Novas doses da vacina contra a covid-19, atualizadas para proteger contra a variante XBB, devem começar a chegar nos próximos 15 dias para serem distribuídas aos estados e municípios. O Ministério da Saúde confirmou a compra de 12,5 milhões de doses de vacina contra a covid-19 da farmacêutica Moderna. Os imunizantes devem chegar à população nos próximos 15 dias.
A pasta informou que iniciou o processo de aquisição emergencial em dezembro de 2023, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a versão mais atualizada do imunizante. A pasta iniciou negociações com duas fabricantes – Moderna e Pfizer. O contrato foi fechado nesta sexta-feira (19) com a Moderna.
Em nota, o ministério diz que essa é a primeira vez que empresas farmacêuticas disputam o fornecimento de vacinas contra a covid-19 no Brasil. Todas as aquisições anteriores foram feitas em um ambiente sem concorrência. A medida, segundo o governo, possibilitou uma economia de R$ 100 milhões.

Vacina foi aprovada em março pela Anvisa

A Adium do Brasil, representando a Moderna, empresa de biotecnologia especializada em terapias e vacinas de RNA mensageiro (mRNA), obteve aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o registro da vacina covid-19 atualizada, com a proteína Spike codificada para a sublinhagem XBB.1.5 do SARS-CoV-2. A submissão foi realizada em agosto de 2023, após órgãos regulatórios e entidades globais de saúde pública recomendarem o desenvolvimento de uma vacina monovalente XBB.1.5.

Além da recomendação para adultos, o imunizante tem indicação pediátrica para bebês a partir dos seis meses. Nesses casos, a vacina é ministrada em apenas duas doses, diferente de outras que precisam de três aplicações. Isso garante mais adesão e, portanto, tende a garantir maior cobertura vacinal.

A Adium ressalta que a plataforma mRNA presente no imunizante permite rápida atualização, assim acompanhando as mutações do SARS-CoV-2. Essa tecnologia vem sendo estudada pela Moderna há mais de 10 anos e possui potencial de aplicação para diversas finalidades, como terapias oncológicas e outras doenças infecciosas.

“As vacinas contra covid-19 têm se mostrado eficientes na redução do risco de hospitalizações e mortes, e são vitais para garantir proteção aos grupos de risco, como pessoas idosas e imunossuprimidos”, destacaGlauciaVespa, diretora médica regional para vacinas na América Latina da Adium, em parceria com a Moderna.

Mais de 708 mil mortes pela covid até 2023

Até 2023, o Ministério da Saúde registrou mais de 38 milhões de casos de covid-19 e 708 mil notificações de óbitos. As regiões Sul, Sudeste e Nordeste concentraram a maior parte das ocorrências. Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro tiveram mais mortes, com quase 40 mil e pouco mais de 20 mil óbitos, respectivamente¹. A principal medida de prevenção contra formas graves da covid-19 é a vacina, segundo o Ministério da Saúde².

“A emergência de saúde pública para covid-19 acabou, mas o vírus continua a circular e sofre mutações. Por isso, é importante que as pessoas mantenham a sua vacinação atualizada, assim como é feito com outras doenças infecciosas, como a gripe”, afirma Glaucia.

Após a constatação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a cepa ancestral e variantes relacionadas, que deixaram de circular, órgãos regulatórios e agências globais de saúde pública recomendaram que as vacinas covid-19 fossem atualizadas para uma composição monovalente XBB.1.5.

“Nesse sentido, a Moderna tem gerado dados clínicos e pré-clínicos de sua vacina monovalente XBB.1.5, demonstrando resposta imune contra linhagens XBB, XBB.1.5, XBB.1.16 e XBB.2.3.2, além das variantes EG.5, FL.1.5.1, BA.2.86, JN.1, HK.3.1 e HV.1.”

Adultos precisam completar o esquema vacinal

De acordo com o Ministério da Saúde, as vacinas disponíveis nos postos de vacinação continuam efetivas contra as formas graves da doença. As vacinas contra a covid-19 vêm sendo atualizadas de acordo com as mutações do vírus.
Hoje, são aplicadas as vacinas bivalentes, uma atualização feita com base no vírus que evoluiu muito desde o início da pandemia. O recomendado pelos órgãos de saúde é que cada pessoa tenha tomado pelo menos duas vacinas das relacionadas ao vírus inicial e mais uma bivalente da Pfizer.
A vacina monovalente adaptada à variante XBB.1.5 possibilita uma cobertura adicional contra as principais variantes em circulação no Brasil e no mundo. Apesar disso, as vacinas bivalente e monovalente original, que são disponibilizadas atualmente, continuam tendo um impacto positivo na redução de hospitalizações e óbitos pela covid-19.
No Brasil, as vacinas contra covid-19 são recomendadas para a população geral a partir dos 6 meses de idade. O esquema vacinal primário é de pelo menos duas doses. Atualmente, a cobertura vacinal contra covid-19 no Brasil está longe do ideal de 95%. Somente 51% dos grupos elegíveis possuem pelo menos três doses da vacina, e apenas 19,3% receberam a vacina bivalente, a mais atualizada disponível pelo SUS, segundo dados do Ministério da Saúde.

A pasta recomenda uma dose adicional para a população acima de 60 anos de idade que tenha recebido a última dose da vacina há mais de 6 meses. Os números são ainda mais preocupantes, as faixas de 6 meses a 2 anos e de 3 a 11 anos de idade que receberam 3 doses representam apenas 5,94% e 11%, respectivamente.

Segundo o MS, alguns municípios podem estar sem estoque, mas a maior parte das redes de saúde dos estados ainda tem doses da Coronavac e da Pfizer para adultos que precisam completar o esquema vacinal.
A pasta assegura que a rede pública de saúde continua abastecida com as vacinas para o público infantil que, segundo o MS, é um público prioritário em razão da baixa cobertura vacinal. Entre os jovens com menos de 14 anos, apenas 11,4% receberam as três doses do imunizante.

Pfizer: bivalente e monovalente original ainda são eficazes

Aprovada pelas Anvisa, a nova vacina monovalente da Pfizer, adaptada à variante XBB.1.5 da ômicron, deve ser aplicada em toda a população elegível acima de 6 meses. O imunizante já recebeu anteriormente a aprovação de outros importantes órgãos regulatórios de saúde internacionais, como Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e European Medicines Agency (EMA), da Europa.

Segundo Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil, a nova vacina se mostrou eficaz na proteção contra as principais cepas que estão mundialmente em circulação. No entanto, ressalta, os imunizantes atualmente disponíveis no país não perdem sua importância.

As vacinas bivalente e monovalente original, que estão disponíveis nos postos de saúde do país, continuam tendo importante papel na redução de hospitalizações e mortes pelo vírus. Por isso, é imprescindível que a população brasileira elegível mantenha sua vacinação contra Covid-19 em dia, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde“, afirma.

Ainda segundo ela, apesar de a covid-19 desde maio de 2023 não ser mais considerada como uma emergência de saúde pública, isso não significa que o vírus vai deixar de circular. “Pelo contrário, estamos acompanhando o surgimento de novas variantes”, destaca.

Apesar de estar disponível para grupos específicos no PNI, toda a população acima dos 6 meses de idade que está com o esquema vacinal incompleto ainda tem a chance de receber a vacina contra a Covid-19 gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma Adriana Ribeiro.

Com informações da Adium, Pfizer e Agência Brasil (atualizada em 22/04/24)

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