Gabriel Lannes, de 23 anos, morreu em junho em um acidente de moto no Rio de Janeiro. Para a mãe do jovem, Maria Luiza, autorizar a doação dos órgãos do filho foi uma maneira de ajudar o próximo. “Gabriel foi um presente para nossa família, e não poderia deixar um presente se acabar assim. Faço um apelo às famílias que doem também. É uma oportunidade que temos para ajudar outras pessoas”, conta ela.
Já José Victor Germana comemora a conquista de uma nova perspectiva de vida graças à doação de coração que recebeu em fevereiro deste ano. No momento do transplante, José estava internado recebendo medicamento para o coração continuar batendo. “É muito importante conversarmos com as nossas famílias sobre sermos doadores, tem muita gente que precisa. Todos podem ajudar!”, incentiva o rapaz.
Histórias como esta são cada vez mais comuns no estado. E graças à conscientização das famílias das vítimas de morte cerebral, em julho, o Programa Estadual de Transplantes (PET) bateu o recorde de transplantes desde que foi lançado, atingindo a marca de 81 transplantes de órgãos sólidos. De janeiro a julho de 2019, foram realizados 467 transplantes de órgãos sólidos. Em 2018, no mesmo período, foram 428.
Mas para estimular ainda mais famílias a autorizarem doações de órgãos, é necessário também preparar adequadamente os profissionais de saúde. Nesta quarta-feira (14,) foi realizada a segunda capacitação de profissionais de saúde. O objetivo é diminuir o número de negativas das famílias no momento da doação. O encontro ajuda a aprimorar técnicas de abordagem sensíveis e humanizadas que contribuem para o “sim” dos parentes, hoje única maneira legal para que a doação seja concretizada.
Para Gabriel Teixeira, coordenador do PET, a capacitação foi importante para alavancar os números. “É um treinamento novo, focado na simulação em situações práticas e do dia a dia, onde o profissional de saúde sai capacitado para lidar com as famílias em situações críticas, como é o luto na perda de um familiar. Nessas ações, são realizadas estações práticas onde recriamos situações que vamos encontrar na vida real. Com esse treinamento conseguimos alcançar uma taxa de 75% de autorização de doação das famílias.
Após a primeira capacitação, em maio, o número de captações de órgãos de junho dobrou. Criado em 2010, o PET já realizou mais de 15 mil procedimentos nos últimos anos, fazendo com que o Rio saísse dos últimos lugares na realização de transplantes para ocupar as primeiras colocações no país. O programa realiza transplantes e captação de coração, fígado, rim, medula óssea, osso, pele, córnea e esclera (membrana que protege o globo ocular).
Fonte: SES, com Redação