As vacinas são uma das maiores conquistas da medicina moderna e têm sido responsáveis por erradicar ou controlar muitas doenças perigosas em todo o mundo. Desde a introdução da primeira vacina contra a varíola em 1796, as vacinas têm sido uma ferramenta vital na luta contra doenças como a poliomielite, o sarampo, a rubéola, a caxumba e a difteria. Graças à imunização em massa, muitas dessas doenças foram erradicadas ou estão em vias de serem eliminadas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 26% da população infantil brasileira não receberam nenhuma dose de vacina em 2021, com cobertura vacinal abaixo da média global para vacinas essenciais, como BCG, tríplice bacteriana, hepatite B e poliomielite. Levantamentos do Ministério da Saúde revelam uma queda na cobertura vacinal, de 97% em 2015 para 75% em 2020, níveis não observados desde 1987, especialmente afetando a vacinação da BCG e da Hepatite A.
A adesão à campanha de vacinação contra a gripe, em 2023, ficou abaixo de 40%, evidenciando a importância de metas mais ambiciosas e estratégias efetivas para atingir os grupos prioritários. No entanto, há avanços na vacinação no país, impulsionados pelo Movimento Nacional pela Vacinação, que já resultou na aplicação de mais de 13 milhões de doses de vacinas bivalentes contra a Covid-19, destinadas a pessoas maiores de 18 anos que completaram o esquema primário.
Vacinação em massa previne surtos e erradica doenças
A vacinação em massa desempenha um papel crucial na saúde pública, prevenindo surtos de doenças virais, controlando a propagação de infecções e, em alguns casos, possibilitando a erradicação de doenças. Segundo a infectologista Franciny Gastaldi, do Mater Dei Santa Genoveva, a vacinação em larga escala tem como principal benefício o aumento rápido da cobertura vacinal, protegendo um maior número de pessoas, especialmente os grupos de risco.
Além disso, a imunização em massa contribui para a prevenção de surtos, pois reduz a chance de infecção e diminui a capacidade de transmissão dos sintomas. A vacinação em larga escala também pode levar à erradicação de doenças altamente transmissíveis, como varíola, influenza, Covid-19 e meningite.
A Dra. Franciny destaca que essas doenças representam riscos graves à saúde e à vida, e a vacinação em massa impede sua disseminação rápida, protegendo a sociedade como um todo. Controlar a propagação de infecções é um dos principais objetivos da vacinação em massa. Ao imunizar um grande número de pessoas, reduz-se a disponibilidade de indivíduos vulneráveis a determinada infecção.
“O efeito da vacinação de rebanho é essencial, nesse sentido, pois impede ou minimiza o número de pacientes susceptíveis, reduzindo, assim, a disseminação da doença dentro da comunidade”, ressalta a médica.
A responsabilidade coletiva desempenha um papel fundamental na vacinação em massa. A médica destaca que a vacinação não é apenas uma ação individual, mas um ato em benefício de toda a sociedade.
“Ao se vacinar, protegemos não apenas a nós mesmos, mas também os mais indefesos e aqueles com quem convivemos. É um gesto de solidariedade e proteção mútua”, enfatiza a infectologista.
Não é uma questão individual, mas de saúde pública
“É importante lembrar que a vacinação é um direito e uma responsabilidade de todos. Ao se vacinar, você não apenas protege a si mesmo, mas também protege sua família, amigos e comunidade. A imunização em massa é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças e garantir a saúde pública”, finaliza o médico.
Desinformação ameaça retorno de doenças imunizáveis
Para a Franciny Gastaldi, a disseminação de informações precisas e confiáveis também é uma responsabilidade coletiva importante. Incentivar a população a se informar, com profissionais de saúde qualificados, e a buscar a vacinação é essencial para criar uma consciência coletiva sobre a importância da imunização, como medida de saúde pública.
O médico neurologista pediátrico Marco César Roque, explica que ainda existem muitos mitos e desinformações em torno das vacinas, o que pode levar as pessoas a não se imunizarem ou atrasarem a imunização de seus filhos. É importante entender que as vacinas são seguras e eficazes e têm sido responsáveis pela prevenção ou erradicação de muitas doenças perigosas.
Ele listou alguns dos mitos em torno do assunto:
As vacinas podem causar autismo
As vacinas podem causar efeitos colaterais graves
As vacinas podem causar a doença que estão tentando prevenir
As vacinas não são necessárias porque as doenças foram erradicadas
As vacinas são apenas para crianças
Com Assessorias Mater Dei Santa Genoveva e Salus Imunizações
Leia mais
SUS oferece 21 vacinas para todos: de recém-nascidos a idosos
Nova vacina da dengue: tire suas principais dúvidas
Vacina BCG: a forma mais segura e eficiente de prevenir a tuberculose