Sinusite costuma atacar mais durante o outono

Inflamação dos seios da face que pode causar complicações mais sérias é decorrente de outras doenças associadas como rinite, gripes, resfriados e alergias

Sinusite
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Desde criancinha, a gente já sabe. É só chegar o outono que lá vem sinusite. A Clarinha, minha filha de 12 anos, sofre com as crises, que costumam aparecer mais nesta época do ano. A mais recente faz umas duas semanas, disfarçada de um forte resfriado.  E não teve jeito: antiinflamatório, descongestionantes por via oral e nasal, além de lavar o nariz várias vezes ao dia com soro fisiológico. No caso dela, geralmente a crise vem acompanhada ou como um desdobramento dos sintomas iniciais da rinite alérgica.

Dor ou pressão na face, rinorréia (drenagem de secreção pelas narinas) amarela ou esverdeada, halitose (cheiro forte pelas narinas), podendo ou não haver congestão nasal (sensação de inchaço interno no nariz e face), assim como o chamado gotejamento posterior (quando a secreção drena do fundo do nariz para a garganta). Estes são os sintomas característicos da sinusite – “sinus” quer dizer “seio da face” e “ite” infecção.

No outono e inverno os cuidados devem ser redobrados, já que estamos todos expostos a baixas temperaturas. Jeanne Oiticica, médica otorrinolaringologista, otoneurologista e Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que o frio reduz o batimento mucociliar, o sistema responsável pela limpeza das impurezas do nariz. É como se o filtro nasal ficasse lentificado, o que facilita a aquisição de agentes infecciosos mais facilmente no ambiente.

O frio também reduz a liberação de imunoglobulinas, que são proteínas de defesa, anticorpos. Além disso, no frio ficamos todos aglomerados, o que favorece o contágio e a disseminação de doenças”, alerta a especialista.

Dra Jeanne explica que os seios da face são cavidades, buracos ou cavernas dentro dos ossos do rosto preenchidos de ar e revestidos por uma camada fina de mucosa, como se fosse um carpete. Eles existem para dar leveza aos ossos da face.

Mais comum entre adultos

A sinusite pode ocorrer tanto em crianças quanto em adultos, mas é mais comum entre adultos que já possuem todos os seios da face prontos e formados, do que em crianças. “Elas nascem com estruturas rudimentares que só vão desenvolver por completo em concomitância com o crescimento da face”, explica.

A especialista explica que, em geral, ao nascer, o seio maxilar e o etmóide já existem, mesmo que rudimentares. Eles crescem e se desenvolvem paralelamente ao desenvolvimento da criança. O seio esfenoidal aparece na primeira infância. Já o seio frontal surge por volta dos 20 anos de idade, mas pode estar ausente ou não se formar em alguns casos.

Os seios da face são os maxilares, etmoidais, esfenoidais, frontal. Em geral, o adulto possui todos estes seios formados e presentes. Já na criança é distinto, pois estes só irão aparecer em diferentes idades de vida”, detalha a especialista.

 

Doença causada por outra doença

A sinusite, em geral, ocorre de forma secundária, ou seja, é decorrente de outras doenças associadas como rinite, gripes, resfriados, alergias. A prevenção ocorre tratando-se e controlando a rinite, as gripes, os resfriados e os quadros alérgicos. Isso inclui lavagem nasal diária com soro fisiológico 0,9%, sprays nasais tópicos, vacinas, imunomoduladores (medicamentos que melhoram a imunidade), imunoterapia, antialérgicos, entre outros.

É difícil a criança se queixar de dor até porque a capacidade que tem de se expressar é mais limitada, em geral percebe-se a rinorréia amarela ou esverdeada e o mal cheiro, podendo ou não estarem acompanhados de obstrução nasal. Neste caso, a obstrução é percebida pelo fato da criança ficar de boca aberta, já que não consegue respirar normalmente pelo nariz”, detalha.

Quando a situação complica

A sinusite não tratada pode levar a complicações mais sérias. A infecção pode migrar para estruturas nobres vizinhas como olhos, cérebro, meninges, por exemplo.

Celulite palpebral (edema e obstrução das veias das pálpebras), abcessos (pus que se acumula entre o globo ocular e o osso da órbita), tromboflebite e trombose (inflamação e obstrução de veias importantes do crânio), também podem ocorrer. Sepse e até morte são mais raros, mas devem ser citados”, disse a especialista.

Tratamento inclui antibióticos

O tratamento é feito com antibióticos, antiinflamatórios, corticóides, descongestionantes por via oral, além de lavagem nasal com soro fisiológico 0,9%, descongestionante nasal tópico e sprays nasais. Em casos crônicos, persistentes ou recidivantes, a cirurgia pode ser indicada para drenagem das secreções, abertura, correção de bloqueios e ampliar a ventilação dos seios da face.

Fonte: Jeanne Oiticica, com Redação

 

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