Hoje, muito se fala do glúten como um inimigo da boa forma. Porém, a doença celíaca, desencadeada pela ingestão do glúten, é uma patologia autoimune séria, e ainda pouco falada, ou “diminuída”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 1% a 2% da população mundial tem a doença celíaca, mas, no Brasil, segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), não há estatística que defina o número de vítimas da doença, que pode se manifestar em qualquer idade.

Desencadeada pela ingestão do glúten em pessoas geneticamente predispostas, é caracterizada pela inflamação crônica da mucosa do intestino delgado que leva à má absorção de nutrientes e outras manifestações clínicas que variam de pessoa para pessoa, como diarreia crônica, inchaço e dores abdominais, emagrecimento, falta de apetite, vômitos frequentes etc.

Embora no Brasil já existam leis para proteger os celíacos, ainda há muitos desafios a serem vencidos, como produtos com rotulagem errada e falta de regulamentação. Suzane Boyadjian, presidente da Acelbra-RJ, a seção RJ da Associação de Celíacos do Brasil, lembra que  no município do Rio de Janeiro, por exemplo, é obrigatório que restaurantes, bares e afins informem sobre a presença de glúten e seus derivados nos alimentos preparados, mas isso não é cumprido.

Nos supermercados, todos os produtos alimentícios elaborados sem a adição de glúten também precisam estar acomodados em um mesmo local ou gôndola”, alerta Suzane, ressaltando que órgãos fiscalizadores não estão bem definidos e valores de multa não estão fixados.

A variedade de sintomas, muitas vezes não associados à doença celíaca, dificultam o diagnóstico e o correto tratamento, que é a dieta isenta de glúten. Além disso, o grande desafio é conviver com a contaminação cruzada, que acontece quando um alimento naturalmente sem glúten, entra em contato com partículas do glúten, enfatiza a presidente da Acelbra-RJ, explicando que isso pode ocorrer durante o plantio, colheita, armazenamento ou preparo dos alimentos.

CAMPANHA MAIO VERDE

No dia 20, a doença vai ganhar notoriedade no Rio de Janeiro: pela primeira vez, o Cristo Redentor será iluminado de verde, para alertar sobre a importância do diagnóstico. Essa é uma conquista ainda inicial, mas que tem um significado imenso para a Acelbra-RJ,

“Nossa ação no Cristo Redentor tem o objetivo de dar visibilidade à condição celíaca, muitas vezes com pouca informação. Acreditamos que o resultado desta campanha será muito positivo e atingirá diversas pessoas que ainda não possuem diagnóstico da doença”, afirma Suzane, agradecendo também a parceria da Arquidiocese e da campanha Maio Verde.

A campanha da Acelbra-RJ, com a iluminação do Cristo, integra a campanha Maio Verde, que em 2019 à sua segunda edição. O projeto foi idealizado pela chefe funcional Renata Macena, portadora da doença, com o apoio da E4, agência focada em nutrição e bem-estar.

Unidos pela causa estão médicos, empresas do segmento, organizações e comunidade celíaca. Neste ano, a campanha acontecerá também em Portugal, através do portal Célia Celíaca, comandado pela ilustradora Eve Ferretti.

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