Cerca de 20% dos gastos assistenciais são fruto de desperdício, abuso e uso do indevido de planos de saúde. Os custos crescentes da saúde, muito acima da inflação, colocam a sustentabilidade do setor em risco. Conter a escalada da sinistralidade – que hoje consome em média mais de 94% da arrecadação das operadoras de autogestão segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) – é um dos maiores desafios do segmento para os próximos anos.
A análise é de Ricardo Lachac, diretor-executivo da LexisNexis Risk Solutions, empresa de soluções de dados, analytics e tecnologia, palestrante do 9º Seminário Unidas – Bem-estar, Qualidade e Acesso à Saúde: o papel das autogestões frente às complexidades do mercado, que acontece nos dias 16 e 17 de abril, em Brasília. O gestor vai falar sobre a redução de sinistralidade através da redução de fraudes, desperdícios e abusos na prática médica.
Em sua palestra, Lachac abordará os riscos do setor e os recursos à disposição para reduzir a sinistralidade através da gestão do desempenho da rede de prestadores médicos, mantendo custos assistenciais sob controle e ampliando o retorno financeiro da operação, sempre garantindo o bem-estar dos beneficiários.
Uma alternativa para conter este cenário é consolidar o imenso volume de dados gerado pelas operadoras de autogestão e, por meio do uso de ferramentas de Big Data e Analytics de forma combinada ao capital intelectual das equipes médicas, gerar indicadores diferenciados e insights poderosos que poderão melhor orientar as ações das equipes de auditoria e gestão de contas”, afirma.
Ainda segundo ele, através de ações coordenadas entre empresas, seus funcionários e prestadores de serviço de saúde, é possível obter um melhor uso dos recursos disponíveis na Saúde, analisando as melhores estratégias de ação, medindo e acompanhando os resultados ao longo do tempo.
Lachac também aponta uma parceria entre a saúde pública e privada, na qual ganham todos os envolvidos. “Os dois setores têm um objetivo comum, que é oferecer saúde de qualidade com o menor custo possível. O volume de dados do setor público combinado às melhores práticas de gestão do setor privado alavancadas pela tecnologia e modelagem estatística podem beneficiar o setor como um todo na busca por mais eficiência e eficácia”, finaliza.
Quando falamos da insustentabilidade do setor de saúde suplementar, a judicialização é tema recorrente. Além dos altos custos, o volume de ações alerta para problemas no atual funcionamento do sistema de saúde, seja público ou privado.
Realizado pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, o Seminário Unidas, trará temas atuais e de interesse da saúde suplementar como impactos gerados por fatores de diversas naturezas, judicialização da saúde, sinistralidade e redução de custos, além de cases de filiadas.
Fonte: Unidas