Patologias ortopédicas são as mais comuns em ambientes de trabalho inadequados para os funcionários. Depois da hérnia de disco, a dor na lombar é a segunda principal causa de afastamento do trabalho no Brasil – o problema deixou 47 mil trabalhadores incapacitados temporariamente para o trabalho em 2023.

Caracterizada por dor na região da coluna lombar, a lombalgia pode ter diversas causas, sendo as mais comuns os espasmos e as lesões musculares associadas à má postura e ao sedentarismo. O sintoma também pode ser sinal de desgaste, hérnia de disco, trauma, doenças reumatológicas ou outras doenças crônicas e até tumores.

“Uma das principais ferramentas para o diagnóstico da causa é o exame físico. Os exames de imagem não são recomendados para todos os casos. Quando há indicação, os mais utilizados são radiografia, tomografia e ressonância”, explica o ortopedista Eduardo Puertas, que atua no HCor.

O tratamento varia de acordo com a causa do problema. “De uma forma geral, inclui uso de medicação analgésica, fisioterapia, acupuntura, pilates e hidroterapia. Pacientes crônicos ou que não respondem a essas medidas iniciais podem ser submetidos a infiltrações anestésicas da coluna lombar ou até a procedimentos cirúrgicos mais invasivos”, completa.

Dependendo do problema diagnosticado e, consequentemente, do tratamento realizado, o tempo de recuperação pode se estender. “A lombalgia pode ser uma doença muito debilitante e é uma das principais causas de afastamento do trabalho e das atividades de vida diária. Para o primeiro quadro agudo de casos simples, existe a possibilidade de retorno às atividades em 3 ou 4 dias. Em situações mais graves, a recuperação pode levar entre 4 e 6 semanas”, alerta.

Sentir dor não é normal, diz especialista

Além das hérnias de disco, que podem surgir em toda a extensão da coluna vertebral e são caracterizadas por uma alteração anatômica dos discos intervertebrais, a lombalgia (dor lombar) representa a segunda maior causa de afastamento do trabalho e, apesar de atingir a mesma região da coluna, suas causas e diagnóstico são diferentes de uma hérnia de disco.

“A dor lombar é fortemente influenciada pelos nossos padrões de vida, e experimentou um aumento significativo pós-pandemia de Covid. Este aumento pode ser atribuído ao aumento do tempo gasto sentado, pela falta de ergonomia associada ao home office, ao estilo de vida sedentário e às posturas inadequadas no uso de smartphones e notebooks”, explica o médico ortopedista especialista em cirurgia da coluna, Antônio Krieger

Na prevenção destes problemas, o ortopedista destaca também a importância de evitar níveis elevados de estresse, promovendo uma rotina saudável que inclua atividades físicas, práticas de relaxamento mental, posturas adequadas tanto no ambiente de trabalho quanto nas atividades domésticas.

“É fundamental que as pessoas compreendam que sentir dor não é uma condição normal. É um alerta do nosso corpo indicando que algo está errado. Se a dor persistir, é importante buscar a avaliação de um especialista. Um diagnóstico precoce sempre proporciona melhores resultados, seja no tratamento clínico ou cirúrgico.”

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