No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931. Seguiu sendo adotado de forma irregular até 1985, quando passou a ser implementado sistematicamente, com a justificativa de contribuir para a redução do consumo de energia elétrica e beneficiar setores de lazer e consumo como o turismo, comércio, bares e restaurantes a partir do melhor aproveitamento da luz natural.
A partir de 2019, e durante todo o governo Bolsonaro, a iniciativa foi descartada. Na ocasião, o Ministério de Minas e Energia apontou que, ao longo dos anos, os hábitos de consumo da população mudaram drasticamente, alterando os horários de maior consumo energético e tornando a medida sem efeito.
Neste ano, contudo, o governo federal voltou a cogitar adiantar os relógios em parte do país, como forma de enfrentar o que, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemanden), é a pior seca já registrada no país.
O Brasil viveu [e ainda] está vivendo, este ano, a maior seca da nossa história – embora já haja sinais de superação do momento mais crítico, com chuvas no Sudeste e na cabeceira de alguns rios importantes”, reforçou Silveira.
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Volta do horário de verão divide opiniões
Nesta segunda-feira (14), o instituto Datafolha divulgou o resultado de uma pesquisa que aponta que a volta do horário de verão divide brasileiros. Quarenta e sete por cento dos entrevistados declararam ser favoráveis à medida. Outros 47% disseram ser contrários, enquanto os 6% restantes responderam ser indiferentes à iniciativa. A pesquisa foi realizada nos dias 7 e 8 de outubro. Foram ouvidas 2.029 pessoas em 113 cidades das cinco regiões.
Em meados de setembro, o portal Reclame Aqui e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgaram uma pesquisa que indica que a maior parcela (54,9%) da população é a favor da medida: 41,8% disseram ser totalmente favoráveis e 13,1%, parcialmente favoráveis.
Dos mais de 3.000 entrevistados, 51,7% consideram que a medida seria benéfica para setores como bares, restaurantes e o comércio em geral. Outros 25,8% se mostraram totalmente contrários à implementação da medida e 2,2% parcialmente contrários. Dezessete por cento afirmaram ser indiferentes.
Setor de bares e restaurantes critica decisão
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) critica a decisão do Governo Federal de não retomar o horário de verão em 2024. Para a associação, a decisão desconsidera os importantes benefícios econômicos, sociais e ambientais que a medida traria para o país, especialmente no atual cenário, onde há tarifas elevadas de energia e pressão sobre o sistema elétrico.
Para a Abrasel, o Governo focou em um único fator ao tomar a decisão de não retomar o horário de verão, desconsiderando os benefícios abrangentes para a economia, o meio ambiente e a qualidade de vida dos brasileiros. “Tínhamos esperança de que o ministro tomaria uma decisão mais completa, que olhasse para o todo. Infelizmente, o setor de bares e restaurantes, o turismo e o comércio saem prejudicados”, disse Paulo Solmucci, presidente da Abrasel
A Abrasel também se diz preocupada com o fato de o país estar refém das condições climáticas. “É muito ruim que o Brasil dependa de previsões de chuvas para decidir sobre o horário de verão. Em países da Europa, América do Norte e até na América do Sul, essa política é comum e benéfica”, critica Solmucci.
Outro ponto que criticado pela Abrasel é o impacto ambiental da decisão. “O ministro também ignorou o fato de que o acionamento das usinas termoelétricas, necessário em momentos de escassez de energia, aumenta a poluição. Isso prejudica não apenas o meio ambiente, mas também a saúde de todos os brasileiros. Acreditávamos que, com base nas declarações anteriores do ministro, ele adotaria uma postura mais ampla, levando em consideração os interesses de toda a sociedade”, explica Solmucci.
Com informações da Agência Brasil e Abrasel