O20 discute ‘economia azul’ e gestão sustentável dos oceanos
O O20 divulgou no sábado (16), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, um documento com sete recomendações aos líderes do G20. O texto final resume os principais pontos discutidos ao longo do ano, com foco na gestão sustentável dos oceanos e no desenvolvimento da chamada economia azul.
As sete recomendações são: garantir um oceano limpo, saudável e produtivo; expandir sistemas alimentares aquáticos sustentáveis; aumentar a energia eólica offshore; melhorar a governança marítima para um transporte marítimo sustentável; incentivar as finanças oceânicas; melhorar a segurança marítima e fortalecer a coordenação global sobre os oceanos.
Precisamos considerar como as comunidades que vivem do oceano tiram seus meios de renda. E lutar para que tenham uma vida mais feliz, saudável e com mais qualidade”, disse Cristina Reis, representante do Ministério da Fazenda.
O evento no Brasil foi coordenado pela Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano da Universidade de São Paulo, em colaboração com o Fórum Econômico Mundial, o Pacto Global da ONU – Rede Brasil e Ocean Stewardship Coalition –, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade e o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas.
Leia mais
Lula defende ‘jornada de trabalho equilibrada’ no G20
Protesto contra a fome em Copacabana quer pressionar G20
Envelhecimento ativo e saudável entra na pauta do G20
Crise climática: por que o G20 tem que se mexer e quem paga essa conta?
6,8 milhões vivem em situação de rua nos países do G20
U20: cidades precisam de U$ 800 bi para combater mudanças climáticas
Prefeitos do U20, grupo das maiores cidades do G20, entregaram neste domingo (17) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento com 36 pedidos para repensar as cidades, reduzir as desigualdades no espaço urbano e enfrentar as mudanças climáticas. Lula recebeu o documento do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, na cerimônia de encerramento das atividades do U20.
Assinado por prefeitos e representantes de 26 cidades do U20, mais sete cidades observadoras e 25 cidades convidadas, o documento está dividido nos mesmos três eixos da presidência brasileira no G20: combate à fome e a pobreza; desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e transição energética justa; e reforma das instituições de governança global.
Segundo o documento, o mundo enfrenta “desafios complexos” que exigem a articulação de múltiplos atores globais e locais capazes de promover integridade e justiça para além de suas fronteiras. O texto menciona que 56% da população global vive em cidades, com a expectativa de o número subir para 70% nos próximos 25 anos.
Em seu discurso, o presidente Lula destacou que mais da metade da população mundial vive nas cidades, que respondem por 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Lembrou que as cidades concentram 70% das emissões de gases de efeito de estufa e 75% do consumo global de energia.
Esses mesmos centros urbanos estão desproporcionalmente expostos às consequências das mudanças climáticas, à subida do nível dos oceanos, às ondas de calor, à insegurança hídrica e a enchentes avassaladoras, como as que vimos recentemente no Sul do Brasil, na Colômbia e na Espanha”, afirmou o presidente, ao defender que as cidades precisam de ajuda para financiar o custo da transição ecológica. Ressaltou que o planejamento urbano tem um papel crucial na transição ecológica e no enfrentamento à mudança do clima.
As cidades não podem custear sozinhas a transformação urbana. Elas não podem ser negligenciadas nos novos mecanismos de financiamento da transição climática. Infelizmente, os governos esbarram em uma enorme lacuna de financiamento no Sul Global. Apenas uma parcela dos recursos necessários chega aos países em desenvolvimento e uma parte ainda menor alcança nossas metrópoles”, disse o presidente.
A carta dos prefeitos pede investimentos de US$ 800 bilhões por ano em ações climáticas. O dinheiro cobriria apenas cerca de 20% da necessidade de financiamento climático nas cidades, mas ajudaria a induzir e estimular investimentos do setor privado. Entre os investimentos necessários, estão a transição para fontes de energia renováveis, reformas estruturais nos espaços urbanos e a construção de habitações mais sustentáveis.
Em seu discurso, o prefeito Eduardo Paes afirmou que as cidades têm papel central na melhoria das condições de vida e que precisam receber atenção prioritária dos países do G20. Segundo ele, os US$ 800 bilhões anuais permitirão que os municípios promovam uma transição ecológica justa, que proteja as populações vulneráveis e crie empregos que fortaleçam uma economia mais verde.
Os prefeitos também pediram que os bancos multilaterais e os governos destinem 40% de financiamentos a juros baixos para projetos municipais que deem prioridade a comunidades de baixa renda, bairros vulneráveis, trabalhadores e pessoas em situações de risco. Parte do financiamento público seria custeada pela taxação progressiva (sobre os mais ricos) em escala global.
Conheça o ABCD do G20:
- B20 (business) – reúne 1,2 mil empresários
- C20 – grupo que debate as demandas da sociedade civil
- D20 – encontro destinado a pessoas com deficiência
- G20 Social – novidade criada no Brasil para incluir a sociedade civil nos debates
- J20 – discute temas jurídicos para adequação das leis – STF
- L20 (labor), emprego, previdência, leis trabalhistas, precarização,
- O20 (oceans) – destaca a sustentabilidade dos mares e oceanos
- P20 – reúne os presidentes dos parlamentos dos países do grupo
- S20 – grupo de engajamento da área de ciência e tecnologia
- SAI20 – formado por instituições de controle e auditoria para discutir a governança nas nações
- StartUp20 – mais novo grupo de engajamento do G20, criado no último fórum na Índia
- T20 (titans) – reúne instituições de pesquisa, universidades, pesquisadores
- U20 (urban) – debate economia, clima e desenvolvimento nas cidades
- W20 – criado para promover políticas públicas de empoderamento das mulheres
- Y20 – grupo direcionado a jovens de 18 a 30 anos, para discutir o presente e futuro do mundo
Saiba mais sobre o G20
- Combate à fome, à pobreza e à desigualdade
- Enfrentamento das mudanças do clima e transição justa
- Reforma da governança global
Com informações da Agência Brasil e Globonews