Depois do calorão do último verão, quando os termômetros registraram as mais elevadas temperaturas da história da Humanidade, é finalmente chegada a hora de tirar o casaco do armário. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a primeira queda brusca de temperatura do outono vem sendo sentida nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, principalmente, em São Paulo.

O Instituto indica que, a partir de quarta-feira (17), a frente fria vinda do Sul pode provocar chuva e deixar o tempo nublado, com temperatura máxima de 29°C e mínima de 21°C, que vai despencar, no dia seguinte, para mínima de 20°C ao longo do dia, e 16° durante a madrugada. O problema é que essa queda súbita de temperatura pode afetar a saúde de muitas pessoas.

A queda abrupta de temperatura tende a se converter numa explosão de casos de doenças respiratórias, como gripe, resfriado e pneumonia. Com os efeitos decorrentes do El Niño e da La Niña, essas oscilações climáticas são ainda mais evidentes, impactando a imunidade de um número ainda maior de indivíduos.

Tradicionalmente, o outono é marcado pelo aumento expressivo nos casos de doenças respiratórias.  Enquanto a queda das temperaturas favorece a propagação de vírus que causam infecções respiratórias, a redução da umidade do ar e a tendência de as pessoas permanecerem em ambientes fechados e pouco ventilados também contribuem para o crescimento dos casos de rinite, sinusite e bronquite.

“Isso porque, durante o clima frio, temos a tendência de nos aglomerarmos em espaços fechados para evitar o gelado. O que facilita a transmissão de vírus e bactérias, causadores de infecções respiratórias como influenza (gripe) e covid-19”, explica Gisele Abud, médica e diretora técnica da UPA 24h Zona Leste, unidade de pronto atendimento do SUS gerenciada pela Pró-Saúde.

Além disso, crises de alergia, como rinite e bronquite, também são favorecidas pelo tempo, mas por outro motivo. “Com o ar seco e a poluição, as vias aéreas desidratadas, desencadeando um processo inflamatório”, indica Gisele.

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Mais de 200 vírus respiratórios sazonais no ar

Patricia Scarabotto, otorrinolaringologista do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), explica que o outono traz a queda das temperaturas e a presença do ar mais seco e com mais poluentes.

“Além disso, existe uma tendência de que as pessoas fiquem em locais menos arejados e com maior concentração de alérgenos, aumentando os contágios por vírus respiratórios, além de potencializar os casos de sinusite e rinite. São mais de 200 tipos de vírus respiratórios sazonais”, complementa a médica.

Para prevenir as infecções e o contágio, os cuidados são relativamente simples. “Evitar locais fechados, manter higiene nasal e das mãos, hidratação e alimentação saudável, além de evitar o contato direto com pessoas contaminadas”, explica a Dra. Patricia.

Paulo Mendes Junior, otorrinolaringologista e especialista em alergias do IPO,  alerta que os sintomas iniciais das infecções virais e alergias respiratórias podem se confundir. “Congestão nasal, coriza, tosse seca e desconforto na garganta são sintomas típicos que acometem o início dos quadros virais de infecções respiratórias, podendo também ser confundidos com os sintomas de rinite e sinusite”, comenta

Segundo o médico, pacientes com sintomas como febre, dor no corpo, dor de cabeça ou dor nos olhos, devem buscar avaliação médica e evitar a automedicação. “Como ainda estamos lidando com casos de covid-19 e agora também com dengue, em que os sintomas podem se confundir, exames para descartar problemas mais graves são de suma importância”, completa o médico.

Para a dra Patrícia, casos mais brandos de infecções virais podem ser tratados em casa, com repouso e aumento de hidratação. “A grande parte dos casos é leve, com duração de aproximadamente cinco dias. Quadros mais graves, com febre alta e esforço respiratório, devem ser levados imediatamente ao pronto atendimento”, comenta.

4 formas de evitar doenças respiratórias

Como as doenças respiratórias são causadas por vírus e bactérias, é essencial se proteger por meio da vacinação. O Ministério da Saúde indica a vacina contra a gripe Influenza, que protege contra os principais vírus em circulação no Brasil. Abaixo, Gisele Abud lista outras formas de proteção contra as principais doenças respiratórias:

1. Mantenha os ambientes ventilados sempre que possível;

2. Vacine-se contra doenças mais comuns nesse período, como Covid-19;

3. Use máscara em ambientes fechados ao apresentar sintomas de gripe ou resfriado;

4. Mantenha sua casa limpa e tenha cuidado com a poeira para evitar crises de rinite ou sinusite.

Com assessorias

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