A campanha Dezembro Laranja tem por objetivo prevenir o câncer de maior incidência no Brasil, o de pele, em um período em que a radiação do sol, com índices considerados cancerígenos, é mais potente. Como a pele é o maior órgão do corpo humano, ela deve ser protegida contra a radiação ultravioleta, que causa danos celulares responsáveis pelo fotoenvelhecimento precoce e maior risco de câncer de pele. Mas será que você está passando protetor solar no corpo inteiro, sem esquecer algumas áreas? 

“No rosto, pálpebras, nariz, lábios e orelhas são áreas que são constantemente esquecidas – e onde a incidência de câncer de pele não é baixa. O pescoço tem pele fina e sensível e, ao contrário do que muitos pensam, não é uma área de ‘sombra natural’.
Cotovelos e glúteos também precisam ser lembrados, de forma que o protetor solar deve ser aplicado antes de se colocar a roupa”, diz a dermatologista Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

De acordo com a SBD, que promove no Brasil a campanha Dezembro Laranja, a quantidade de protetor solar indicada para cada parte do corpo é uma colher de chá de protetor solar no rosto, no pescoço e na cabeça; uma colher de chá de protetor para a parte da frente do tronco e outra para a parte de trás; uma colher de chá para cada braço; e uma colher de chá para a parte da frente de cada perna e outra para a parte de trás de cada perna.

Confira as áreas mais esquecidas que não devem ser neglicenciadas

Ela detalha quais são as áreas mais esquecidas e por que não devem ser negligenciadas:

– Pálpebras: As pálpebras e, também, a região dos olhos viraram preocupação mundial pelo aumento da incidência de câncer de pele, que já chega a 10% nessas áreas frequentemente negligenciadas, segundo pesquisa de 2017 da Universidade de Liverpool. O estudo constatou que, ao passar filtro solar no rosto, a tendência é esquecer cerca de 10% da face – incluindo pálpebras e região entre o canto interno do olho e o nariz.

“Uma proteção solar adequada deve ser feita efetivamente com a cobertura de todo o rosto, além do uso de chapéus e principalmente óculos de sol, já que a área dos olhos tem uma pele extremamente fina e susceptível a danos, inclusive câncer”, explica a dermatologista.

“A pele da região dos olhos é muito delicada, alguns filtros podem causar irritação; dessa forma, o paciente deve priorizar produtos oftalmologicamente testados, protegendo a área sem correr risco de reação. Mas o dado mais importante para tirar desta pesquisa é a importância de acessórios na proteção solar, como os óculos de sol, que não resguardam apenas os olhos e córneas; eles são importantes para proteger, também, a pele das pálpebras propensas a câncer”, afirma.

– Nariz: Tanto a ponta quanto a lateral do nariz não podem ser esquecidas. “Há uma tendência de negligenciar todo o contorno do nariz ou passar rápido demais pela região. Essa é uma área que não podemos economizar e nem esquecer de passar no contorno das narinas. O câncer de pele também pode surgir nessa região”, explica a médica.

– Lábios: Os lábios, além de serem constituídos por uma pele muito fina e sem glândulas sebáceas, estão muito expostos à radiação solar. Quando ocorre câncer de pele nos lábios, em aproximadamente 90% dos casos, ele ocorre no lábio inferior e o tipo mais comum de câncer de pele nos lábios é o carcinoma espinocelular.

“Por todos esses motivos, é importantíssimo aplicar protetor específico para a região dos lábios com FPS 30 ou maior, diariamente, e reaplicar a cada 2 horas ou após comer ou beber”, explica a Dra. Ana Maria Pellegrini.

– Orelhas: Você se lembra a última vez que passou protetor solar nas orelhas? “Essa é uma região muito esquecida, mas que, principalmente para os homens ou mulheres de cabelo curto, é muito exposta. E quando passar o protetor solar, o paciente não deve esquecer de estender a aplicação do produto até a parte de trás da orelha”, destaca a médica.

– Pescoço: De acordo com a dermatologista, a pele do pescoço e colo é muito fina e sensível devido à menor quantidade de glândulas sebáceas, por isso envelhece mais rápido do que em outras áreas do corpo.

“Muitos pacientes acreditam que o pescoço é uma área de ‘sombra natural’, mas isso não é verdade. A região também é atingida pela radiação e diversos estudos já apontaram que a areia e a água do mar e da piscina são capazes de refletir a luz solar”, destaca a médica.

– Cotovelo: A dermatologista explica que a área do cotovelo é frequentemente negligenciada. “Os pacientes não costumam envolver o braço como um todo na hora de aplicar o fotoprotetor. E isso é perigoso, pois os cotovelos são áreas com poucas glândulas sebáceas, naturalmente mais secas, e mais suscetíveis aos danos ambientais. Como são áreas de dobra e atrito, também são mais propensos a desenvolver manchas”, esclarece a Dra. Ana Maria Pellegrini.

Glúteos: Você sabia que o protetor solar deve ser aplicado antes da roupa? Nem sempre o material de sungas, biquínis e maiôs é eficiente para proteger a pele, o que pode deixar as áreas íntimas queimadas, vermelhas e sensíveis. “A forma certa de aplicar o protetor solar é 30 minutos antes da exposição solar, sem roupa, de maneira uniforme, espalhando bem e evitando acúmulos em algumas áreas. Ele deve ser aplicado em todo corpo.”

 

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