Muita gente acha que várias doenças de que ouvimos falar quando éramos crianças já estão erradicadas, como a varíola. Ou ao menos controladas, como é o caso da poliomielite (paralisia infantil), praticamente riscada do mapa da saúde pública no Brasil, graças a fortes ações de imunização ao longo dos anos.
Mas outras doenças do tempo da vovó, como febre tifoide, tétano, sarampo e febre amarela, embora bem menos incidentes, não foram ainda banidas da Humanidade. Neste grupo, estão a sífilis, a escarlatina e a gripe A (H1N1), que recentemente voltaram a assustar no Brasil. Já a coqueluche, embora não apresente números elevados, continua representando uma ameaça à saúde pública.
A doença infecciosa altamente transmissível é causada pela bactéria Bordetella pertussis, que compromete o aparelho respiratório humano (traqueia e brônquios). Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) sugerem que, em 2008, cerca de 16 milhões de casos de coqueluche ocorreram em todo o mundo, dos quais 95% em países em desenvolvimento. Cerca de 195.000 crianças vieram a óbito.
A coqueluche é uma das principais causas de mortes relacionadas a doenças preveníveis por vacinação no mundo. Desde 2011, o Ministério da Saúde recomenda a notificação compulsória, ou seja, obrigatória da doença. E em 2014, passou a vacinar as gestantes contra a doença no sistema único de saúde (SUS).
No Rio de Janeiro, em 2014, foram 71 casos confirmados (somando crianças e adultos), com um óbito. Em 2015, das 176 notificações, 86 foram confirmadas (2,9%) da doença. Com dois óbitos, a taxa de letalidade foi de 2,3%, enquanto a taxa de incidência (um a cada 100 mil habitantes) ficou em 0,5%.
Ainda não há dados de 2016, mas um maior registro de casos da doença em bebês de até um ano quando eles ainda não completaram o esquema básico de vacinação já começa a preocupar. Dados indicam que 94,3% dos 35 óbitos no Brasil entre os casos confirmados de coqueluche se concentraram em menores de 6 meses de idade. De acordo com estudos, 39% dos casos de coqueluche em lactentes tem como fonte de infecção a mãe, 16% os pais, 5% os avós, e de 16% a 43% os irmãos.
“A coqueluche é uma importante causa de mortalidade infantil em todo o mundo e continua a ser uma preocupação de saúde pública, mesmo em países com alta cobertura vacinal”, destaca Otávio Cintra, diretor médico de Pesquisa e Desenvolvimento e Assuntos Médicos de Vacinas da GSK.
Diante desta preocupação, a indústria acaba de lançar campanha de conscientização sobre a coqueluche, que tem como mote “Cuidado, um bebê não está preparado para ter a sua tosse”, já que os familiares são a principal fonte de infecção em lactentes.
– A transmissão acontece de pessoa para pessoa através de tosse ou espirro. Irmãos mais velhos, pais, cuidadores ou contactantes próximos, que muitas vezes não sabem que possuem a doença, podem transmitir a coqueluche para o bebê. A pessoa infectada pode transmitir a doença até aproximadamente duas semanas após o início da tosse.
– Os primeiros sintomas podem durar de uma a duas semanas e, geralmente, incluem coriza, febre baixa, tosse leve e ocasional e apneia (em bebês). Além disso, a coqueluche, em seus estágios iniciais, pode ser confundida com um resfriado comum. Geralmente ela não é diagnosticada até que os sintomas mais severos apareçam.
– As complicações da coqueluche podem incluir sinusite, pneumonia, otite média, perda de peso, incontinência urinária, fratura de costela e desmaio. Mais de 90% das crianças menores de dois meses que contraem a coqueluche são hospitalizadas devido a complicações associadas à doença.
– A melhor maneira de prevenir a coqueluche é através da vacinação. As vacinas contra coqueluche estão disponíveis para crianças, adolescentes e adultos. Os bebês menores de 6 meses ainda não receberam seu esquema primário completo de vacinaçãoes. Por isso, é muito importante a prevenção da coqueluche nos familiares que terão contato com o bebê.
Vídeo da campanha contra a Coqueluche
Fonte: GSK e Ministério da Saúde, com redação