Acabou a expectativa. O governo federal descartou a possibilidade de instituir o horário de verão este ano. A decisão foi anunciada neste dia 16 de outubro pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, horas após se reunir com representantes do Operador Nacional do Sistema  Elétrico (ONS).
“Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período, para este verão”, declarou Silveira, durante coletiva de imprensa na sede do ministério, em Brasília.Ele anunciou que a medida não deve voltar neste ano e que será discutida novamente apenas em 2025.

No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931. Seguiu sendo adotado de forma irregular até 1985, quando passou a ser implementado sistematicamente, com a justificativa de contribuir para a redução do consumo de energia elétrica e beneficiar setores de lazer e consumo como o turismo, comércio, bares e restaurantes a partir do melhor aproveitamento da luz natural.

A partir de 2019, e durante todo o governo Bolsonaro, a iniciativa foi descartada. Na ocasião, o Ministério de Minas e Energia apontou que, ao longo dos anos, os hábitos de consumo da população mudaram drasticamente, alterando os horários de maior consumo energético e tornando a medida sem efeito.

Neste ano, contudo, o governo federal voltou a cogitar adiantar os relógios em parte do país, como forma de enfrentar o que, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemanden), é a pior seca já registrada no país.

O Brasil viveu [e ainda] está vivendo, este ano, a maior seca da nossa história – embora já haja sinais de superação do momento mais crítico, com chuvas no Sudeste e na cabeceira de alguns rios importantes”, reforçou Silveira.

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Volta do horário de verão divide opiniões

Nesta segunda-feira (14), o instituto Datafolha divulgou o resultado de uma pesquisa que aponta que a volta do horário de verão divide brasileiros. Quarenta e sete por cento dos entrevistados declararam ser favoráveis à medida. Outros 47% disseram ser contrários, enquanto os 6% restantes responderam ser indiferentes à iniciativa. A pesquisa foi realizada nos dias 7 e 8 de outubro. Foram ouvidas 2.029 pessoas em 113 cidades das cinco regiões.

Em meados de setembro, o portal Reclame Aqui e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgaram uma pesquisa que indica que a maior parcela (54,9%) da população é a favor da medida: 41,8% disseram ser totalmente favoráveis e 13,1%, parcialmente favoráveis.

Dos mais de 3.000 entrevistados, 51,7% consideram que a medida seria benéfica para setores como bares, restaurantes e o comércio em geral. Outros 25,8% se mostraram totalmente contrários à implementação da medida e 2,2% parcialmente contrários. Dezessete por cento afirmaram ser indiferentes.

 

Setor de bares e restaurantes critica decisão

A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) critica a decisão do Governo Federal de não retomar o horário de verão em 2024. Para a associação, a decisão desconsidera os importantes benefícios econômicos, sociais e ambientais que a medida traria para o país, especialmente no atual cenário, onde há tarifas elevadas de energia e pressão sobre o sistema elétrico.

Para a Abrasel, o Governo focou em um único fator ao tomar a decisão de não retomar o horário de verão, desconsiderando os benefícios abrangentes para a economia, o meio ambiente e a qualidade de vida dos brasileiros. “Tínhamos esperança de que o ministro tomaria uma decisão mais completa, que olhasse para o todo. Infelizmente, o setor de bares e restaurantes, o turismo e o comércio saem prejudicados”, disse Paulo Solmucci, presidente da Abrasel

A Abrasel também se diz preocupada com o fato de o país estar refém das condições climáticas. “É muito ruim que o Brasil dependa de previsões de chuvas para decidir sobre o horário de verão. Em países da Europa, América do Norte e até na América do Sul, essa política é comum e benéfica”, critica Solmucci.

Outro ponto que criticado pela Abrasel é o impacto ambiental da decisão. “O ministro também ignorou o fato de que o acionamento das usinas termoelétricas, necessário em momentos de escassez de energia, aumenta a poluição. Isso prejudica não apenas o meio ambiente, mas também a saúde de todos os brasileiros. Acreditávamos que, com base nas declarações anteriores do ministro, ele adotaria uma postura mais ampla, levando em consideração os interesses de toda a sociedade”, explica Solmucci.

Com informações da Agência Brasil e Abrasel

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