Mais números que envergonham o Brasil. Ao invés de aproveitarem o período de brincadeira e aprendizado, muitas crianças e adolescentes, em situação de vulnerabilidade social, têm a necessidade de trabalhar para ajudar na renda de casa. Mais de 2 milhões delas, entre 5 e 17 anos de idade, são trabalhadoras, mesmo que essa atividade seja proibida para pessoas com menos de 18 anos. Os dados mais recentes são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua, realizada pelo IBGE em 2016.

De acordo com o estudo sobre percepção pública da violência contra crianças e adolescentes realizado pela Visão Mundial, em parceria com o Instituto IPSOS, mais da metade dos brasileiros (52%) veem o trabalho infantil como uma forma muito comum de violência e 88% o consideram prejudicial e de alto impacto na vida da criança e adolescentes. Entre os tipos de trabalho infantil prejudiciais, estão a agricultura, o trabalho doméstico, o trabalho informal urbano, o trabalho no tráfico de drogas e a exploração sexual.

Todos comprometem o acesso do direito à vida, à saúde, à educação, além de impedir o pleno desenvolvimento físico, psicológico, social e moral de crianças e adolescentes. Para chamar a atenção para o problema,  nesta terça-feira (12), o Dia Mundial de Combate ao Trabalho infantil é lembrado por diversas organizações que trabalham a favor da infância e adolescência. A data foi criada por iniciativa da Organização Internacional do Trabalho, agência vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), em 2002.

A intenção é lembrar a todos que as crianças não podem ter seus direitos ao lazer, saúde e educação negados, fato que ainda vem acontecendo no mundo inteiro. Com o objetivo de trazer a reflexão para a sociedade civil sobre o problema, a Visão Mundial, organização não governamental humanitária especializada na proteção à infância, oferece programações em seis estados brasileiros.

A problemática do trabalho infantil reúne causas complexas e afetam de diferentes formas o futuro de meninos e meninas.  A criança é uma parte muito vulnerável nesse contexto social, infelizmente esse cenário pode agravar a exposição das crianças e adolescentes a essa forma de violência”, conta a assessora de proteção à infância da Visão Mundial, Karina Lira, preocupadacom a PEC 55/2016 que congela o teto de gastos públicos e atinge especialmente as políticas sociais do país.

Ações no Rio de Janeiro e outras cidades

Este ano, as ações da Visão Mundial irão acontecer a partir da segunda-feira (11) em seis estados brasileiros: Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Alagoas (AL), Bahia (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Pernambuco (PE) em parceria com o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil que disponibiliza materiais de conscientização sobre o assunto. Com o tema “Não proteger a criança é condenar o futuro”, a campanha aborda as piores formas de trabalho infantil.

No Rio de Janeiro, os jovens do MJPOP da Visão Mundial irão participar do Lançamento da Campanha Mundial Contra o Trabalho Infantil com o tema “Piores Formas: Não proteger a infância é condenar o futuro!” que vai acontecer na terça-feira (12), no Museu do Amanhã, às 10h. Nesse mesmo dia, a equipe da Visão Mundial irá apoiar uma palestra sobre “Abuso sexual e Exploração sexual: A importância de entender para melhor entender”, às 9h no auditório do Ministério Público de Nova Iguaçu e, em seguida, vai acontecer um ato contra a exploração do trabalho infantil na Praça Rui Barbosa, às 14h, com pintura no rosto, apresentação cultural, contação de história para crianças e uma tenda com orientações para as famílias.

Números que envergonham

  • Em 2016, mais de 2 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade são trabalhadoras, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua, realizada pelo IBGE em 2016.
  • Já em 2015 eram 2,7 milhões e, em 2014, 3,3 milhões. Com esse ritmo de queda, o Brasil corre o risco de não cumprir o compromisso de erradicar todas as formas de trabalho infantil em 2025, como não conseguiu eliminar as piores formas em 2016.
  • De acordo com o SINAN do Ministério da Saúde, 236 crianças e adolescentes morreram enquanto trabalhavam em atividades perigosas entre 2007 e 2017. No mesmo período, 40 mil sofreram acidentes, dos quais 24.654 foram graves, como fraturas e amputações de membros.

Fonte: Visão Mundial

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