Dengue em São Paulo: hospitais têm alta de 80% em internações

Nos pronto-atendimentos, 89% dos serviços de saúde registraram aumento de casos em 15 dias. SP, PR e MS se unem contra o mosquito

Polo de Dengue do Complexo do Alemão, no Rio, aberto esta semana, atende pacientes (Fotos: Divulgação SMS-Rio)
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Uma nova pesquisa realizada no período de 29 de janeiro a 7 de fevereiro pelo SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo ouviu 91 hospitais privados paulistas sobre o surto de dengue no estado, 64% da capital e Grande São Paulo e 36% do interior. O levantamento constatou que houve aumento de internações por dengue para 80% dos hospitais pesquisados. A faixa etária mais frequente entre os pacientes com dengue atendidos nos hospitais é de 30 a 50 anos para 68% dos hospitais.

Perguntados sobre o aumento de internações em leitos clínicos, 51% dos hospitais informaram crescimento de 11% a 20% nas internações em leitos clínicos e 33% registraram crescimento de até 5% nesse tipo de internação.

No entanto, para 89% dos hospitais não houve aumento nas internações em UTI para dengue e para 11% deles houve crescimento de internações em UTI de até 5%. Apurou-se ainda que pacientes internados em UTI tem o tempo médio de internação de até 4 dias.

No setor de pronto-atendimento (PA), onde se atendem casos de urgência/emergência, 89% dos serviços de saúde registraram aumento de casos de pacientes com suspeita de dengue nos últimos 15 dias.

Já 34% dos hospitais registraram aumento de 6% a 10% de pacientes que testaram positivo para dengue enquanto 27% dos serviços de saúde registraram 31% a 50% de aumento de pacientes que testaram positivo nos últimos 15 dias enquanto 20% dos hospitais registraram 51% a 70% de aumento de pacientes que testaram positivo.

Para o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, o aumento dos casos de dengue no país está trazendo reflexos no aumento de casos nos pronto-atendimentos e nas internações dos hospitais.

“O surto cresce rapidamente e o único controle mais efetivo é o aumento das ações das autoridades sanitárias para orientar a população no controle da proliferação do mosquito transmissor e ações diretas de combate ao mosquito”, alerta.

‘O Aedes não respeita fronteiras’: 3 estados se unem contra o mosquito

Os estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, que registram aumento de notificações de casos de dengue e já realizam ações de combate à doença em seus territórios, resolveram se unir para enfrentar o mosquito Aedes aegypti. As ações integradas têm como objetivo ampliar o alinhamento e o planejamento dos três estados em medidas de prevenção, combate e orientação à população.

O Governo de São Paulo, por meio da Defesa Civil do Estado, deu início a operações interestaduais de combate à dengue nas regiões de fronteira do estado. Nesta quinta-feira (8), integrantes da Defesa Civil paulista se reuniram com agentes do Paraná e Mato do Grosso do Sul para discutir medidas conjuntas de enfrentamento ao mosquito. O diálogo visa operacionalizar ações integradas para impedir o avanço da doença.
  1. “O mosquito Aedes aegypti não respeita os limites das fronteiras, por isso, precisamos integrar nossas ações com os demais estados”, afirmou a Major PM Claudia Bemi, diretora da Defesa Civil do Estado de SP, após se reunir com representantes da Defesa Civil dos outros dois estados.

Na ação conjunta serão intensificadas as ações operacionais, como vistorias em residências e espaços públicos e nebulização nos bairros, e ampliado o investimento em treinamento dos agentes.
“Este é o momento de unirmos esforços para apoiar as Secretarias de Saúde no combate à dengue e mostrarmos a força e capacidade técnica e operativa das Defesa Civis”, destacou o Coronel Fernando, coordenador da Defesa Civil do Estado do Paraná.

Os estados participantes concordaram em realizar uma capacitação mútua, que será promovida pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, com envolvimento de todos os coordenadores municipais e regionais das cidades que fazem divisa entre os estados.

Neste treinamento serão tratados temas como transmissão da doença, identificação dos sintomas, ações eficazes de eliminação dos criadouros do mosquito e manejo adequado de lixo e objetos inservíveis, já que estudos apontam que 80% dos focos da dengue encontram-se dentro das residências.

Covid em SP: aumento de até 5% nos casos em pronto-atendimento

A pesquisa realizada nos hospitais de São Paulo também acompanhou a trajetória da covid nos hospitais paulistas e 60% dos serviços confirmaram aumento de covid no percentual de até 5% nos seus pronto-atendimentos.

Todos os hospitais informaram aumento de até 5% nas internações clínicas por covid. Para 84% dos hospitais, o tempo médio de internação em leitos clínicos é de 5 a 10 dias.

No entanto, para 98% dos hospitais não houve aumento de internações por covid em leitos de UTI, dado que leva a concluir a menor gravidade da doença. Para 100% dos hospitais, o tempo médio de permanência em leito de UTI para covid é de 4 dias.

Última questão da pesquisa refere-se a quais outras doenças continuam prevalecendo e levando pacientes a internações. 38% dos hospitais apontam doenças crônicas, 28% viroses em geral, 27% outras doenças respiratórias, 5% traumas e urgências cirúrgicas e 2% outras doenças.

Com informações do Sindhosp e GovSP
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