A primavera só começa em 22 de setembro, mas em muitas cidades brasileiras a estação das flores dá o ar da graça com o belo espetáculo da floração dos ipês. Os primeiros a florescer são os de coloração rosa, ainda no final de julho. No momento, a florada é de ipês nas cores rosa e roxo. Até o final de setembro é possível apreciar as espécies branca e amarela, muito abundantes também no Rio de Janeiro.

Para alegria de quem adora os ipês – como a autora desse post – ou dos ‘caça’ ipês que saem para fotografar as árvores de copas frondosas e coloridas que embelezam a cidade. Para dar uma mãozinha a essa turma, a Fundação Parques e Jardins (FPJ), vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, lançou Roteiro dos Ipês. O guia digital traz a localização exata das árvores, para que a população possa contemplar a beleza da espécie em diferentes regiões da cidade.

O Roteiro dos Ipês começou com 20 endereços no Centro e zonas Sul, Norte e Oeste, e agora já conta com mais de 150 pontos, conforme atualização lançada nesta sexta-feira (27/8). As indicações foram organizadas de acordo com as cores das flores: amarelas, brancas e rosas/roxas. O guia digital está disponível no site oficial da Fundação Parques e Jardins e nos perfis do Instagram e Facebook.

A iniciativa ainda traz dicas de como plantar um ipê e como cuidar de uma muda e de uma árvore já adulta. A FPJ segue recebendo sugestões de novos pontos, com fotos e vídeos de árvores localizadas em diferentes bairros, á que a floração dos ipês amarelos e brancos acontece em meados de agosto, até o final de setembro.

Ipês rosas, os primeiros a florescer, enfeitam ruas do Rio entre julho e agosto (Foto: Roteiro dos Ipês/FNJ)

Declarações apaixonados de admiradores dos ipês

O que começou como sugestão de programa para um final de semana ganhou força e virou uma nova paixão declarada dos cariocas. Desde o início da campanha, as equipes da FPJ já receberam centenas de imagens e declarações apaixonadas dos admiradores dos pés de ipês.

“Sempre fui apaixonada por ipês, inclusive tenho um tatuado. Não consigo ver um florido e não tirar uma foto. Essa iniciativa é maravilhosa! Os ipês floridos deveriam ser uma atração turística”, destaca a bióloga Bruna Caldas.

A arquiteta Carolyne Aguiar, moradora do bairro Laranjeiras, também se declara: “Ipê é a minha árvore preferida pela variedade das cores. Confesso que o branco me encanta mais pela dificuldade em localizá-lo. Agora estou ainda mais feliz em saber que posso achar um ipê branco, ou da cor que eu quiser, seguindo as dicas desse roteiro lindo”, destacou.

Projeto permite mais contato com árvores urbanas

Florada dos ipês-rosa, com variações de roxo, ocorre a partir de junho (Foto: Roteiro dos Ipês/FNJ)

A iniciativa surgiu com o objetivo de estimular o contato da população com as árvores urbanas da cidade. A proposta é bem simples, mas tem encantado os cariocas – e também os turistas que visitam o Rio: catalogar os endereços de ipês pela cidade e fazer com que as pessoas olhem, admirem e cuidem mais das árvores urbanas.

“Todos os anos os ipês produzem um espetáculo na cidade, então pensamos em trazer esse espetáculo mais pra perto da população. Criamos esse roteiro para que as pessoas apreciem, tirem fotos e informem novos pontos. A ideia é seguir alimentando esse roteiro, ampliando o número de endereços a cada ano”, afirma o presidente da FPJ, Fabiano Carnevale.

Ipês também florescem em áreas menos arborizadas

Curiosamente, as regiões menos arborizadas, nas zonas Norte e Oeste, são as que estão recebendo o maior número de indicações. “Muitas pessoas estão orgulhosas, querendo mostrar os ipês que florescem todo ano na rua onde moram, e outras estão ampliando o olhar para a beleza das árvores enquanto caminham pelo Rio”, observa Carnevale.

Este é o caso de Júlio Nunes, morador da Zona Norte. “Fiquei torcendo para que a minha indicação entrasse no roteiro. Estou muito feliz em poder representar Irajá, mostrando para o Rio o nosso belo ipê na Rua Marquês de Queluz”.

De acordo com a FPJ, os ipês são árvores ‘caducifólias’, que perdem todas as folhas, restando apenas suas flores magníficas. A palavra ipê possui origem indígena e significa ‘casca dura’. A árvore também é conhecida popularmente como ‘pau d’arco’, pois os índios a utilizavam para fazerem os seus arcos para caça e defesa.

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‘O ipê floresce em agosto’

O título é nome de um livro delicado que trata de pequenos dramas humanos com leveza, mas também serve para definir o auge da temporada dos ipês no Brasil. Desde junho, a florada dos ipês-rosas transforma as paisagens no campo e nos centros urbanos. Até o final de setembro ainda há muito espetáculo para ver com a floração dos ipês-amarelos e brancos, anunciando a chegada da primavera, em setembro.

O inverno é o período em que ocorre a floração dos ipês, um dos eventos mais bonitos da natureza brasileira. As flores de cor intensa surgem de junho a novembro, de acordo com cada espécie. As primeiras espécies a florescer são os ipês-rosas, com variações também de roxo.

Silvio Marchini, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP),  lembra que há 28 espécies de ipês no Brasil e faz distinção entre as flores rosas e roxas. “Na verdade, não existe flor roxa de ipê, mas sim diferentes tons de rosa”, explica.

Ipê-amarelo é árvore símbolo do Brasil

Ipê-amarelo é considerado a flor símbolo do país e floresce a partir de meados de agosto (Foto: Roteiro dos Ipês/FNJ)

Entre julho e agosto, é a vez de os amarelos enfeitarem a paisagem. Segundo Marchini, o ipê amarelo carrega o título de árvore-símbolo do Brasil. “O ipê-amarelo torna tudo mais bonito. Até quando olhamos para o chão”, diz.

Tanto um quanto outro oferecem cerca de cinco dias de florada para o observador. Em agosto, é preciso atenção redobrada para apreciar os brancos, que florescem por apenas dois dias. “Há ainda o verde, que é menos reconhecido pela população”, diz

A árvore, reconhecida pela excelente qualidade da madeira, ocorre em todo o Brasil e em todos os biomas e se divide basicamente em dois tipos: a do Cerrado e a da mata. “No Cerrado, o ipê é mais baixo; atinge 10 metros de altura. Tem a casca grossa para se proteger do fogo”, diz Marchini. Na mata, observa o pesquisador, chega a 20 metros de altura.

Fonte: FPJ e Esalq-SP, com Redação (Matéria atualizada em 28/8/21 com a atualização do Roteiro dos Ipês)
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