A diferença entre os lados do quadril (uma perna pode parecer mais longa que a outra ou um ombro mais alto que o outro) pode ser um sintoma comum de quem sofre com a escoliose, doença que afeta a coluna vertebral em relação à forma e ao alinhamento da vértebra e do tronco, resultando em um formato de “S”. A deformidade, que pode ser vista ao olhar a pessoa de costas, possivelmente está ligada a questões genéticas e hereditárias.
A escoliose pode atingir diferentes faixas etárias, principalmente, crianças e adolescentes (devido ao pico de crescimento), e ocasionar má postura, e em casos mais graves pode limitar a mobilidade da coluna e causar dores e desconfortos. A doença também impacta negativamente no emocional, pois pode comprometer a autoestima e socialização da pessoa acometida.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 6 milhões de brasileiros, em especial, adolescentes do sexo feminino possuem a patologia causada por um desvio de coluna progressivo e sem causa aparente, que pode levar até em uma intervenção cirúrgica. Ainda de segundo a OMS, em 80% dos casos, a causa não tem a sua origem esclarecida.
A fisioterapeuta e professora do curso de Fisioterapia da Uninassau Recife, Luana Sousa, explica que a escoliose pode ser classificada em estrutural ou não estrutural, e é fundamental que ela seja identificada o mais cedo possível.
“No tipo não estrutural a deformidade ainda não está instalada definitivamente, já que não atingiu as estruturas ósseas, apenas os músculos. Já a estrutural é quando a curvatura já atinge as vértebras e se fixa. O diagnóstico é feito a partir de exames clínicos e pela radiografia”, informa.
O tratamento vai depender da gravidade da deformidade da coluna. Pode ser feito com uso de analgésicos, coletes, e exercícios específicos de alongamentos ou por meio de intervenção cirúrgica, porém, independente da gravidade dos casos, o acompanhamento do fisioterapeuta é essencial para a melhora da condição.
“O acompanhamento com fisioterapeuta pode ajudar a melhorar o quadro do paciente com escoliose, uma vez que o profissional utiliza métodos e técnicas próprias, atividades ligadas à fisioterapia aquática, além de outras que são definidas com base na avaliação individual de cada caso. É essencial que as pessoas que possuem os sintomas caraterísticos da doença busquem um profissional adequado para que o tratamento possa ser iniciado”, finaliza Luana Sousa.
Agenda Positiva
Escoliose: especialistas se reúnem para falar do tema
Referência em atendimento ortopédico, a AACD também vai realizar o seu II Simpósio Internacional de Escoliose, nos dias 30 de junho e 1º de julho, em São Paulo. O evento contará com especialistas nacionais e internacionais, que trarão as principais novidades e tendências da área, nos mercados nacional e mundial. O objetivo é discutir procedimentos, tratamentos e outros temas relacionados à escoliose.
O Simpósio é destinado a ortopedistas, neurocirurgiões, fisiatras, anestesistas, intensivistas, fisioterapeutas, demais profissionais de saúde e estudantes. Ao todo, serão 36 apresentações, sendo 32 com especialistas nacionais e 4 com especialistas internacionais.
Serão seis grandes painéis ao longo de dois dias, os quais abordarão temas relacionados a: Escoliose Neuromuscular e Idiopática; indicações e limitações do tratamento conservador; indicações e possíveis complicações do tratamento cirúrgico; oportunidades de reabilitação no contexto do tratamento conservador e no pós-operatório; atuação da equipe multidisciplinar e das demais especialidades médicas a fim de mitigar as intercorrências e as complicações cirúrgicas e discussão de casos.
O evento acontecerá de forma presencial, no Hotel Pullman Ibirapuera, mas será possível acompanhar on-line. Durante o evento haverá um fórum de discussões, onde será possível trocar experiências entre os palestrantes e o público participante. As palestras, ministradas pelos especialistas internacionais em outros idiomas, terão tradução simultânea para o português.
Informações e inscrições: neste link
Com Assessorias
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