Parcerias público-privadas ajudam a alavancar ciência e saúde no Brasil

Seminário promovido pelo Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz aborda investimentos em pesquisas científicas vindos da iniciativa privada

Com recursos de parcerias, Fiocruz pôde investir em centrais de processamento de testes (Foto: Peter Iliciev / Fiocruz 2020)
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A cultura de doação tem crescido no Brasil. O país já desponta como um dos 20 mais solidários do mundo, segundo o último relatório anual da Charities Aid Foundation (CAF), representada aqui pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis). A pandemia fortaleceu a participação social e empresarial em iniciativas de saúde pública e pesquisas científicas.

O monitor de filantropia da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) aponta que quase 8 bilhões de reais foram mobilizados em todo o país, sendo grande parte destes recursos direcionados a universidades, hospitais e centros de pesquisa. Somente para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foram mais de R$ 550 milhões captados.

Deste suporte, nasceram projetos como a fábrica para produção de vacinas do Instituto Butantã, a reabertura de dois andares no Hospital Universitário da UFRJ, a construção das centrais de processamento de testes da Fiocruz, o desenvolvimento do capacete de respiração assistida Elmo da UFCE, entre tantos outros.

É neste contexto que a Fiocruz promove nesta terça-feira, dia 25, no Rio de Janeiro, o seminário “Parceria que dá certo. Público e Privado no fortalecimento da saúde, ciência e cultura”. O objetivo é refletir sobre os desafios e oportunidades na construção de parcerias entre o setor público, a iniciativa privada e organizações da sociedade civil que beneficiem novos projetos.

“Diante de um cenário de restrições na capacidade de investimento público, ou se busca parcerias, ou muitos projetos não saem no laboratório. Nosso interesse é que essa trilha de aprendizado possa contribuir com o replicar deste modelo em outras instituições”, afirma o gerente geral do Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz, Luis Donadio.

Momento propício para avançar em novas parcerias

Segundo ele, ao longo dos últimos 15 anos, o Escritório tem assumido um papel estratégico para construção de parcerias desta que é uma das mais importantes instituições de ciência e tecnologia do país. E consegue unir forças entre empresas, fundos internacionais, fundações, institutos, Ministério público e sociedade para viabilizar projetos da Fiocruz nas mais diferentes áreas.

Para o especialista, poucas vezes, na história do país, se viu o tema da filantropia discutido com tanta regularidade e consistência, em meio ao avanço do conceito de ESG (Environmental, Social and Governance (na tradução, Ambiental, Social e Governança) aplicado nas corporações.

Donadio cita ainda temas como a recuperação dos investimentos internacionais ao Fundo Amazônia; a retomada de fôlego da Lei Rouanet; a lei que regulamenta a criação dos fundos patrimoniais; o aumento da participação do Ministério Público com direcionamento de TACs (Termos de Ajustamento de Conduta), além de diversos outros fatores que estimulam a construção de redes para alavancar projetos de interesse da sociedade.

“Durante o seminário ‘Parceria que Dá Certo’ queremos refletir sobre como fundos patrimoniais, os mecanismos de blended finance (finanças híbridas), as leis de incentivo fiscal e as políticas de ESG podem se conectar a realidade das universidades e centros de pesquisa, viabilizando parcerias público-privadas que gerem projetos de impacto para o país”., destacou.

Agenda Positiva

Seminário gratuito reúne especialistas em ESG, saúde e terceiro setor

O seminário “Parceria que dá certo. Público e Privado no fortalecimento da saúde, ciência e cultura” acontece presencialmente das 8h30 às16h30, no auditório do Centro de Documentação em História da Saúde – Fiocruz, em Manguinhos, e também será transmitido remotamente.  O evento é gratuito e aberto para profissionais das áreas de ESG, saúde, terceiro setor, universidades, institutos de pesquisa e demais interessados no tema. As inscrições são feitas pela plataforma Sympla até o dia 24.

A programação contará com diversos especialistas e instituições em três painéis ao longo do dia:

  1. “A economia criativa como força de desenvolvimento socioeconômico nas periferias” – Plenária que irá refletir sobre os desafios estruturais que precisam ser superados para o estímulo à produção cultural como força motora da economia;
  2. “Fundos Patrimoniais: funcionam no Brasil?” – Mesa que abordará os desafios enfrentados, e conquistas realizadas, por algumas organizações que decidiram constituir seus fundos.
  3. “O ESG no fortalecimento da Saúde e da Pesquisa no país” –  Mesa que propõe uma reflexão dos modelos de filantropia estratégica para o fortalecimento da Saúde Pública no país.

O dia encerra com a celebração das parcerias que a Fiocruz estabeleceu para seu portifólio de projetos 2023 – 2024.

Com informações da assessoria do evento

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