Estudo divulgado pelo Ministério da Saúde revela que o percentual de homens que apresentaram diagnóstico de diabetes entre os anos de 2006 e 2017 aumentou 54%. Há 11 anos, o índice de homens diagnosticados com a doença era de 4,6%, agora passou para 7,1%. Apesar de apresentarem percentual mais elevado em 2017, as mulheres (8,1%) tiveram um crescimento de 28,5% no mesmo período.
Os números também mostram que o risco de diabetes aumenta com a idade, principalmente entre idosos com mais de 65 anos (24%) e é maior entre aqueles que possuem menor escolaridade, ou seja, que frequentaram a escola por até oito anos (14,8%). O mais índice de diabéticos entre as capitais brasileiras está no Rio de Janeiro (8,8%), contra 4,5% em Palmas (TO). Entre mulheres, o diagnóstico de diabetes foi mais frequente em Vitória (10,3%), Rio de Janeiro (10,3%) e Recife (8,8%), e menos frequente em Palmas (5,1%), Macapá (5,2%), Florianópolis (5,6%) e São Luís (5,6%).
Entre 2010 e 2016, o diabetes já matou 406.452 pessoas no Brasil. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o número cresceu 11,8% no período, saindo de 54.877 mortes para 61.398 no ano de 2016. Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), porém, apontam que a quantidade de internações por causa da doença teve queda de 8,7%: foram 148.384 em 2010 e 135.364 em 2016.
Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que monitora anualmente os fatores de risco e proteção para doenças crônicas, e foram divulgados como alerta no Dia Nacional de Controle do Diabetes, celebrado anualmente no dia 27 de junho. Falta de rotina, alimentação exagerada, sedentarismo ou problemas genéticos são as principais causas da obesidade e fator de risco para a doença.
Outro estudo apresentado no Congresso Europeu de Obesidade 2018 mostra que uma em cada cinco pessoas (22%) será obesa em 2045. Os dados indicam ainda que uma em cada oito pessoas (12%) sofrerá com diabetes tipo 2. A doença crônica pode causar complicações, como a doença cardiovascular, a diálise por insuficiência renal crônica e a necessidade de cirurgias para amputações dos membros inferiores.
Vanderli Marchiori, consultora em nutrição da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), explica que no caso de diabetes tipo 2, o ganho de peso vai gerando um processo inflamatório, que ativa reações e podem inibir a ação da insulina. “O organismo de quem tem a doença produz uma quantidade insuficiente de insulina ou não consegue utilizá-la da maneira adequada para desempenhar bem suas funções. Por causar poucos sintomas, a pessoa muitas vezes demora anos para receber o diagnóstico de diabetes, o que pode causar complicações graves no coração e no cérebro”, explica.
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Cardápio equilibrado
Estimular mudanças no estilo de vida, como a prática de atividades físicas regular e a escolha de alimentos com o índice glicêmico (IG) baixo e os integrais (fontes de fibras como pães, macarrão e biscoitos) ajudam a amenizar os sintomas da doença e são partes essenciais do tratamento da pessoa com diabetes e obesidade.
Por isso, na hora de escolher o cardápio opte por uma alimentação saudável e equilibrada incluindo todos os nutrientes, como os carboidratos, proteínas e lipídeos no prato. “É necessário que o paciente faça acompanhamento com um profissional especializado para entender exatamente o quanto de cada nutriente o paciente precisa. O carboidrato, por exemplo, é recomendado consumir entre 45 a 60% da quantidade de Kcal diárias, não podendo ser inferior a 130 g/dia, mas cada caso é um caso”, diz Vanderli.
Fonte: SBD e Abitrigo, com Redação