeróbica vigorosa por semana, como forma de prevenção do Alzheimer e outras demências”, destaca a presidente da Febraz, Elaine Mateus.

Por isso, a  campanha deste ano traz uma parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o ex-jogador de futebol Zico, que é o embaixador da causa desde 2019.  Durante a abertura dos jogos da 24ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, será exibida uma faixa que alerta a população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do Alzheimer e de outras formas de demência. Conforme as novas diretrizes de saúde, atividades físicas regulares, aliadas a uma alimentação equilibrada e interações sociais, desempenham um papel vital na redução do risco de possíveis casos de Alzheimer.

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Como reduzir o risco do Alzheimer e outras demências

A presidente da Febraz ressalta que, à medida que as taxas de demência aumentam em países de baixa e média renda, os esforços para elevar a conscientização sobre a redução dos riscos e as medidas preventivas podem ter um impacto significativo na diminuição das taxas de prevalência.

Outro ponto que merece nossa atenção é que muitos dos fatores de risco estão associados às disparidades sociais e econômicas, o que torna imperativo que os governos abordem essas desigualdades. Isso desempenha um papel crucial na prevenção da demência”, reforça Elaine.

De acordo com a Febraz, a redução dos riscos de Alzheimer e outros tipos de demência, juntamente com a conscientização de sua importância, deve ser uma prática incorporada em todas as fases da vida. Além de participar de atividades físicas e adotar um estilo de vida saudável, a Federação enfatiza os seguintes pontos para mitigar os riscos:

  • reduzir o consumo de bebidas alcoólicas;
  • cessar o tabagismo;
  • realizar exames de audição e, se necessário, utilizar aparelhos auditivos;
  • evitar lesões graves na cabeça;
  • manter um padrão de sono regular.

Falta de acesso a diagnóstico e suporte

No Brasil, a falta de acesso a diagnóstico e suporte, tanto para as famílias quanto para as pessoas com demência, é evidente. Assim, aprovar e implementar o plano nacional de demência assume uma importância crucial, visto que permitirá a introdução de cuidado integral em todas as fases, desde o diagnóstico até o tratamento, incluindo apoio às famílias e promoção da inclusão social”, enfatiza Elaine Mateus, presidente da Febraz.

Atualmente, existem aproximadamente 50 Planos Nacionais de Demência no mundo; no entanto, somente 21% dos governos que se comprometeram a desenvolvê-los até 2017 realmente o fizeram. A Febraz explica que sistemas robustos de suporte após o diagnóstico podem permitir que governos e sistemas de saúde ofereçam um melhor apoio às pessoas que vivem com Alzheimer ou outros tipos de demência, podendo também resultar em economias de custos pela redução de hospitalizações.

A Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz) foi fundada em 1996 e, desde então, é membro ativo da Alzheimer Disease International. Em 2018, a organização se constituiu formalmente como pessoa jurídica representativa da sociedade civil organizada. Quatro associações de Alzheimer brasileiras integram a Febraz. A federação mantém relações oficiais com a ADI, uma entidade com sede em Londres que congrega mais de 100 outras organizações ao redor do mundo, e com a Alzheimer Iberoamérica, que reúne outros 20 países da América Latina, além da Espanha.

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