Uma das doenças infecciosas mais temidas no mundo, a meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Mesmo com diagnóstico precoce e tratamento adequado com antibióticos, a meningite pode progredir rapidamente e deixar graves sequelas e até levar à morte.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a forma mais grave é a bacteriana, com cerca de 250 mil mortes por ano. Altamente contagiosa, a doença pode afetar pessoas de todas as idades, mas é especialmente perigosa para adultos jovens, adolescentes e crianças pequenas.
João Marcos, hoje com 7 anos, foi diagnosticado com meningite meningocócica B quando tinha apenas 56 dias de vida. Sua mãe, Suelen Rosalino, e seu pai, Marcos Rosalino, não tinham conhecimento da gravidade da doença. Em menos de 24 horas no hospital, o filho do casal foi encaminhado para a UTI e permaneceu lá por mais de 100 dias, lutando pela vida.
O pequeno João Marcos chegou a ter 1% de chance de sobreviver e as chances de sequelas eram enormes. Além da meningite, o bebê sofreu com a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda, conhecida como SARA, que afeta os pulmões. Infelizmente, precisou amputar a perna esquerda e os dedos do pé direito.
Mas ele resistiu. Teve alta com traqueostomia, amputado transtibial da perna esquerda, metade e sola do pé direito, sem oito falanges distais das mãozinhas e com uma lesão no lóbulo frontal direito”, conta Suelen.
Associação dá voz e visibilidade a sobreviventes da meningite
Assim como ela não teve informações e apoio especializado, Suelen notou que muitas famílias também não tinham, confirmando uma pesquisa internacional encomendada pela biofarmacêutica GSK e conduzida pela Ipsos.
O estudo mostrou que 28% dos pais entrevistados em sete países não têm conhecimento sobre a meningite meningocócica, em comparação com outras doenças infantis, como pneumonia, coqueluche e gripe. Apenas 7% reconhecem os seus sintomas mais comuns e um em cada cinco desconhecem as consequências da doença.
Então começamos a fazer marca textos falando sobre a doença, compartilhando nossa história e desafios nas redes sociais e trocando experiências com outros sobreviventes. As necessidades que chegavam à nós foram aumentando, até que as compartilhamos com alguns amigos e juntos abrimos a Associação Brasileira de Combate à Meningite”, relembra Suelen.
A fundadora da ABCM comenta que dar voz aos pacientes, contando suas histórias, faz com que mais pessoas busquem informações sobre a doença, e, principalmente, acerca de como preveni-la.
A realidade de uma família que passa pela doença não muda somente nos dias de internação, mas muda uma vida inteira. Entendemos que informação salva vidas. Por isso, sabemos que conscientizar e apoiar a quem já passou pela doença, além de informar que há vacina contra ela, são ferramentas poderosas para recomeçar, prevenir e superar a meningite!”, destaca.
Conheça outras histórias de superação da meningite na Região Sudeste
‘E Se Fosse Comigo?’: série conta história de 3 sobreviventes
Hoje em dia, mesmo com o uso de próteses devido às amputações, João Marcos tem uma vida ativa, brinca, corre e até toca bateria. Também conhecido como “Guerreiro João Marcos”, ele é um dos três protagonistas da série “E Se Fosse Comigo?”, que narra histórias reais e emocionantes de três sobreviventes da meningite meningocócica.
O documentário conta um pouco sobre a vida, a rotina, os desafios enfrentados e a superação de João Marcos, à época das gravações com 4 anos, e também de Vitor Silva, de 10 anos, e Pedro Pimenta, de 31 anos, trazendo à tona um tema importante e que muitas pessoas desconhecem.
Disponível na Max, a plataforma de streaming da Warner Bros. Discovery, o documentário é dirigido por Letícia Prisco e coproduzido pela Vbrand e Cine Group, com o apoio da biofarmacêutica GSK.
O segundo episódio conta a história de Vitor que, aos 7 anos, foi internado com meningite meningocócica. Por causa de uma sequela neurológica causada pela doença, Vitor atualmente usa cadeira de rodas e está em processo de reabilitação com fisioterapia. Seu maior sonho é voltar a andar e jogar futebol com amigos.
Já no terceiro episódio, a série traz o jovem Pedro Pimenta, que contraiu a doença aos 18 anos de idade e sofreu amputações dos dois braços e das duas pernas. Hoje, ele é empresário e fundou a sua própria clínica de reabilitação para amputados.
Finalizando a temporada, no quarto e último episódio há um encontro emocionante entre os três personagens e suas famílias, conta Luciana Pires, produtora executiva da Cine Group.
Fizemos uma pesquisa profunda para encontrar pessoas que enfrentaram as dificuldades da doença, mas que têm uma perspectiva positiva e de superação. Elas compartilham histórias interessantes e dividem os sentimentos com o público, ao mesmo tempo em que trazem o alerta para um tema relevante”, comenta.
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Com assessorias