O jogador de futebol e o corredor lesionam mais os pés, tornozelo, joelhos, coxa e quadril (Foto Portal EBC)
O jogador de futebol e o corredor lesionam mais os pés, tornozelo, joelhos, coxa e quadril (Foto Portal EBC)

Engana-se quem pensa que vale tudo para conquistar uma medalha. Muitas vezes, o esforço olímpico extenuante pode valer a saúde do atleta para o resto da vida. Para ganhar uma medalha na Olimpíada e em outras competições que exigem alto rendimento, além de muita coragem e força de vontade, o atleta precisa superar muitos desafios. O treinamento diário, em várias modalidades, é rigoroso e demanda horas seguidas de dedicação.

Apesar de novas técnicas e tecnologias, o corpo acaba sentindo a sobrecarga e chega um momento no qual os limites físicos tornam-se adversários do competidor. Nabil Ghorayeb, médico especialista em cardiologia do esporte da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), alerta para os riscos de ocorrência da chamada “síndrome do excesso de treinamento (SET)”.

“Treinos intensos por longos períodos provocam uma queda da defesa imunológica do organismo, representada pela redução dos glóbulos brancos e dos marcadores da imunidade, os linfócitos chamados CD3. O problema também pode ocorrer em atletas autodidatas que desconheçam as regras do bom treinamento”, afirma o especialista.

O cardiologista ressalta que essa doença ocorre mais em atletas porque eles treinam com mais frequência e o período de repouso é curto, mas pode acometer praticantes comuns que não procuram orientações de especialistas antes de fazer atividades.

Como diagnosticar e tratar a SET

A SET pode ser diagnosticada por meio de uma ressonância magnética e precisa ser tratada, porque que as pessoas acometidas podem desenvolver lesões no músculo cardíaco, batimentos cardíacos elevados ou irregulares, mesmo em repouso, um crescimento anormal do tamanho do coração, cansaço exagerado e insônia.

A síndrome pode ser prevenida por meio da orientação de especialistas que acompanham os atletas. O cardiologista ressalta que, no caso dos praticantes amadores, é importante perguntar-se qual a razão para passar dos li mites. Se for para saúde, é totalmente desnecessário, mas, se for para competir, é preciso consultar um profissional do exercício que organize o treinamento sem pôr a saúde em risco.

Outras lesões comuns entre atletas

A coluna vertebral é responsável pela origem de vários sintomas nos ombros, braços e mãos quando afetada a coluna cervical (pescoço), e no quadril, joelhos, tornozelo e pés, quando afetada a coluna lombar (coluna baixa).

O jogador de futebol e o corredor lesionam mais os pés, tornozelo, joelhos, coxa e quadril. Já o jogador de vôlei e de Badminton lesionam mais os braços, ombros, podendo lesionar os membros inferiores quando mais solicitados, é o caso dos saltos e freadas.

Diagnóstico, tratamento e reabilitação física corretas, além de equilíbrio emocional e psicológico, podem ajudar o atleta a recuperar totalmente o seu rendimento e desempenho, mesmo após lesões mais graves.

Conheça outras lesões comuns em algumas modalidades esportivas:

Futebol — modalidade de exigência física extremamente complexa, que apresenta várias ameaças ao corpo. Os jogadores sofrem com mais regularidade torções, distensões e contusões, principalmente nos tornozelos e joelhos. A torção da maior parte deles aparece quando ocorre um movimento forçado.

MMA — proporciona praticamente contato total com o adversário, aumentando riscos de lesões em diversas partes do corpo. Um treinamento com instrutores adequado é essencial para não forçar articulações, músculos e tendões desnecessariamente ou de maneira errada. Por ser um esporte violento, os riscos de lesões simples são os hematomas e contusões. Já as mais complexas são quando um chute acerta, por exemplo, uma articulação, podendo provocar luxações, rompimento de ligamentos ou até mesmo fraturas, como de costelas.
Natação — quase sem impacto, onde a principal resistência a ser vencida é a água, as lesões causadas por quem é nadador podem acontecer caso o atleta mantenha alta intensidade de treinos, de forma inadequada. As regiões mais afetadas são os ombros e a coluna lombar. Apesar de benéficas para o condicionamento aeróbico, modalidades como nado borboleta e nado peito requerem cuidado, pois são estilos que exigem muito da coluna lombar.

Tênis — exige do atleta uma preparação física e técnica muito grandes. As lesões mais comuns são musculares da panturrilha, luxação nos ombros, de mão e punho, além de lombar. O golpe que mais causa lesões associadas à prática do tênis é o saque, pois requer um conjunto de movimentos integrados das pernas, do tronco e dos braços.

Voleibol — entorse de tornozelo é a lesão traumática aguda mais comum na modalidade, porque o jogador poder tocar o pé na linha central da quadra, aumentando o risco de choques com o adversário. Muitas ocorrem na aterrissagem de um salto sobre o pé do jogador oponente ou quando o atleta, ao saltar na execução de um bloqueio duplo, por exemplo, aterrissa no pé de seu parceiro. Muitas dessas lesões ocorrem na ação de bloqueio ou ataque, porque existe uma diferença de tempo de execução entre o salto do atacante e do bloqueador.

Fonte: Socesp

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