Um estudo divulgado recentemente pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro revelou a falta de informação e/ou consciência dos filhos fumarem ou ficarem presos ao vício no cigarro eletrônico, afetando sua saúde. Alguns desconhecem os malefícios do produto, mas existe a preocupação de que seja uma porta de entrada para outras drogas.
Os pais também relataram a facilidade dos jovens em fumarem escondidos, uma vez que o vape deixa menos rastros que outros produtos fumígenos. Uma minoria de mães não fumantes, classe C, não sabia o que era e nem sabia identificar nos anúncios a imagem de um cigarro eletrônico.
Muitos pais não têm consciência dos muitos riscos que o vape representa para a saúde dos seus filhos. O objetivo da campanha é justamente informar, tanto os jovens quanto os seus familiares, sobre os perigos dos cigarros eletrônicos. Queremos criar um espaço de diálogo e reflexão sobre saúde, promovendo escolhas mais seguras e saudáveis para as próximas gerações”, reforça o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
A pesquisa qualitativa que expôs a falta de informação entre os pais de adolescentes a respeito dos perigos associados a esses dispositivos, que têm se tornado cada vez mais comuns entre os jovens, foi usada para embasar uma nova campanha de conscientização sobre os riscos dos cigarros eletrônicos, lançada por ocasião do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio).
Vape, pod ou cigarro eletrônico: a influência das redes sociais
A maioria dos jovens teve o primeiro contato com vape entre 14 e 17 anos e a facilidade de acesso faz com que achem que o produto é permitido. O estudo envolveu 58 participantes, incluindo jovens de 15 a 25 anos e seus pais, com foco nas classes sociais C e AB.
Dentre as motivações para o uso, foram citadas a “modinha”, variedade de sabores, a aceitação em meios sociais, a ausência de odor desagradável, os fatores de curiosidade e conveniência do uso e as percepções de que o cigarro eletrônico renderia mais que o convencional e seria relaxante.
A pesquisa que deu origem à campanha da SMS mostrou que o produto é conhecido por nomes diferentes, dependendo do público. Vape é o principal; os jovens chamam de pod e os pais, de cigarro eletrônico. Quanto ao formato, as descrições mais comuns são o “pendrive” e o quadrado com “biquinho”.
Muitos dos jovens entrevistados para a pesquisa relataram ter conhecido os cigarros eletrônicos por meio de plataformas como Instagram e TikTok, onde influenciadores promovem a ideia de que esses dispositivos não causam danos à saúde.
Adolescentes dizem ter preocupação com danos à saúde
Apesar disso, a pesquisa revelou que os adolescentes expressam preocupações sobre problemas de saúde, dependência e a falta de conscientização sobre os malefícios do uso dos vapes. Mais da metade dos fumantes, tanto do cigarro convencional quanto do vape, disseram utilizar esses produtos há mais de um ano, o que indica uso sustentado entre os jovens.
Os jovens também apontaram desvantagens como malefícios para a saúde física e psicológica e qualidade de vida, o risco de explosão no rosto do usuário, além do alto custo, da falsificação e da possibilidade de adição de qualquer substância ao produto, incluindo maconha, querosene e água sanitária.
A campanha de conscientização já está no ar nas redes sociais da SMS e também pode ser vista em bancas de jornal e no mobiliário urbano da cidade e também tem como objetivo possibilitar que a população possa identificar mais facilmente esses dispositivos.
Os conteúdos divulgados, com base na pesquisa, recorrem a frases e informações de impacto, como “o vape vicia e destroi seu pulmão.” Os materiais incluem ainda a informação de que o tratamento para parar de fumar está disponível em todas as unidades de atenção primária do município, como as clínicas da família e centros municipais de saúde.
Esforços para expor os riscos ocultos do cigarro eletrônico
Secretaria Municipal de Saúde faz alerta fundamental sobre os riscos alarmantes do ‘vape’, especialmente entre os mais jovens
De acordo com a Resolução SMS Nº 6409/25, de 14 de março deste ano, ambientes coletivos fechados devem ter avisos sobre a proibição do fumo de produtos derivados ou não do tabaco afixados em pontos de fácil visualização. Na cidade do Rio, as autoridades de saúde pública têm intensificado esforços para aumentar a conscientização e reforçar a posição regulatória do país por meio da fiscalização e campanhas educativas para proteger os mais jovens do vício.
O Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (IVISA-Rio), que também faz parte da SMS, realiza ações educativas e fiscalizatórias de forma contínua para assegurar o cumprimento da legislação relativa ao fumo, seja de cigarros eletrônicos, convencionais ou de dispositivos como o narguilé em estabelecimentos e espaços de uso coletivo.
Essas iniciativas integram a participação da SMS-Rio e do IVISA-Rio na Parceria para Cidades Saudáveis (PHC, na sigla em inglês), uma rede mundial de 74 cidades comprometidas em salvar vidas a partir da prevenção de doenças crônicas não transmissíveis — que incluem condições cardiovasculares, diabetes e câncer, entre outras — e lesões. O PHC conta com o apoio da entidade filantrópica Bloomberg Philanthropies em parceria com a OMS e a organização global Vital Strategies.
No Dia Mundial sem Tabaco, o Ivisa-Rio promoveu uma ação de conscientização sobre os riscos e normas relativas ao uso de produtos fumígenos, com foco na população jovem e estabelecimentos ao longo da orla de Copacabana, além das operações regulares de fiscalização em curso ao longo de toda a semana.
Com informações da SMS-Rio