Há quase seis décadas, Barbie vem sendo referência de estilo para o mundo da moda e beleza e para artistas da música, televisão e cinema, porém, o mais recente tsunami rosa que vem cativando o mundo é o lançamento do live-action sobre a boneca mais famosa do mundo, um dos filmes mais aguardados do ano, que chega nesta semana aos cinemas.
Protagonizada por Margot Robbie e Ryan Gosling (como Barbie e Ken, respectivamente) e dirigida por Greta Gerwig, a produção tem no elenco a cantora Dua Lipa, que interpreta uma boneca sereia. A diretora do longa, Greta Gerwig, foi indicada ao Oscar em 2017 e 2019 por “Lady Bird: A Hora de Voar” e “Adoráveis Mulheres”, respectivamente.
O live-action mergulha no vibrante mundo de Barbieland, um universo rosado onde todas as variantes da boneca Barbie coexistem em harmonia, em um cotidiano recheado de festas intermináveis e caçadas por roupas estilosas. Porém, a paz se rompe quando uma das Barbies começa a questionar sua existência e seus costumes, provocando uma reviravolta.
No longa, a boneca acaba expulsa de Barbieland e forçada a viver no mundo real onde, acompanhada por Ken, enfrenta desafios que vão além do glamour rosa. Até descobrir que a verdadeira beleza se encontra dentro de cada indivíduo. Parece clichê? E é. Mas tem gente a-do-ran-do. Para desespero dos misóginos de plantão – que já começam a se incomodar com as lições trazidas pelo filme – e o nariz torcido de muitas feministas.
E agora?! Para muitos, o jeito é se render à onda e ao menos ir assistir – ao menos para saber criticar, com bons argumentos.
A história da boneca Barbie
Muita gente não sabe, mas uma das bonecas mais desejadas pelas meninas ao redor do mundo foi inspirada diretamente em uma boneca alemã cujo público-alvo inicial – quem diria – eram os homens. Considerada a “mãe” da Barbie, a boneca alemã chamada Bild Lilli foi originalmente pensada para homens adultos.
Por isso era vendida em bares ou tabacarias, pois era tida como um bom presente em festas de solteiro ou uma lembrança de ‘brincadeira’. Nenhum pai ou mãe da época achava que a boneca era apropriada para crianças. Bild Lilli era um exemplo de como os homens da época pós-Depressão (1929) enxergavam mulheres jovens interesseiras e que só queriam saber de festas.
Após uma viagem à Europa, o casal norte-americano Ruth e Eliot Handler, donos da fábrica de brinquedos Mattel, conheceram uma Bild Lilli. Handler achou que sua filha Bárbara gostaria de brincar com o achado para ‘praticar a vida adulta’, e comprou várias bonecas para levar para casa.
Ao voltarem para solo americano, inspirados pela descoberta, produziram uma boneca adulta e sofisticada que ficou conhecida como Barbie – apelido em homenagem à filha do casal – tendo seu lançamento em 9 de março de 1959 com roupas e acessórios da moda na época.
Dia das Drag Queens é comemorado com chuva rosa
Os cinemas prepararam surpresas para atrair o público. Um shopping carioca levou uma chuva de drag queens – todas vestidas de rosa – para a pré-estreia. A influenciadora e drag queen Cútis Negra liderou uma ação no shopping VillageMall, no Rio de Janeiro, e no Salvador Shopping, na Bahia. Além de promover o longa-metragem nos cinemas da rede Cinemark, a ação marcou o Dia Internacional das Drag Queens, comemorado no último dia 16 de julho.
A data visa dar visibilidade para o movimento cultural que quebra padrões e luta por liberdade. Ao contrário do que se pensa, ser drag queen não tem relação com identidade de gênero ou orientação sexual. Tem mais a ver com uma arte, uma cultura — e qualquer pessoa pode mergulhar nesse universo que tem na icônica Barbie um de seus símbolos mais poderosos e atemporais. A ação foi promovida em parceria pela Warner e a agência A NMAtalents.
Até um display em formato de caixa da boneca em tamanho natural foi montado nas salas da rede UCE no Rio para que os fãs da boneca pudessem tirar fotos – de preferência, vestindo rosa, é claro. O combo do ingresso inclui copo temático e até balde de pipoca cor de rosa.
Com assessorias
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