O Novembro Azul chama atenção não só para o câncer de próstata que ameaça a saúde masculina. Cânceres de testículos e de pênis afetam a saúde íntima dos homens e causam profundos impactos na saúde emocional. Como foi o caso do fotógrafo Saulo Silas Medeiros Ribeiro, diagnosticado aos 28 anos de idade com câncer de testículo.
Muitos homens relutam em discutir o tema, o que pode levar a diagnósticos tardios e complicações, como a disseminação do câncer para outros órgãos, como o pulmão. É crucial lembrar que o câncer de testículo é mais comum em homens jovens, na faixa dos vinte e poucos anos, devido à alta produção hormonal nessa fase da vida”, esclarece o jovem fotógrafo, em relato exclusivo ao Portal Vida e Ação.
Após o diagnóstico, Saulo passou a estudar sobre o tema e criou a Oncologia IA, ferramenta de inteligência artificial para auxiliar pacientes durante o tratamento, oferecendo respostas personalizadas com a própria voz do embaixador. O projeto busca humanizar a tecnologia no cuidado oncológico, tornando a jornada do paciente mais acolhedora e informativa, e ainda procura investidores para expansão.
A partir dessa vivência, surgiu a ideia de desenvolver uma solução baseada em inteligência artificial para dar suporte a pacientes com câncer, a fim de que não vivenciem a mesma solidão que eu enfrentei. Essa plataforma conectará os pacientes a ONGs, informando sobre seus direitos, os tratamentos disponíveis e os locais mais próximos para realizá-los. Ela oferecerá suporte diário, respondendo às suas dúvidas e fornecendo informações relevantes”, disse ele.
Incentivo à prevenção e diagnóstico precoce
Em outubro, durante encontro promovido pela Celos – que atua com autogestão de planos de saúde e previdência privada – em alusão às campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, Saulo compartilhou sua trajetória, mostrando que o diagnóstico precoce pode salvar vidas e incentivando homens a realizarem exames preventivos regularmente.
O evento, realizado no auditório da APCELESC, reuniu médicos, profissionais da saúde e pacientes em um diálogo sobre autocuidado e qualidade de vida. Organizado em parceria com APCELESC, CREDELESC e AMUCC, contou com palestras da biomédica Mariana Meira Scudeler, da psicóloga Dra. Mariana Faoro e da enfermeira Elisabeth Flor, além de depoimentos de pacientes como Maria dos Santos.
A enfermeira Elisabeth Flor destacou que “a informação é o primeiro passo para o autocuidado. Quanto mais falamos sobre o tema, mais vidas podemos salvar”. O debate reforçou a importância de políticas de conscientização e ações corporativas que incentivem hábitos saudáveis e exames regulares.
Câncer de testículo é o mais comum entre 20 e 30 anos
A saúde do homem vai além da próstata e, assim que entra na adolescência, o jovem precisa seguir com um acompanhamento mais próximo. Prova de que esse movimento precoce é necessário, é que o câncer de testículo é mais frequente em uma faixa que vai dos 20 aos 30 anos.
Quanto antes o jovem aprender a importância de um autoexame e ser acompanhado por um especialista, melhor. Orientações já na adolescência são importantes também para evitar o câncer de pênis, doença muito associada a práticas de higiene local e a infecções sexualmente transmissíveis”, destaca o médico urologista José Carlos Truzzi.
Estimular jovens a fazerem uma avaliação periódica pode contribuir para uma atividade sexual mais saudável, bem como para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e de uma eventual gestação indesejada por parte de um casal jovem. Isso, sem dizer da construção de uma mentalidade mais orientada à saúde e à prevenção, inclusive, do câncer de próstata e de outras doenças urológicas ou não.
Problemas cardiovasculares, respiratórios e gastrointestinais também devem estar no radar, bem como outros tipos de cânceres do trato urológico, como de rim, de bexiga e até pênis”, reforça o médico, que atua como coordenador da Urologia do Grupo Fleury, que detém as marcas Felippe Mattoso, Labs a+ e LAFE no Rio de Janeiro.
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SuperAção
‘Lidar com o diagnóstico e o tratamento foi desafiador’
Por Saulo Medeiros*
Meu nome é Saulo Medeiros, sou natural de Sorocaba, São Paulo, tenho 28 anos e fui diagnosticado com câncer de testículo. É importante ressaltar que se tratava de câncer de testículo, e não de próstata (que sempre é mais associado à campanha Novembro Azul), pois são tipos distintos.
Descobri a doença de maneira inesperada, sem apresentar sintomas evidentes. O diagnóstico ocorreu em decorrência de um quadro depressivo, associado à baixa testosterona. Estava medicado, mas sem melhora, enfrentando dificuldades para realizar atividades cotidianas e crises de choro intensas.
Procurei uma endocrinologista para investigar a questão hormonal. Após avaliação, a médica suspeitou de algo incomum e solicitou exames para verificar a funcionalidade dos testículos e a produção hormonal. O resultado revelou o câncer de testículo.
O processo de lidar com o diagnóstico e o tratamento foi desafiador. Encontrava-me sozinho em Florianópolis, enquanto minha família residia em São Paulo. A solidão, a falta de direcionamento e a incerteza quanto ao futuro foram aspectos particularmente difíceis.
Ao receber o diagnóstico, a tendência natural é temer o pior. No entanto, encontrei forças para seguir em frente ao me tornar voluntário e embaixador em uma ONG. Também fui convidado a compartilhar minha experiência em emissoras de televisão.
O objetivo é conscientizar outros homens sobre a importância da prevenção e do acompanhamento médico, pois o assunto ainda é um tabu. Muitos homens relutam em discutir o tema, o que pode levar a diagnósticos tardios e complicações, como a disseminação do câncer para outros órgãos, como o pulmão.
Estima contribui para agravamento do câncer
É crucial lembrar que o câncer de testículo é mais comum em homens jovens, na faixa dos vinte e poucos anos, devido à alta produção hormonal nessa fase da vida. Um dos maiores desafios foi encontrar apoio e um profissional de confiança para o tratamento, pois é difícil encontrar com quem conversar abertamente sobre o assunto.
As lições aprendidas com essa experiência, em relação à minha saúde mental e à minha vida, são a importância da paciência, da calma, da empatia e da prevenção. A partir dessa vivência, surgiu a ideia de desenvolver uma solução baseada em inteligência artificial para dar suporte a pacientes com câncer, a fim de que não vivenciem a mesma solidão que eu enfrentei.
Essa plataforma conectará os pacientes a ONGs, informando sobre seus direitos, os tratamentos disponíveis e os locais mais próximos para realizá-los. Ela oferecerá suporte diário, respondendo às suas dúvidas e fornecendo informações relevantes. Essa iniciativa representa para mim a união de força de vontade, empatia, esperança e o desejo de deixar um legado positivo, utilizando a tecnologia para auxiliar outras pessoas.
A mensagem que gostaria de deixar para outros homens é que, se souberem utilizar o ego masculino a seu favor, podem alcançar grandes conquistas e ter uma vida mais longa e saudável. É importante deixar o ego de lado e priorizar o autocuidado.
Acredito que a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para promover o bem-estar e auxiliar as pessoas. É fundamental que tenhamos um olhar mais empático, pois o conhecimento salva vidas. Se eu tivesse tido informações e educação em saúde antes, talvez o diagnóstico e o tratamento pudessem ter sido diferentes.
Com Assessoria da Celos




