Recentemente, tive que fazer uma Tomografia Computadorizada para investigar um suposto cálculo renal. Afinal, havia divergências entre duas ultrassons anteriores – uma das vias urinárias dizia que não; outra do abdômen total apresentava uma imagem que sugeria um pedregulho de 8 milímetros.

Por sorte, o resultado foi negativo: meus rins estão limpíssimos. Mas o que quase morri mesmo foi de medo na hora de fazer o exame – e do frio na cabine gelada, sozinha e ouvindo a voz do operador do tomógrafo pelo microfone. Foram uns 15 minutos dentro daquela máquina, alguns segundos que pareciam intermináveis sem poder respirar, como me ordenava o técnico de fora da cabine.

Para quem, como eu, nunca havia feito, a tomografia pode mesmo assustar pelo desconforto momentâneo, mas de longe é mais simples que a ressonância magnética (esse ainda não fiz), já que me garantiram os amigos. A tomografia é considerada o exame de imagem de extrema importância, que usa a tecnologia de Raios-X para diagnósticos mais precisos. Segundo especialistas, é atualmente um dos principais exames para investigar nódulos ou tumores, vasos pulmonares e cerebrais.

Na rede pública de saúde, conseguir uma tomografia é quase um parto. O procedimento de alta complexidade é caro e de difícil acesso. Mas eis uma boa notícia para quem precisa realizar o exame considerado de alta complexidade no Rio de Janeiro.

A partir de agora, o Hospital Municipal Evandro Freire, referência para emergência na Ilha do Governador, passa a ganhar um tomógrafo. Com isso, sobe para 10 o número de aparelhos de tomografia disponíveis na rede municipal de saúde do Rio de Janeiro, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Os hospitais Miguel Couto, Lourenço Jorge, Salgado Filho, Ronaldo Gazolla, Rocha Faria, Pedro II, Francisco da Silva Telles, Souza Aguiar e Piedade já receberam os novos aparelhos. As unidades hospitalares estão passando por obras de adaptação para receber os tomógrafos. Os primeiros entrarão em funcionamento ainda no mês de março.

Ainda de acordo com a SMS, outros equipamentos estarão “em breve” nas unidades da rede municipal, como um aparelho de ressonância magnética (o primeiro da rede municipal) e um mamógrafo.

Novos equipamentos na rede pública

O prefeito Marcello Crivella anunciou o novo tomógrafo no último dia 12, durante o lançamento do aplicativo Saúde.Rio, que vai possibilitar que o usuário avalie os serviços prestados nas unidades de saúde. A medida foi possível graças ao rendimento gerado com o valor de R$ 50,2 milhões da emenda parlamentar da época em que Crivella era senador.

A verba está permitindo a renovação do parque tecnológico dos hospitais municipais. Inicialmente, seriam adquiridos nove tomógrafos, mas, com os juros, foi possível comprar mais um, conforme explicou o prefeito.

Entre os equipamentos que já foram entregues aos hospitais da rede, além dos nove tomógrafos, estão nove aparelhos de raios-x móveis, três aparelhos de raios-x digitais fixos, que vão substituir os analógicos, ainda usados em muitos hospitais da rede. Com eles, as imagens do exame vão diretamente para o computador do médico, ganhando tempo e agilidade, principalmente nos casos de trauma.

Também já chegaram 65 novos carrinhos de anestesia, 19 autoclaves, 985 camas, 481 computadores, 18 focos cirúrgicos, cinco arcos cirúrgicos, dez aparelhos de ultrassonografia com doppler, 60 berços e dois microscópios oftalmológicos.

Além desses equipamentos, a rede hospitalar recebeu 509 camas elétricas para substituir antigas, com recursos que são fruto de outra emenda parlamentar, e que estão em uso nos hospitais e maternidades. A mesma emenda também possibilitou a compra de 509 mesas de cabeceira, um aparelho de ultrassom com doppler e um tomógrafo para o Hospital Municipal Albert Schweitzer.

Como funciona o exame

Um dos exames mais utilizados nos Estados Unidos, cerca de 100 milhões de realizações por ano, a Tomografia Computadorizada é feita por meio de um aparelho de imagem médica que auxilia no diagnóstico e tratamento de inúmeras doenças, e que rendeu o Prêmio Nobel de Medicina aos seus inventores (Godfrey Hounsfield/A. M. Cormack-1979).
Segundo Marcos Duchene, médico em Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Hospital Albert Sabin em São Paulo, “por meio de computadores ultra potentes, os feixes de Raios-X que chegam aos detectores são transformados em imagens de órgãos em cortes visualizados em múltiplos planos, assim como reconstruções em 3D e estruturas vasculares, e se caracteriza por um arco, efetuando uma rotação em volta do corpo do paciente, este se encontrando no interior do túnel”.

Sabe-se que quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de recuperação do paciente, daí a importância desse tipo de exame, que devido à sua precisão, pode adiantar o tempo do tratamento e de cura. É necessário também que o profissional que o realiza, seja muito bem preparado e tenha conhecimentos de anatomia, fisiologia, radiologia, entre outros.

É um procedimento relativamente simples e indolor, e alguns tipos de tomografia necessitam da injeção de contraste na veia, com o objetivo de melhorar a visualização de algumas estruturas. Também não existe uma contraindicação absoluta para a realização sem contraste, exceto deve-se ter precaução com mulheres grávidas, devido ao risco de exposição ao Raio-X”, completa Dr. Duchene.

Com Assessorias

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